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A MotoGP na Austrália e a NASCAR em Las Vegas fazem o show do final de semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 17 October 2022 07:41

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que estejam da mesma maneira como foi esse final de semana no esporte a motor, onde o que faltou em quantidade foi amplamente compensado pela qualidade. As grandes competições internacionais foram apenas duas (Mundial de Motovelocidade e NASCAR), mas a qualidade das disputas compensou. Sejam as cenas lamentáveis acontecidas em Las Vegas envolvendo um piloto que nem chegou a ir para os playoffs e um que foi eliminado na rodada anterior, seja o retorno das duas rodas para um dos seus palcos mais espetaculares após um hiato provocado pela pandemia, o fã do esporte a motor não ficou decepcionado... a não ser que o piloto em questão para o qual torce não tenha se dado bem, mas aí é outra história.

 

Vamos começar com o Mundial de Motovelocidade, que retornou em grande estilo para Phillip Island, uma pista desenhada pensando em corridas de motos, contando com amplas áreas de escape em brita e que na quinta-feira recebeu uma bela homenagem: a curva 4 deixou de ter o nome de uma fábrica de motos para se tornar a Curva Miller, em homenagem ao Jack Miller, piloto da Ducati que (a meu ver, injustamente) está deixando a equipe no final dessa temporada mas tem demonstrado um importante desempenho e contribuído positivamente para ajudar Bagnaia a lutar pelo título. Verdade que na prática, ou ao menos aqui na República Sebastianista da Banânia, essa mudança de nome não afetará nada, já que os narradores e comentaristas continuam se referindo às curvas dos circuitos por números, algo que é justificável na conversa por rádio entre engenheiro e piloto, mas que não tem a mesma justificativa em se tratando de uma narração de corrida. Enfim... começando com a Moto3, categoria que nesse fim de semana conheceu seu campeão antecipadamente. Izan Guevara não deu chance para o azar e fechou a sua disputa pelo título no primeiro “match point” em que apareceu a oportunidade. Não foi fácil, claro, afinal a Moto3 é conhecida por suas disputas intensas entre diversos pilotos ao mesmo tempo, mas estudando os adversários e onde os poderia ultrapassar nas traiçoeiras condições da pista (o “trilho” por onde se passa estava seco, mas em alguns pontos fora do “trilho” a pista estava demorando para secar) ele conseguiu se posicionar no lugar e momento correto para cruzar a bandeirada na primeira posição. A 34 centésimos de segundo de diferença chegou o 2º colocado, Deniz Öncü. A posição mais baixa do pódio, após uma batalha das mais encarniçadas, ficou com Sérgio Garcia, que superou Sasaki por apenas um décimo de segundo para levar o troféu de 3º colocado. O brasileiro Diogo Moreira terminou na 7ª posição, o que fez com que ele ganhasse mais uma posição na tabela de classificação e agora está em 9º lugar no campeonato de pilotos, o que é excelente levando em conta ser o primeiro ano dele na categoria e a equipe não ser exatamente uma equipe de ponta. Na Moto2 tivemos uma aula do Alonso Lopez, que dominou a corrida mesmo tendo que cumprir uma punição de volta longa. Mesmo fazendo uma última volta pra “trazer a criança de volta pra casa”, 2 segundos mais lenta que o tempo que ele vinha fazendo, a margem de vitória foi de um pouco mais de 3,5 segundos. Na comemoração, mostrou que tinha “um ás na manga” mostrando a mencionada carta de baralho. Completaram o pódio Pedro Acosta na 2ª posição e, pouco menos de 10 segundos atrás, passou Jake Dixon para ocupar o 3º lugar. A parte mais assustadora da prova foi o acidente envolvendo Navarro e Arbolino, com o primeiro sendo praticamente atropelado pelo segundo e com as equipes de resgate trabalhando com uma calma de monge tibetano, sem interrupção da prova e com os competidores passando pelo local a cerca de 200 km/h. Se fosse na América Latina a gritaria seria grande, mas como é Austrália... provavelmente vai ficar por isso mesmo. As temperaturas foram subindo e, já com pista completamente seca, foi a vez da categoria principal iniciar a disputa. E que disputa!!! Simplesmente a categoria principal teve uma corrida de Moto3, com um pelotão de motos andando junto na frente e com o resultado incerto até a última curva. O grande homenageado do fim de semana foi alijado da prova após o glorioso Alex Márquez mostrar mais uma vez que o talento da família ficou com o irmão Marc e, ao tentar ultrapassar 2 adversários ao mesmo tempo na freada da Curva Miller, acabou escorregando com a roda dianteira, batendo na roda traseira do australiano e retirando ambos da prova. Felizmente, apenas com prejuízo material. Quem também não teve muito o que comemorar foi Fabio Quartararo, que primeiro errou na freada da Curva Miller e caiu fora da zona de pontos e depois caiu – literalmente – na última curva lenta antes da entrada dos boxes. Só não foi pior para o francês pois Pecco Bagnaia teve a chance de vencer mas no final da prova foi ultrapassado pelo vencedor da prova Alex Rins (que estava com uma Suzuki muito, muito rápida, levantando novamente a questão do porquê a fábrica japonesa vai abandonar o Mundial ano que vem) e por Marc Márquez, que teve outro grande desempenho no seu retorno após a última cirurgia corretiva da fratura mal solidificada de 2020 e, com o 2º lugar, conquistou seu 100º pódio. Assim sendo, Bagnaia agora é o novo líder do campeonato, mas com uma vantagem menor do que aquela que poderia ser caso Pecco vencesse. Ainda temos 2 provas até o final do campeonato, e ao que tudo indica o final da temporada deve ser eletrizante.

 

A NASCAR foi até Las Vegas para mais uma etapa, e mesmo com uma certa dificuldade do carro de nova geração para propiciar ultrapassagens a prova foi bem movimentada. Seja pelas rodadas provocadas por estouros de pneus (geralmente causados pela pressão abaixo do recomendado pela Goodyear, na tentativa das equipes de buscarem maior aderência), seja por acidentes casuais ou provocados, a corrida não deu muita chance para o fã reclamar. O que deu pra reclamar foi da transmissão tabajara, já que o comentarista estava em um de seus piores dias... ah, que saudades dos comentários do Edgard Mello Filho... depois reclamam quando o Shrek senta o dedo no verbo na coluna das terças-feiras, mas também não ajudam. Bom, vamos ao que interessa, corrida. Mais uma vez os vencedores dos estágios não se deram muito bem: primeiro estágio vencido por Bubba Wallace, e no começo do segundo estágio, enquanto Bubba disputava com outro piloto, Kyle Larson de maneira ousada tentou passar ambos ao mesmo tempo mergulhando na curva 3... claro que por conta disso na transição para a curva 4 o carro apresentou subesterço e foi para a parte externa da curva, retirando o espaço do Bubba, que mesmo sem ter sido tocado abusou da correção e bateu sozinho no muro. Ambos poderiam ter continuado suas corridas a partir dali, mas Mr. Wallace estava muito fulo da vida dentro do carro e achou que seria uma ideia inteligente dar um payback imediato em um trecho onde os carros passam a 300 km/h. Bateu em Larson, que rodando atingiu Christopher Bell (lembrando que Bell é piloto Toyota que continua na disputa pra chegar na decisão e que Bubba é piloto Toyota que nem se classificar para a primeira fase dos playoffs se classificou), danificando a suspensão traseira deste e forçando ao abandono. A situação parou aí, certo? Não! Descendo do carro, Bubba se achou no direito de ir tirar satisfação com Kyle, que teve um autocontrole monumental para não responder aos empurrões e xingamentos do Bubba e depois ser acusado de racista (Bubba adora fazer esse tipo de coisa). Enfim, gostaria de ver Mr. Wallace fazer o que fez com Logano, Harvick, com pilotos que iriam reagir ao piti que ele teve ao descer do carro, só pra ver se ele é realmente tão machão assim como quis mostrar. Que falta faz um Cale Yarborough na categoria... bom, o 2º segmento ficou nas mãos de Ryan Blaney, que também teve problema (rodou no segmento final e terminou a prova com 7 voltas de atraso). A vitória, conquistada no braço e na estratégia, foi de Logano, que com isso garantiu sua vaga na decisão do título lá em Phoenix. Na 2ª posição chegou Ross Chastain, que nas últimas voltas segurou com maestria a forte pressão exercida por Kyle Busch, que teve uma série de contratempos na parte inicial da prova mas foi se recuperando e no final conseguiu um excelente resultado para quem rodou mais de uma vez na pista, terminando na 3ª posição. Em 4º chegou Chase Briscoe e fechando o Top-5 apareceu Denny Hamlin. Nos bastidores a noticia que, se não chegou a surpreender certamente foi decepcionante, diz respeito a Kurt Busch. Ele vinha fazendo um ótimo trabalho esse ano, mas sofreu um acidente, o acidente gerou uma concussão cerebral... e ele informou que só retorna ano que vem, e ainda assim não em todas as corridas. Quem também informou que não retorna esse ano e pelo mesmo motivo (mas ao menos a princípio deve fazer a próxima temporada inteira) é Alex Bowman, o que significa que Noah Gragson continuará a guiar o carro #48 até o fim do ano. Aparentemente nas batidas no muro com a traseira o carro da nova geração transmite muito mais o impacto para o piloto do que o modelo anterior, e isso certamente é um problema sobre o qual a NASCAR precisa se debruçar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.