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Overdose de velocidade em 2 e 4 rodas e título da Fórmula 1 definido em Suzuka PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 10 October 2022 09:18

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Torço para que todos estejam bem. Mais um final de semana no qual o fã de esporte a motor não teve motivos para reclamar, muita ação, sobre duas ou quatro rodas, e em pistas que valem a pena você se debruçar nos detalhes do traçado. Seja uma antiga pista “raiz” com Suzuka, seja numa pista nova muito bem construída e projetada como as pistas de Portimão e de San Juan Villicum (essa pista de San Juan tem o equivalente à quantidade de pontos de ultrapassagens de 3 autódromos tapuias, por exemplo), e mesmo o velho Hockenheimring, assassinado a sangue frio com requintes de crueldade e sadismo por Hermann Tilke, o Maldito, conseguiu propiciar uma ótima etapa final de campeonato no DTM. Mas acho que estou me apressando nos assuntos, vamos com calma.

 

Primeiro vamos até a decisão de título sul americano, o do TCR South America, que ocorreu na ótima pista de San Juan Villicum, na opção de traçado utilizado pela Turismo Carretera, dispensando a utilização de 2 chicanes e com comprimento total de 4.254 metros. Por sinal, o mesmo autódromo que receberá a etapa argentina do Mundial de Superbike (do qual escreverei mais adiante nessa coluna). Aproveitando que era o último fim de semana de corridas do ano, o pessoal não teve medo de trocar tinta entre os carros... e a picape de segurança (momento NASCAR na América do Sul) trabalhou um bocado nas duas corridas. A primeira corrida teve a vitória do Toyota Corolla de Jorge Barrio, piloto jovem como o carro de corrida, desenvolvido no campeonato sul americano e que estreou na metade desse campeonato. Foi acompanhado no pódio pela dupla de pilotos de Cupra, Raphael Reis na 2ª posição e Bernardo Llaver em 3º. Para Fabricio Pezzini (Lynk & Co) bastava chegar à frente de Ángel Rosso (Honda) na primeira corrida... e Pezzini terminou em 4º e Rosso em 5º. Foi o suficiente para a disputa pelo título ser decidida ainda na primeira corrida do dia. Para a segunda corrida, já com o título definido, o pessoal foi para a pista com o sabre entre os dentes... e um bocado de gente passeou pelas áreas de escape, largou peças e pedaços de carros pela pista, e a corrida foi deliciosa de assistir. Ao final das 16 voltas, o degrau mais alto do pódio foi ocupado por Juan Ángel Rosso, com Bernardo Llaver em 2º e Barrio em 3º. Agora é aguardar a temporada 2023, se tiver novamente corrida em Interlagos espero ter a oportunidade de assistir pessoalmente como tive esse ano.

 

Mais uma vez a pista de Hockenheim foi o palco da decisão do título do DTM. No sábado, após uma interrupção motivada por um acidente duplo que com pouco mais de 10 minutos de corrida levou a uma grande quantidade de pedaços de carros, de diferentes tamanhos, espalhados pela pista quase em frente a uma das novas arquibancadas criadas pelo Tilke na famigerada reforma que acabou com a parte mais interessante da pista. Felizmente para quem está na frente esses problemas do pelotão intermediário não são muito relevantes: Lucas Auer (Mercedes) largou na pole e terminou na 1ª posição. Foi acompanhado no pódio pelos BMW de Sheldon van der Linde em 2º e Marco Wittmann em 3º. O brasileiro Felipe Fraga (Ferrari) terminou a corrida em 13º lugar. Esse resultado do pódio auxiliou a busca do jovem Sheldon pelo título, mas ainda teria a corrida do domingo... bem, no domingo o grid estava menor: além do Felipe, que não largou por conta de ter batido nas barreiras de proteção na tentativa de melhorar o seu tempo e largar mais adiante, mais 7 pilotos envolvidos na grande carambola do sábado não puderam largar no domingo. Com menos carros, a corrida foi mais fluida e com mais estratégia envolvida. Ao cabo das 34 voltas da corrida, primeira vitória do ano para Marco Wittmann, que conseguiu manter sob controle os ataques do pole position René Rast (Audi). Um bom resultado para um postulante ao título, mas... com a 3ª posição de Sheldon van der Linde, o sul africano consegue conquistar o seu primeiro título, aos 23 anos, também o primeiro título de um piloto nascido na África do Sul. Outro postulante ao título, Lucas Auer, terminou apenas na 7ª posição, e teve de se contentar com o vice campeonato (Rast terminou em 3º na pontuação).

 

O Mundial de Superbike foi até Portimão para mais uma etapa. No sábado a corrida foi encurtada por conta do tempo que o helicóptero de socorro levou para retornar após levar para o hospital o piloto Victor Steeman, da categoria Supersport 300, até então vice líder do campeonato, que se envolveu em um acidente no fim da 2ª volta com José Gonzalez. Levou a pior, e se encontra no hospital em estado grave, com politraumatismo e ferimento na cabeça. Nessa situação, o arrojo e determinação do atual campeão fizeram a diferença, e o degrau mais alto do pódio foi ocupado por Toprak Razgatlioglu (Yamaha), seguido de perto por Alvaro Bautista (Ducati) e a 3 segundos de distância por Jonathan Rea. No domingo a corrida teve a extensão normal, e tivemos a oportunidade de presenciar uma bela disputa entre Bautista e Toprak, com vantagem para o espanhol. Ao fim da corrida Rea, que chegou quase a 5 segundos do vencedor no 3º lugar, era a própria expressão da decepção. Mesmo Toprak, a pouco mais de 2 segundos, não estava muito feliz ao final da prova, afinal enquanto os pneus aguentaram ele atacou com empenho Bautista em busca da vitória, mas nas últimas 5 voltas os pneus dele perderam desempenho em relação aos do vencedor.

 

A Fórmula Um retornou ao Japão após o intervalo provocado pela pandemia, e mais uma vez um título foi decidido por antecipação na pista de Suzuka. Após a largada, como já havia acidente na primeira volta, o safety car foi acionado, depois veio a bandeira vermelha e um bom tempo de interrupção causada pela falta de condições para se dirigir utilizando os pneus para chuva forte. Conforme confirmou Mario Isola, da Pirelli, as equipes não se interessam pelos testes de desenvolvimento dos pneus de chuva forte... e então reclamam. Ao menos a corrida aconteceu, ao contrário do papelão de Spa 2021. Entretanto, já que o interesse no desenvolvimento de pneus de chuva existe, e a categoria não se mostra muito disposta a correr em condições que não sejam boas, que ao menos sejam adotados os Air Titans para secar a pista e que a prova possa ser adiada para o dia seguinte como acontece com as corridas de NASCAR e Indy em ovais. Ou que se baixem as exigências da categoria em termos de segurança, muito mais altas que as das categorias mencionadas. Enfim, nessas condições Max Verstappen confirmou seu favoritismo e venceu a corrida. Não seria por si só suficiente para o título com Leclerc terminando em 2º, mas como na última volta o monegasco escorregou na chicane antes da chegada e cortou o caminho, recebeu uma punição de 5 segundos... o que o derrubou para 3º, atrás de Pérez, e deu a Max a vantagem necessária na pontuação. A polêmica ficou por conta da liberação precipitada de tratores na pista para o resgate do carro de Sainz Jr., sendo que Pierre Gasly passou perto de um deles e levou a uma série de mensagens alarmistas nas redes sociais durante a mais de uma hora de interrupção da corrida, começando pelo isqueiro mór que é o pai do finado Jules Bianchi. Haja paciência, só o que tenho a comentar a respeito... houve erro? Sim. É para fazer o escândalo que fizeram? Pouco provável... enfim, os tempos atuais são complicados.

 

A NASCAR foi até o misto de Charlotte para a rodada eliminatória de 12 para 8 pilotos que prosseguirão na disputa do título. A corrida foi bem tranquila até perto do final, quando uma placa de propaganda foi arrancada por um “jênio” que raspou na mureta interna de uma das curvas. Esse reagrupamento levou a uma relargada relativamente selvagem, e um pedaço da zebra parafusada da chicane na reta oposta foi arrancado. A bandeira vermelha é acionada para o conserto, e a relargada que se segue vê o único piloto que foi para a pista com a declarada missão de vencer a corrida para conseguir passar para a fase seguinte dos playoffs atingir o seu objetivo. Vitória surpreendente de Christopher Bell, que assim se classificou para continuar na disputa do título, e eliminação surpreendente para o atual campeão Kyle Larson, que perdeu algumas voltas consertando a suspensão traseira danificada em um toque no muro. Junto com ele, não passaram para a próxima fase Alex Bowman (que não participou das duas últimas provas, em recuperação do acidente que lhe rendeu uma concussão cerebral), Daniel Suárez e Austin Cindric. Atrás de Bell chegaram Kevin Harvick em 2º, Kyle Busch em 3º, Allmendinger em 4º e o Top-5 foi encerrado com Justin Haley. Agora é esperar o que Las Vegas trará em termos de disputas e emoção...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.