Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A importância dos bons exemplos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 05 October 2022 19:55

Caros Amigos, Em nosso cotidiano estamos cercados de bons e maus exemplos, indo desde o comportamento humano daquela pessoa que joga uma guimba de cigarro no chão ou um papel de bala, àquele que atravessa uma rua ou avenida fora da faixa de pedestres (e xinga o motorista que reclama), igualmente ao motorista que para o carro sobre a faixa de pedestres ou tranca um cruzamento, indo até os atos de xenofobia, discriminação racial, social (e recentemente estamos vendo a geográfica).

 

Atos desta natureza, infelizmente, estendem-se aos meios profissionais com a quebra de preceitos éticos seja no comércio, na indústria, nos meios corporativos, com casos de espionagem industrial, tráfico de informações sigilosas, dumpings, medidas políticas e bloqueios, sobretaxas de comércio e também no esporte, com casos de corrupção, doping, assédios morais e sexuais, formando um conjunto aparentemente sem fim.

 

Nós, seres humanos, imperfeitos e falíveis, somos capazes de interpretar estes erros, falhas e desvios para corrigi-los, muito mais do que um animal, supostamente irracional, mas que – instintivamente – não ataca uma cerca ou uma passagem com tábuas espaçadas, conhecidas como “mata burro”. Entretanto, a falta de percepção que vimos nestes dois últimos GPs da Fórmula 1 foi algo preocupante no tangente a capacidade daqueles que tem o dever de prezar pelo cumprimento dos regulamentos, pela salvaguarda e segurança dos pilotos e trabalhadores (profissionais e voluntários).

 

No último Grande Prêmio da Itália, por motivos nem um pouco claros e tampouco justificáveis, a direção de prova conseguiu promover um final melancólico para uma ótima corrida ao não acionar – rapidamente – uma bandeira vermelha e a consequente interrupção da prova para que o carro de Daniel Ricciardo fosse retirado e a corrida pudesse ter – talvez – três voltas de bandeira verde e disputa por posições, o que não aconteceu como todos sabemos.

 

As memórias referentes ao desfecho da temporada de 2021 vieram à tona como uma erupção do vulcão do monte Vesúvio especialmente quando a Federação Internacional de Automobilismo divulgou o comunicado para justificar a decisão da direção de prova, explicitando uma denotada incapacidade daqueles que hoje dirigem o esporte, do diretor de prova até a diretoria da entidade, em perceber o efeito negativo provocado pela decisão tomada.

 

Passadas três semanas, tempo suficiente para qualquer reflexão mais profunda, a direção da corrida (junte-se a figura do diretor de prova os comissários desportivos). Durante a corrida, quando da permanência do Safety Car na altura da volta 36, o então líder da corrida, Sérgio Perez, não manteve a distância de 10 carros para o carro de segurança. O não cumprimento desta distância máxima é passível de punição conforme o regulamento esportivo da categoria.

 

O piloto mexicano já havia levado uma advertência informada pela própria Red Bull, ao não cumprir a regra entre as curvas 9 e 10, repetindo a infração entre as curvas 13 e 14. Após a corrida ser retomada, a orientação por rádio para piloto foi de que ele poderia ser punido e deveria tentar colocar sobre o segundo colocado uma vantagem superior a 5 segundos para, em caso de confirmação da punição, ele continuasse à frente de Charles Leclerc.

 

Sendo o regulamento bastante claro e havendo uma constatada reincidência da transgressão do mesmo – a ponto da equipe Red Bull orientar seu piloto a aumentar o ritmo das voltas – não havia justificativa plausível para que a direção de prova levasse mais de três horas para confirmar o resultado oficial da prova com a soma de 5 segundos em seu tempo de prova, além de 2 pontos na carteira (que caso atinja o total de 12, suspende o piloto de uma corrida).

 

Em dois episódios ocorridas em temporadas anteriores, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton foram punidos com um ‘Drive Thru’ pela mesma infração. A falta de critérios lógicos por parte dos delegados da FIA para suas corridas acabam por comprometer o esporte, irritar os espectadores e trabalhar contra as boas práticas profissionais, algo que nenhuma das partes envolvidas certamente deseja.

 

Este é o terceiro mau exemplo na condução das corridas da Fórmula 1 em um intervalo de menos de um ano. Neste intervalo, tivemos também um grave episódio na etapa da Stock Car em Santa Cruz do Sul, onde uma liberação em condições inseguras de parada nos boxes provocou um acidente muito sério, com três carros envolvidos e 3 mecânicos feridos. A direção de prova hesitou em colocar a corrida sob Safety Car, com a entrada do mesmo acontecendo após o líder completar mais uma volta e meia na pista. O automobilismo não precisa de maus exemplos.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva