Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A capacidade de desagradar a todos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 29 September 2022 19:18

Caros Amigos, Acredito que o assunto desta nossa conversa semanal deveria ser tratado com muito mais propriedade pela nossa Editora Chefe, a Dra. Em Psicologia e Comportamento Humano, Catarina Soares.

 

Em nossas vidas pessoais ou profissionais eventualmente nós somos confrontados com situações desagradáveis. O sentimento de incômodo com alguma coisa ou situação é algo que, por vezes, pode ser relativizado. Algo que é desagradável para uns pode não ser para outros.

 

Entretanto, algumas situações, colocações, coisas ou mesmo pessoas podem ter a capacidade de conseguir desagradar a todos (ou quase todos) e em considerando-se o contexto deste incômodo, as consequências que podem advir podem provocar uma sucessão de mais sentimentos de incômodo, provocando uma verdadeira “bola de neve” caso nada seja feito para contornar-se o que está em curso.

 

A Fórmula 1, nos tempos da gestão de Bernie Ecclestone, em 1981 foi assinado o primeiro “Pacto da Concórdia”, que tem esse nome pelo fato da sede da Federação Internacional de Automobilismo ficar na Praça da Concórdia, em Paris. Foi uma forma de tentar criar um canal de entendimento entre as equipes, os construtores (no caso, seu representante, o próprio Bernie Ecclestone) e a – na época – FISA, o braço esportivo da FIA, denominação e separação que deixou de existir.

 

O balanço de forças – e interesses – sempre foi algo delicado entre as partes e a entrada de grandes montadoras no grid deu um maior poder de argumentação nas reuniões entre as três partes. Com a entrada do Grupo Liberty Media, buscou-se manter o sistema funcionando, mas a assinatura do pacto em 2020 foi um processo desgastante. Possivelmente, com a chegada de Stefano Domenicali para a função de CEO da proprietária dos direitos da categoria, sendo ele “um homem de Fórmula 1” e europeu, algumas expectativas devem ter sido depositadas.

 

Entretanto, o CEO (ou um CEO) é um cargo de extrema confiança em um conglomerado e normalmente o ocupante do cargo está em sintonia com os proprietários e o corpo diretivo. Quando foi anunciado o calendário da categoria para a temporada 2023, com 24 corridas, anunciado pela FIA (que certamente recebeu o mesmo com os devidos contratos firmados pelo Grupo Liberty Media com os promotores locais), as equipes foram, literalmente, pegas de surpresa.

 

Após a última reunião do conselho mundial de automobilismo na terça-feira, a FIA divulgou unilateralmente. Apresenta um número recorde de corridas em uma temporada que começa no Bahrain em 5 de março e termina em Abu Dhabi em 26 de novembro. Fontes dentro do esporte acreditam que isso apenas agravou a sensação de fadiga e desconexão que as equipes sentem com a FIA, o que ficou claro após o Grande Prêmio da Itália.

 

Com tantas datas para serem “encaixadas” em um intervalo que não deve exceder oito meses, muitas “rodadas triplas”, com três corridas em finais de semana consecutivos. Este expediente foi utilizado durante a pandemia e acabou criando um precedente para que a situação de exceção acabasse por tornar-se regra. Além do anúncio que não era esperado, entre as “rodadas triplas”, a última delas, passando por EUA, México e Brasil necessita a aprovação das equipes e isso pode criar um problema imediato.

 

No final de semana do GP da Itália a FIA e seu presidente, Mohammed Ben Sulayem, receberam críticas consideráveis, no sábado, ​​sobre a demora na divulgação da definição do grid após a qualificação e no domingo, ao final da corrida, o uso do safety car e o procedimento que se deu nas voltas finais. Entretanto, a FIA não decide sozinha o calendário. Os contratos com os promotores locais são responsabilidade do Grupo Liberty Media, que vai fazer três corridas nos Estados Unidos, duas deles em pistas urbanas.

 

O calendário de 2023 também desagradou uma fatia considerável dos fãs da categoria, que além de criticar a quantidade de corridas, mostrou-se indignada com o risco de retirada dos circuitos tradicionais – em geral na Europa – para a inclusão de novas corridas em outros países. Uma vez que a Fórmula 1 necessita de um público consumidor – com audiência por TV e streaming e venda de produtos licenciados – de empresas interessadas em anunciar (o que depende de uma visualização considerável) e igualmente das empresas que participam da categoria, indo desde peças às complexas unidades de potência.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva