Olá amigos, tudo bem? Na terça-feira agora, 13, dois dias depois do término da temporada 2022 do NTT IndyCar Series, eu já estava na pista novamente e acelerando. Com o teste em Road Atlanta, já estou me preparando para mais uma corrida. Será no dia 1º de outubro, nesse mesmo circuito no estado da Georgia, quando será disputada a prova Petit Le Mans, com 10 horas de duração. Vou participar ao lado da dupla titular da Meyer Shank Racing no IMSA WeatherTech SportsCar Championship, formada por Tom Blomqvist e Oliver Jarvis. E minha maior motivação é poder ajudar nosso time a conquistar o título da temporada. Após nove corridas disputadas, os meninos mandaram muito bem e a liderança do campeonato está quase empatada. Nós estamos na vice-liderança com 19 pontos de desvantagem para o Ricky Taylor e Filipe Albuquerque, pilotos da Wayne Taylor Racing que estão na ponta. Essa diferença é quase nada quando a gente sabe que estão em jogo nada menos do que 385 pontos. Ou seja, vai ser muito legal voltar ao Acura ARX-05 DPi para brigar por esse título. Obviamente que, caso consigamos alcançar esse objetivo, os campeões serão o Tom e o Oliver, mas é uma satisfação participar desse momento. Já imaginaram participar em apenas duas etapas, a primeira e a última, e vencer as duas? Seria demais!Como vocês se recordam, formei o quarteto – incluindo o Simon Pagenaud – que venceu a Rolex 24 at Daytona no mês de janeiro. Foi uma maneira formidável de começar o campeonato e, agora, temos a chance de fechar o calendário na mesma posição no pódio. Não tenham dúvidas de que vamos trabalhar bastante para isso. O treino desta semana serviu para a gente afinar o acerto e garantir uma posição confortável para os três pilotos. Até a ordem de entrada na pista já foi definida. Como eu e o Tom temos praticamente a mesma altura, o Tom começa e eu entrarei na sequência, de modo a aproveitarmos a mesma posição de banco. Quando o Oliver assumir o carro, aí ele entra com o banco dele por ser mais alto. Isso quer dizer que, nessa ordem, as paradas para troca de pilotos serão otimizadas. Pode parecer um detalhe sem importância, mas são justamente os detalhes que acabam fazendo a diferença, principalmente num campeonato tão parelho como esse, com as duas equipes candidatas ao título utilizando o mesmo equipamento. Podem apostar, será demais! Nas próximas colunas, falarei mais da IndyCar, cuja temporada terminou no dia 11, mas agora quero cumprimentar a Penske e o Will Power pela conquista. Fiquei feliz por ele, pela Liz e pelo Bo, o filhinho deles. Nossa performance foi uma evolução constante e a maneira como terminamos o ano me deixou bem otimista. Mas, sobre isso, vou falar nas próximas colunas. Grande abraço a todos e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Queridos amigos leitores, Chegamos ao fim de uma temporada espetacular na IndyCar Series. Matematicamente tínhamos 5 pilotos em condições de se sagrar campeão. Numa visão mais prática, três deles tinham as maiores possibilidades. No início do ano, em uma das minhas colunas, falei que teríamos uma disputa entre a geração dos pilotos mais experientes, onde estavam Will Power, Scott Dixon, Takuma Sato, Helio Castroneves, Simon Pagenaud, Graham Rahal, Romain Grosjean e outros. Do outro lado estavam os jovens valores, com Alex Palou, Pato O’Ward, Scott McLaughlin, Colton Herta, David Malukas, Callun Ilott e outros, além do pessoal “do meio” com Alexander Rossi, Josef Newgarden, Felix Rosenqvist, Marcus Ericsson, Alexander Rossi... E a geração dos mais novos, que conquistou o campeonato de 2021 com Alex Palou, chegou no final da disputa com Pato O’Ward e Scott McLaughlin, mas a prática deixou o campeonato entre Will Power, Josef Newgarden e Scott Dixon. A experiência falou mais alto em 2022, mas a nova geração está aí! Will Power venceu o campeonato e Alex Palou venceu a corrida. Josef Newgarden foi uma grande protagonista na corrida, saindo do fundo do grid e chegando ao pódio. Já Scott Dixon, nada funcionou na etapa final. Após a qualificação, onde um erro no sábado poderia realmente ser transformado em um pesadelo no domingo, conquistar a pole position e ver seus adversários diretos mal posicionados. Apesar do erro no treino que o colocou no fundo do pelotão, isso acabou dando uma condição diferenciada à Josef Newgarden para a corrida: todos os cinco conjuntos que foram colocados em seu carro na corrida durante a tarde de domingo eram novos, ainda traziam seus adesivos. A única bandeira amarela e entrada dos Safety Car na corrida também ajudou um pouco, porque reduziu um pouco o segundo stint de todos os outros e o colocou mais em sincronia com os líderes. O líder do campeonato largou da pole e Power realmente só precisava não ter nada muito fora do script e evitar problemas para conquistar o título pela segunda vez em sua carreira... e ele fez tudo absolutamente certo! Quando chegou a hora, a maior ameaça entre seus quatro rivais e que começou o dia com a maior desvantagem (Newgarden estava na última fila do grid após um erro no início da qualificação), ele foi frio e racional na disputa pela 2ª posição no meio da prova. O espetacular desempenho de Josef Newgarden só encontrou parâmetro no de Alex Palou, que tinha um motor novo em seu carro. Largando em 25º, o piloto da Penske conquistou seis posições nas primeiras quatro voltas, apesar de estar com pneus de banda preta (duros). Na volta 14, ele subiu para oitavo, ajudado por um grupo de carros mergulhando nos boxes para se livrar dos pneus vermelhos (macios) que se desgastavam rapidamente. Algumas voltas depois, ele foi ao sexto lugar e permaneceu no top 10. assim que os três paradas completaram suas primeiras visitas aos boxes. Depois da entrada do Safety Car – motivado pelo azarado Callum Ilott, cujas esperanças de transformar sua primeira largada da primeira fila em um final sólido foram encerradas por uma falha no motor quando o carro da Juncos Hollinger estava saindo dos boxes – Newgarden realmente entrou na briga pela vitória, mas ele precisava fazer uma parada a mais do que a maioria dos outros no pelotão da frente, mas logo ficou claro que ele tinha tudo o que precisava para fazer funcionar. Protagonista de três ultrapassagens no saca-rolhas em cinco voltas, que o colocaram à frente dos dois McLaren e de Power, seu ritmo no ar limpo fez o resto. Ele provavelmente teria vencido a corrida não fosse pelo fato de Palou ter velocidade semelhante, mas com o luxo adicional de precisar fazer uma parada a menos. O espanhol ficou à frente de Power para assumir a liderança logo após a primeira rodada de paradas e se impôs, construindo uma vantagem que aumentava volta a volta até chegar de pouco mais de meio minuto quando recebeu a bandeirada final. O plano de Will Power, de passar a tarde toda controlando a corrida, andando no pelotão da frente não saiu exatamente de acordo com o roteiro: ele só tinha um conjunto de pneus pretos novos para a corrida, que ele guardou para o último stint, e também se viu lutando com o carro durante o segundo stint após uma mudança de asa durante a primeira parada levou o manuseio na direção errada. Mesmo assim ele continuava se mantendo na P2 e a equipe corrigiu o ajuste errado na parada seguinte. Quando foi atacado por Newgarden, resistiu, mas não radicalizou. A P3 daria a ele o título mesmo que seu companheiro de equipe vencesse a prova. Se na corrida em Portland a Penske não deu a ordem para a troca de posições entre McLaughlin e Power – para a corrida de Laguna Seca a IndyCar emitiu um comunicado de que essa prática implicaria em punição aos pilotos e equipes – na corrida, mesmo com seu piloto mais jovem ainda tendo chances matemáticas de título, McLaughlin, que estava em posições à frente de Scott Dixon, seguia cada passo da estratégia do piloto da Chip Ganassi. Ele parava uma volta após o neozelandês e assim a Penske procurava se precaver de alguma ação genial do Genial Scott Dixon. Só não esperavam – e duvido que tenham reclamado – que o piloto do carro #9 fosse fazer uma corrida tão apagada. Largando em 16°, nada deu certo para Dixon e ele se viu alijado da disputa pelo 7º título. Christian Lundgaard, da RLL, cujo quinto lugar foi mais do que suficiente para garantir o título de Rookie of the Year. Campeonato terminado, as equipes já estão de olho no programa de testes intertemporada e se prepararem para 2023 e também do que pode haver de mudanças nas equipes. A mudança que haveria, não mais haverá: Alex Palou continuará na Chip Ganassi, não vai (por enquanto?) para a McLaren. A questão em torno de Alex Palou ainda é a mais chamativa, mas as mudanças não estão limitadas ao imbróglio entre Chip Ganassi e McLaren. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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