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A busca da qualidade na velocidade da Fórmula 1 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 14 September 2022 21:40

Caros Amigos, O mundo corporativo vem trabalhando há décadas em processos de qualidade, governança, sustentabilidade, saúde, meio ambiente e outros tantos programas para tornarem suas empresas melhores, mais competitivas e mais respeitadas no mercado.

 

Esses processos são verdadeiros seres vivos. O dinâmico mundo no qual vivemos exige que os procedimentos passem sempre por revisões e ajustes – uns pequenos, outros grandes – uma vez que o mundo como um todo e os mercados em particular exigem cada vez mais comprometimento para que aquilo que é entregue no final do processo seja o melhor produto possível.

 

A Fórmula 1 passou por um final de temporada traumático em 2021, que custou o título de pilotos à Lewis Hamilton e o emprego do maior protagonista do episódio fora da pista, o então diretor de provas Michael Masi. Entre o final do GP de Abu Dhabi em Yas Marina e o início da temporada 2022, um longo, desgastante e pouco transparente processo de apuração dos fatos foi realizado – a portas fechadas – pela Federação internacional de Automobilismo. A decisão do campeonato não foi mudada, mas Michael Masi, inicialmente, perdeu seu cargo de diretor de provas e, alguns meses depois, desligou-se de suas atividades na FIA e retornou para seu país natal.

 

No último domingo tivemos uma “situação semelhante” àquela vivida em Yas Marina: a McLaren de Daniel Ricciardo apresentou problemas e o piloto parou o carro próximo a uma agulha entre as duas curvas de Lesmo. Por algum motivo que até hoje não foi esclarecido, o carro não foi colocado no “neutro” para poder ser empurrado para fora da área de escape. A direção de prova só colocou o carro de segurança no final da volta 48... e na posição errada, entrando à frente da Mercedes de George Russel e não da Red Bull de Max Verstappen, que liderava a corrida.

 

Embora todos os esforços tenham sido feitos para recuperar o carro nº 3 rapidamente e retomar as corridas, a situação se desenvolveu e os comissários não conseguiram colocar o carro em ponto morto e empurrá-lo para a agulha e pela comunicação de rádio, foi solicitada a vinda de um trator-grua para suspender o carro do chão e removê-lo do local. Enquanto isso se desenrolava, o diretor de provas – o alemão Niels Wittich – cumpria rigorosamente o que estava escrito no regulamento, que exigia que a pista estivesse livre, os retardatários tirassem a volta de atraso e chegassem ao final do grid para, só então, ser retirado o carro de segurança e dada a bandeira verde. Não houve tempo hábil para isso!

 

Como espectadores – no autódromo, na TV ou nos canais de streaming – a decisão mais evidente e que deveria ser tomada era a direção de prova seria interromper a corrida com uma bandeira vermelha, ainda na volta 48, na pior das hipóteses na volta 49. Entretanto, esta tomada de decisão não está prescrita no regulamento da FIA para este tipo de situação. Evidentemente, caso isso fosse feito e a corrida retomada para duas, talvez três voltas finais em bandeira verde não só aumentaria o espetáculo – valorizado tanto em outras regras que agora são aceitas quando antes não existiam, como recomeços em pé – mas, certamente, se apresentaria como uma reação concreta e positiva em relação ao ocorrido em Abu Dhabi.

 

Como não poderia deixar de ser, as posições e declarações de pilotos e dirigentes de equipe foram das mais distintas. A única coisa que podemos dizer que foi unânime foi a sensação de anticlímax quando os pilotos receberam a bandeira quadriculada atrás do Aston Martin conduzido por Bernd Mayländer. As as equipes realmente discutiram a ideia de criar regras que significassem que uma bandeira vermelha para preservar as últimas voltas em bandeira verde poderia ser lançada. A Fórmula Indy usou deste expediente pelo menos uma vez este ano.

 

Após a corrida, o presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem, está se reunindo com seus diretores na FIA, com gerentes de equipe e representantes do Grupo Liberty Media para discutir o que pode ser feito para alterar a regra de formas a se evitar o que aconteceu no último domingo. Nesta hora, é preciso fazer o que o meio empresarial faz: aprimorar seus processos e entregar um produto, um serviço, um entretenimento, melhor.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva