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O modelo de negócios da Fórmula 1 é realmente eficiente? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 31 August 2022 20:54

Caros Amigos, Começo a minha coluna de retorno agradecendo a todos que mandaram mensagens para o site perguntando por mim e porque esta coluna semanal das quintas-feiras não estava sendo publicada.

 

A minha saúde andou cambaleante e foi necessário um período forçado de repouso e este forçadamente absoluto para a minha recuperação dentro do que hoje é possível para mim. Entretanto, se o corpo necessitou de uma “parada mais longa nos boxes”, a mente continuou “virando voltas rápidas” (créditos ao meu filho por esta comparação).

 

Neste intervalo, muitas coisas interessantes e importantes aconteceram relacionadas ao produto de mercado chamado Fórmula 1. Porque chamar a principal categoria do automobilismo mundial de “produto de mercado”? Apesar das nossas paixões, torcidas, discussões – e até mesmo brigas – pelos pilotos, equipes, circuitos e até dirigentes, há muito tempo, para os que estão envolvidos diretamente na categoria, ela é um meio de gerar riqueza (ou reduzi-la).

 

Vendo a forma como ela é tratada pelos que dela lucram, algumas coisas não fazem sentido para alguém que, como eu, trabalha no mercado mobiliário há mais de duas décadas. Uma delas diz respeito a esta enorme resistência de algumas partes desta complexa engrenagem que é a Fórmula 1 em receber com bons olhos – e braços abertos – a potencial entrada da Andretti como mais uma equipe no “circo”.

 

A alegação mais lida e ouvida é de que uma equipe a mais na divisão do que é repassado pelo Grupo Liberty Media para as equipes diluiria o montante a ser recebido e esta postura é – de forma indireta – pelo atual CEO da empresa, Stefano Domenicali. Contudo, trata-se de uma empresa norte americana que está buscando estabelecer uma relação como nunca antes a Fórmula 1 conseguiu fazer. Se Bernie Ecclestone conseguiu fazer duas corridas por temporada em território norte americano, com o Grupo Liberty Media serão três a partir do próximo ano.

 

O mercado norte americano é o maior mercado consumidor do mundo e por isso Bernie Ecclestone insistia em fazer corridas em um país onde – naquela altura – a própria mídia especializada pouco ou nada conhecia sobre a categoria, situação esta que mudou completamente, especialmente com o estreitamento comercial envolvendo a McLaren e seu CEO, Zak Brown, que levou Fernando Alonso para correr as 500 Milhas de Indianápolis e estabeleceu uma equipe na categoria de monopostos do país, recebendo suporte da equipe Andretti.

 

A entrada da Andretti na Fórmula 1, com esta relação estreita estabelecida com a McLaren de Zak Brown e a chegada de pilotos norte americanos na categoria podem alavancar o retorno financeiro do Grupo Liberty Media e, consequentemente, aumentar o tamanho do repasse às equipes, que em muitos casos, são construtoras de veículos, tem produtos de mercado que, expostos de forma mais intensa, irão gerar retorno para estas marcas.

 

Neste último mês circularam diversas postagens sobre os destinos do calendário dos próximos anos e das possíveis alterações nos locais de corrida. É sabido que há uma grande quantidade de cidades e autódromos “candidatos” a sediar uma etapa do campeonato mundial de Fórmula 1, pagando um bolume de dinheiro para o Grupo Liberty Media que é muito interessante, entretanto, a entrada destes potenciais candidatos pode implicar na saída de alguns circuitos, como falou-se intensamente sobre Spa Francorchamps – que segundo informação circulada na transmissão da última corrida, garantiu-se por pelo menos mais um ano – e até mesmo Mônaco, que está envolvendo diretamente o Príncipe Albert nas tratativas. Neste caso, a saída de algumas praças pode impactar negativamente em um mercado fiel como o europeu.

 

Análises muito criteriosas precisam ser feitas por parte do Grupo Liberty Media sobre qual caminho tomar. Na verdade, é possível tomar ambos os caminhos, desde que haja equilíbrio nas tomadas de decisão para se buscar atender as partes. Em se conseguindoeste equlíbrio, todos teram retorno.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva