Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Red Bull morro acima, Ferrari morro abaixo em Spa e a NASCAR arrepiou em Daytona PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 29 August 2022 07:46

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Quase com certeza mais descansados que esse vosso escriba, para quem as 24 horas do dia definitivamente não vem sendo suficientes. Outro dia as olheiras estavam tão pronunciadas que eu estava quase parecendo um urso panda, ou integrante de banda de death metal, mas sem precisar usar a maquiagem que eles utilizam. Enfim, estou tentando aproveitar cada pequeno instante livre para dormir, o que não tem acontecido com a frequência e volume necessário. Verdade que tem umas corridas por aí que são um excelente remédio contra a falta de sono, mas... deixa pra lá.

 

Bom, vamos ao que interessa, corridas. Começando na Argentina, onde tivemos a segunda etapa “Endurance” (aquela que ao invés de ter 2 corridas de 30 minutos com pontuação separada, é feita uma única corrida de 1 hora de duração, com os carros sendo pilotados em dupla e recebendo os famosos “pilotos convidados”) do TCR South America na belíssima pista de Termas de Río Hondo. A prova marcou a estreia na categoria do Toyota Corolla GRS TCR, projeto desenvolvido no campeonato sulamericano, já que o modelo não participa do certame europeu. Apenas 1 Corolla foi para a pista na estreia, nas mãos da dupla Jorge Barrio/Thiago Camilo, e não se classificou mal não (largou em 6º, meio segundo atrás do pole, o já provado e aprovado Lynk & Co 03), mas com os previsíveis problemas de noviciado acabou não terminando a corrida. A prova foi das mais animadas, com diversos pilotos convidados do WTCR e alguns da Stock Car mostrando serviço junto aos competidores regulares do campeonato. Destaque deve ser dado à dupla Fabio Casagrande/Esteban Guerrieri, que venceram a etapa com um carro da Copa Trophy (subdivisão da categoria para os pilotos com menos experiência acumulada em carros de competição) largaram em 8º lugar, lideraram a corrida, perderam algumas posições e estavam no começo da última volta em 4º lugar (o que já seria um grande resultado), conseguindo alcançar a vitória ao se aproveitar da disputa entre 2º e 3º colocados que os levou à caixa de brita e, logo em seguida, contar com o azar do Honda de Ignacio Montenegro/Néstor Girolami, que perdeu muito rendimento na última volta e acabou no penúltimo lugar dentre os carros que receberam a bandeirada. Aliás, a disputa entre os carros das duplas Pedro Aizza/Mikel Azcona e Alceu Feldmann/Matías Milla rendeu uma coisa pouco vista numa categoria como o TCR: uma desclassificação. Digamos que a defesa de posição de Feldmann sobre a tentativa de ultrapassagem do Azcona foi TÃO ostensiva e violenta que o carro dele, que terminou em 2º, acabou sendo desclassificado da prova, conferindo o degrau do meio do pódio ao atual líder do WTCR e ao jovem (17 anos) brasileiro Pedro Aizza. O degrau mais baixo do pódio ficou com a dupla Fabricio Pezzini/Carlos Okulovich. Próxima etapa em Buenos Aires, espero que não usem aquela alternativa de pista hiper travada, ops, “técnica” como dizem na Banânia, criada para a Fórmula Um na metade dos anos 90.

 

Por falar em Fórmula Um, acabaram as férias de verão da categoria, e o palco de retorno foi a belíssima pista de Spa-Francorchamps. Muita e muita bobagem foi escrita em todos os lugares quando ano passado se anunciou que a pista receberia reformas, inclusive no complexo Eau Rouge/Raidillon. A maioria dos comentários em português da américa (leia-se Banânia) era que “vão matar a Eau Rouge” Pois bem, não só não mataram como ela voltou a ser um desafio como era nos anos 60, antes da busca incessante por áreas de escape transformar o traçado original da Raidillon em área de escape e fazer o trecho ser quase uma “reta torta”, para utilizar uma das figuras de linguagem preferidas do locutor mais chato e insuportável do continente. Tanto que teve ultrapassagem por lá, obra do garoto Mick Schumacher, que nitidamente não tem o colossal talento que o pai possuía mas também está longe de ser ruim. Por escrever “ruim”... a corrida em si esteve longe de ser boa. Sim, alguns momentos aqui e ali foram excelentes (como essa mencionada ultrapassagem feita pelo Schumaquinho, ou algumas feitas pelo Alonso, por exemplo), mas a corrida em si poderia – e deveria – ser melhor. A chatice foi auxiliada pela incapacidade da Mercedes de fazer um carro decente para brigar ali na frente e pela incapacidade da Ferrari em montar uma estratégia minimamente funcional. A cereja no bolo foi chamar o Leclerc pra colocar os macios no final da corrida, sabendo o tempo perdido entre parada, troca e saída do pitlane, e na tentativa de fazer ele ganhar um ponto fazer ele perder 2. Volto a lembrar, Mattia, por 2/3 do salário do Rueda eu consigo montar estratégias melhores que as dele. Só chamar, ainda posso me comunicar em italiano com a equipe, caso seja essa uma condição “sine qua non” para o cargo. Vitória ficou com Max Verstappen, que aparentemente voltou das férias ainda em melhor fase que quando entrou, e vencer largando da 14ª posição é um bom indício disso. A dobradinha Red Bull no pódio se completou com Sérgio Pérez, que não esteve em um dos seus dias mais inspirados – bem longe disso, aliás – mas foi o suficiente para se sobressair ao carro da Armata Brancaleone, que com Carlos Sainz Jr. ocupou o degrau mais baixo do pódio tendo largado  da pole position. Deu o que falar o incidente da primeira volta na Les Combes, onde Hamilton, talvez ainda meio zonzo do 1,8 segundo que levou do Max na classificação, comportou-se como um piloto iniciante e simplesmente quis passar Alonso por fora sem deixar espaço para o espanhol do lado de dentro da curva. Como ao contrário de 80% do resto do grid o Alonso não dá passagem automaticamente apenas por Hamilton ser Hamilton, claro que se tocaram, com a roda traseira do inglês subindo na roda dianteira do espanhol e causando uma decolagem que danificou o carro da Mercedes. Alonso, bem ao seu estilo, reclamou do inglês sem dizer nenhuma incorreção, e eu odeio admitir que o espanhol não estava errado. Aliás, odeio quando outros pilotos fazem alguma coisa que me obrigue a concordar com o Fenando Alonso, e esse foi o caso do Hamilton, que após retornar aos boxes ao menos reconheceu o erro. As ultrapassagens mais bonitas do dia foram feitas por Esteban Ocon, que “jantou” Ricciardo e Latifi na veloz Blanchimont e posteriormente na reta Kemmel reproduziu o feito de Mika Hakkinen passando ao mesmo tempo Ricciardo e Pierre Gasly. E Daniel Ricciardo deve se livrar do “encosto” McLaren ao fim da temporada, já que a não continuação do vínculo entre o piloto e a equipe foi anunciada no meio da semana passada. Não sei para onde vai, mas... o mundo é muito maior que apenas a Fórmula Um, tem muito lugar bom onde correr por aí.

 

E a temporada regular da NASCAR se encerrou em um palco monumental (Daytona), numa corrida que não queria acabar... era para ser uma prova noturna no sábado. A chuva assim não o quis, e após estudar os mapas meteorológicos para o dia seguinte a direção de prova transferiu a corrida para o domingo... 10 h da manhã no horário local (11h no horário de Brasilia). Horário pouco usual para a categoria, mas que se revelou a melhor opção, haja vista a real possibilidade de chuva no período da tarde. Bom, corrida em Daytona sempre é emocionante e imprevisível; valendo decisão das últimas vagas para prosseguir aos Playoffs, quando não estava interrompida foi uma corrida das mais interessantes possível, inclusive com abundância de “Big Ones”, alguns envolvendo vários carros, mas com poucas baixas e o último antes da bandeira vermelha por conta da chuva envolvendo metade do grid. E após uma “pequena” parada de mais de 3 horas, a corrida recomeçou para as 15 voltas finais, onde com a vitória o garoto Austin Dillon, auxiliado na última volta por um empurrão amigo do seu companheiro de equipe Childress Tyler Reddick, venceu a corrida e garantiu sua chance de disputa do título desse ano. Atrás dos dois carros da Childress chegou Austin Cindric em 3º, Landon Cassill em 4º e Noah Gragson fechando o Top-5. Sim, vocês leram certo os nomes de 4º e 5º colocados. E escrevo mais: dos 37 que largaram, apenas 17 terminaram a corrida, sendo que só os 10 primeiros na mesma volta do líder. Continuando com os ocupantes pouco comuns do pelotão da frente, tivemos Cody Ware em 6º, BJ McLeod em 7º e David Ragan em 9º. Martin Truex Jr. tentou bravamente ir para os playoffs, mas chegar em 8º não foi o suficiente para suas pretensões. Passam para a disputa do título nos Playoffs: Chase Elliott, Joey Logano, Ross Chastain, Kyle Larson, William Byron, Denny Hamlin, Ryan Blaney, Tyler Reddick, Kevin Harvick, Christopher Bell, Kyle Busch, Chase Briscoe, Daniel Suárez, Austin Cindric, Alex Bowman e Austin Dillon. Temporada regular terminou em um dos “templos” da categoria e os playoffs começam em outro, Darlington, talvez o oval mais desafiador da temporada. A conferir...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.