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MotoGP em Silverstone e três corridas nos EUA, com direito a chuva e caos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 08 August 2022 09:53

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que muito bem. Que beleza de final de semana tivemos em termos de esporte a motor, hein? Acho que não dá pra efetivamente dizer que tivemos “corrida ruim”, o pessoal foi para a pista com vontade de acelerar mesmo, e quem saiu ganhando com isso fomos nós, fãs do esporte, que assistimos disputas de alto nível em todas as categorias.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até Silverstone para mais uma etapa. Não vou dizer que essa é minha pista favorita nas Ilhas Britânicas para corrida de moto, MAS o pessoal da FIM aparentemente não se prende muito a questões técnicas na hora de escolher a pista... Aleix Espargaró que o diga: levou um tombo nos treinos, foi ejetado da moto e caiu na área de escape. Fosse uma pista preparada para MOTOS, a área de escape seria em brita, o que ajudaria a amortecer o choque... mas Silverstone é uma pista reformada especificamente para Fórmula Um, o que se traduz em áreas de escape asfaltadas, para alegria dos comissários da entidade que podem ficar se ocupando com punições por “exceder os limites de pista”, e saiu sentindo muitas dores. Ele até correu no domingo, mas com dores que seriam perfeitamente evitáveis em uma pista com áreas de escape apropriadas. E como prova que a FIM definitivamente tem outros interesses que não a parte esportiva, ano que vem não apenas a prova de Silverstone foi confirmada como migrarão pra os boxes da F-1, aquela obra faraônica de estética NO MÍNIMO duvidosa. Enfim, na Moto3 tivemos a grata surpresa da pole position do Diogo Moreira, e efetivamente eu gostaria muito de ver o garoto com uma moto decente: impressionante como o equipamento dele e do companheiro de equipe perdem rendimento ao mesmo tempo... a pole não durou muito tempo, em que pese a boa largada, e ele chegou a cair para o 15º lugar. No final, arrancando desempenho sabe-se lá de onde e evitando o povo se enroscando na frente dele, ainda cruzou a bandeirada na 6ª posição. Após combates encarniçados com os adversários, quem mereceu os louros da vitória e o degrau mais alto do pódio foi Dennis Foggia, que nas voltas finais superou as investidas da dupla da KTM Jaume Masia (2º) e Deniz Öncü (3º). Só faltou o Kaito Toba no pódio para a alegria da 5ª C, mas ele terminou em 4º lugar. Quase. A Moto2, como de costume, acabou sendo a categoria mais “tranquila” do final de semana, o que não quer dizer que foi chata: a última volta foi no estilo “tudo ou nada”, e Augusto Fernandez venceu com a monumental vantagem de 7 centésimos de segundo perante Alonso Lopez, com o 3º colocado Jake Dixon acompanhando eles de perto, bem perto, pouquinho mais de meio segundo atrás. Na categoria rainha, MotoGP, o motor da Ducati efetivamente fez a diferença, mas vimos que antes de abandonar a categoria no fim da temporada a Suzuki encontrou a potência que faltava. Aí vocês se perguntam a razão de abandonarem agora que acharam o que faltava... e eu vou lembrar da Honda na F-1, que encontrou a potência pra fazer frente aos motores Mercedes e pediu pra sair. Enfim, aproveitando que Quartararo tinha que cumprir uma punição de volta longa (que em Silverstone definitivamente não funciona muito bem, já que o tempo perdido é menor que na maior parte das pistas) por conta de incidente da última prova lá em Assen, Bagnaia foi ao ataque sabendo que seria uma grande oportunidade para diminuir a diferença no campeonato. E conquistou a vitória sem as questionáveis aletas na rabeta que apareceram nas motos de Zarco (que vinha bem até ir conferir mais de perto a textura do asfalto) e Miller (que andou bem, cedeu a liderança para o colega que disputa o título mas teve de se contentar com a 3ª posição na bandeirada). A 2ª posição ficou com Maverick Viñales, que com sua Aprilia equipada com aletas dianteiras que pareciam os bigodes de Otto von Bismarck andou muito, muito, muito forte e teve chances reais de conquistar a primeira posição.

 

E vamos para as terras estadunidenses, pois a ação acabou se concentrando por lá: a IMSA foi até a maravilhosa pista de Road America para uma de suas tradicionais provas de “tiro curto” (2h40m de duração), e ao passo que na categoria principal deu vitória do Acura da dupla Ricky Taylor/Filipe Albuquerque seguidos pelos Cadillac de Bamber/Lynn em 2º e van der Zande/Bourdais em 3º, ma LMP3 tivemos brasileiro no topo do pódio: sim, Felipe Fraga achou que vencer na Europa e no Brasil não era o suficiente e, aproveitando sua excelente fase, foi lá na América do Norte e venceu também, aproveitando para fazer a volta mais rápida dentre os carros da categoria. Utilizando da licença poética de pegar emprestado a frase de um amigo a respeito de outro grande amigo, “o homem é uma máquina”. E está coberto de razão, tem que aproveitar mesmo todas as oportunidades que surgem quando se está em boa fase. Pipo Derani e Oliver Pla acabaram em 6º na DPi, a escassos 7 segundos de diferença para os líderes, para terem ideia de como foi disputada a corrida.

 

A Indycar foi para o caos, digo, a pista de rua de Nashville, que teve a largada razoavelmente atrasada por conta da chuva com grande incidência de raios, mas a espera valeu a pena. Que corrida! Talvez seja a pista mais exigente da temporada para os carros, já que não é apenas a questão das ondulações do piso a maltratar os carros, mas o conjunto da obra, passando “ida e volta” por uma ponte com cabeceira em curva, o pit lane extremamente acanhado, nada efetivamente contribui para deixar a coisa mais fácil para os competidores. E pistas difíceis favorecem os grandes, e nesse momento dificilmente alguém consegue ser maior na categoria que Scott Dixon. Um homem que saiu do último lugar na volta 29 para o primeiro lugar na volta 80 não pode deixar de ser aplaudido. Uma corrida difícil, com 11 abandonos, e que alçou Dixon à vice liderança do campeonato, apenas 6 pontos atrás do líder Will Power, faltando 3 corridas para o fim da temporada. De quebra ele alcançou a histórica marca de 53 vitórias na categoria, ultrapassando outro gigante das pistas, Mario Andretti. Que, quem não viu correr, apenas tenho a dizer “lamento”. Com a relargada da bandeira vermelha deflagrada pela direção de prova para poder tirar o carro de Grosjean, espremido no muro pelo coleguinha de equipe, sem ter que terminar a corrida em bandeira amarela, Dixon teve que controlar com muita habilidade os ataques de Scott McLaughlin nas últimas voltas, e o fez com a maestria habitual. Alex Palou, o homem do contrato confuso (sinceramente, já vi coisas amadoras no esporte a motor, mas essa confusão de contratos do Palou com a Ganassi e a McLaren está nas margens do ridículo), terminou em 3º.

 

E em outra prova atrasada por conta da chuva, Kevin Harvick encerrou um jejum de 65 corridas sem vencer em uma de suas pistas favoritas. Faz sentido: Harvick é um piloto que dá sono ver correr, Michigan é uma pista que produz boas corridas de monopostos mas provas da NASCAR meio chatinhas, feitos um para o outro. Tanto que das últimas 7 provas em Michigan, 5 foram vencidas por ele. Enfim, demorou mas ele conseguiu assegurar sua participação nos playoffs que começam após a prova de 400 milhas de Daytona. Ao passo que o 1º segmento ficou com Christopher Bell e o segundo com Denny Hamlin, não foi dessa vez que a Toyota voltou a vencer. Andaram bem, com o 2º lugar do Bubba Wallace e o 3º do Hamlin, mas a vitória acabou nas mãos do Ford do Harvick. Por sinal, a marca do oval azul fechou o Top-5, com Logano em 4º e Blaney em 5º. Melhor Chevrolet foi o de Kyle Larson, 7º colocado. Agora vamos ver semana que vem o que o oval de ¾ de milha de Richmond nos reserva...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.