O GP da França, no circuito de Paul Ricard, expos, mais uma vez, a fragilidade da Ferrari, que parece ser incapaz de passar um fim de semana sem cometer um erro que comprometa a corrida de um de seus pilotos. Às vezes erra até com os dois.

Charles Leclerc parecia ter a vitória assegurada. Largou e permaneceu na liderança e dava a nítida impressão de que sabia administrar a proximidade de Verstappen, mantendo uma distância segura até o final. A surpresa veio na volta 17, quando o monegasco rodou e bateu de frente com a barreira de pneus, ficando fora da corrida. Leclerc confessaria depois que o erro foi seu mesmo. Essa situação prova que ele vinha guiando no limite máximo que o carro permitia. Portanto, assumiu mesmo o risco de exceder o limite. E foi o que acabou acontecendo. A situação ficou complicada. Mas a equipe italiana não vai entregar os pontos. Tudo o que conseguirem melhorar nos carros será utilizado na próxima temporada.

O melhor piloto da corrida foi Carlos Sainz. O espanhol largou na 19ª posição, punido por ter trocado a unidade de potência. Conseguiu uma espetacular recuperação, estava em quinto lugar, quando parou para troca de pneus. A Ferrari o liberou do boxe no momento que o carro de Ocon entrava para sua troca. Os dois carros quase bateram. A direção da prova puniu Sainz com um pênalti de cinco segundos. Mesmo assim chegou em quinto lugar. Performance notável. Uma corrida perfeita!

Lewis Hamilton e George Russell, os dois pilotos da Mercedes, pilotaram muito para fazer companhia a Verstappen no pódio, em segundo e terceiro lugares. A equipe alemã está se recuperando e poderá começar a incomodar a Ferrari. Basta comparar a situação da Mercedes no início da temporada e ver como se encontra agora, com seus dois carros entre os três primeiros. Hamilton está no auge de sua forma e provou essa condição ao fazer uma corrida impecável. Russell é o rei da regularidade, em 12 corridas terminou onze, em todas pontuando bem.

Max Verstappen guiou como um veterano, trabalhando para o campeonato. Desde as voltas em que estava em segundo, atrás de Leclerc, pressionava um pouco o monegasco e voltava a ficar mais atrás um pouco, administrando os pneus. Aliviava um pouco para depois voltar a pressionar. Esse modo de pilotar acabou por contribuir com o erro de Charles. Foi a 27ª vitória da carreira de Max, empatando com Jackie Stewart. E foi a sétima vitória na temporada.

A Alpine colocou seus dois carros na zona de pontuação, com Alonso em sexto e Ocon em oitavo. A equipe francesa agora soma 96 pontos, em quarto lugar entre os construtores, contra 89 da Mclaren, que chegou em sétimo, com Norris e em nono, com Ricciardo.

A próxima corrida será já no próximo domingo, 31 de julho, o GP da Hungria. No ano passado o vencedor foi Esteban Ocon, a única vitória do piloto francês na Fórmula 1. Pista considerada por alguns pilotos como “um kartódromo grande”, Hungaroring é um circuito travado, com raros pontos de ultrapassagem. Tem tudo para ser uma corrida animada.

Luiz Carlos Lima

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