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Verstappen vence em erro de Leclerc, F. Indy em Iowa e NASCAR em Pocono PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 25 July 2022 08:02

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que saudáveis e exercitando não apenas seus corpos, mas também – e eu diria principalmente – suas mentes. Sério, meus leitores, ultimamente parece que existe uma pandemia de uma doença ainda mais contagiosa que essa variante mais recente do Covid-19, cujo nome ainda não descobri mas essa moléstia deve fazer o ato de pensar ser algo extremamente doloroso. Ou deve causar uma preguiça de pensar monumental. Enfim, seja qual for o motivo, uma parcela considerável das pessoas está disposta a deixar seus cérebros com muito poucas “horas de uso” a fim de servirem como alimento para o momento do apocalipse zumbi. Por favor, não sejam assim.

 

Mas vamos ao que interessa, motores roncando na pista. E isso, felizmente, tivemos bastante. A Indycar foi até o “corn belt” (conforme aprendido nas aulas de Geografia) para uma rodada dupla no acanhado (0,894 milha, o que dá uns 1.438m por volta) oval construído em Newton, Iowa. Talvez pelo fato de serem duas corridas relativamente curtas (250 voltas no sábado, 300 no domingo) as corridas foram bem interessantes. No sábado a vitória ficou com Josef Newgarden, que conquistou a honraria de se tornar o piloto com maior número de vitórias nessa pista (4 vitórias), desbancando Ryan Hunter-Reay, que estava empatado com ele antes da corrida, ambos então com 3 vitórias. Por coincidência, a marca de 4 vitórias nessa pista acabou se tornando a 4ª vitória dele na temporada de 2022 e a 24ª da carreira. Numa pista pequena, ele recebeu a bandeirada com pouco mais de 6 segundos de vantagem para Pato O’Ward. O pole position Will Power terminou a corrida em 3º lugar. O que talvez boa parte do público não esperasse foi o que aconteceu entre as voltas 61 e 80: quem esteve na liderança foi... Jimmie Johnson. Sim, não estamos na parte de NASCAR da coluna, e esse vosso escriba ficou agradavelmente surpreso. Especificamente nessa pista o heptacampeão da NASCAR estava muito à vontade com o carro (tão à vontade que posteriormente acabou rodando, mas sem bater em muro algum), e o 11º lugar na bandeirada final não foi em absoluto um mau resultado levando em consideração todo o desenrolar da prova. Helinho Castroneves terminou a prova em 16º lugar. Já no domingo a vitória ficou nas mãos do mexicano Pato O’Ward após Josef Newgarden dar toda a impressão que repetiria o resultado da véspera. Entretanto, enquanto liderava com certa tranquilidade a corrida algum problema mecânico na traseira do carro fez a roda dianteira esquerda se levantar... e o carro rodou acertando fortemente o soft wall com a parte traseira. Felizmente o piloto saiu andando do carro, machucado apenas o orgulho e a autoconfiança dele. Após o término da corrida para ele, o piloto da Penske acabou sentindo os efeitos da forte desaceleração, perdeu a consciência e caiu no chão, batendo a cabeça. Por conta disso, e da distância até o hospital de Des Moines, ele foi levado de helicóptero para o hospital a fim de fazer maiores avaliações e passar a noite em observação. Pato foi seguido por Will Power, que terminou em 2º a pouco mais de 4 segundos de diferença, e por Scott McLaughlin na 3ª posição (dobradinha Penske 2º e 3º). Em 4º chegou Scott Dixon, fazendo o possível para se manter vivo na luta pelo título, e fechando o Top-5 apareceu... Jimmie Johnson. Sim, vocês não leram errado. Eu também me surpreendi. Dessa vez acabou não liderando a prova, mas... acho que tivemos a boa apresentação que ele estava devendo desde que decidiu entrar no mundo das rodas descobertas. Agora é ver o que ele fará próximo sábado na corrida do circuito misto de Indianapolis.

 

A Fórmula Um foi para a outrora agradável pista de Paul Ricard, atualmente um pesadelo para quem tem labirintite, astigmatismo e demais problemas visuais com aquelas odiosas faixas pintadas nas enormes áreas de escape. Pior que as faixas só a famigerada chicane no meio da reta Mistral ou a locução da TV aberta tabajara, cada dia mais preocupada em ler o que é postado no Twitter com a hastag da corrida do que em assistir a corrida que deveria estar narrando. Mas deixarei a parte dos comentários a respeito da narração com o Shrek, especialista no assunto, em suas pílulas da coluna de terça-feira. A vitória ficou com o melhor piloto da atualidade, Max Verstappen, que a recebeu em uma baixela de prata após o pole position Charles Leclerc ter mais um de seus “momentos Nigel Mansell” e errar sozinho de maneira quase bizarra. E esse é o comentário mais educado que posso fazer a respeito do que foi feito pelo primeiro piloto da equipe Ferrari. Após a prova ele disse que “não merece ser campeão pilotando desse jeito”. Bom, parça, informo que sua sorte é que o Commendatore Ferrari faleceu em 1988, pois se ele fosse vivo, depois da sequência de erros que você fez esse ano, a sua batata não apenas estaria assando como já estaria quase carbonizada. Triste ver um piloto da Ferrari na Fórmula Um cometendo erros de garoto em seu primeiro ano de Fórmula Três, mas enfim, é o que tem pra agora e aparentemente para os próximos anos... acho que mais decepcionante que Leclerc só o ex-piloto em atividade Sebastian Vettel, que não consegue superar o próprio companheiro de equipe, o ás no volante Lance Stroll. Infelizmente ao invés de se aposentar ou ir agir de acordo com o discurso ambientalista dele indo correr na Fórmula E, Vettel fica ocupando vaga que poderia ser direcionada a algum dos talentos que estão na Fórmula 2 e não têm assento para subir pra categoria principal. Correndo por fora na relação das decepções da etapa vem Sérgio Pérez, que na relargada estava provavelmente aguardando aparecer a banda de mariachis tocando a música de reinício da corrida, e como ela não surgiu ele só se deu conta que a bandeira verde tinha sido acionada quando foi ultrapassado pelo Russell. Ruim, mas não tão ruim quanto Leclerc e Vettel. Quem agradeceu essas óperas bufas propiciadas por Leclerc e Pérez foi Hamilton, que assim conseguiu seu melhor resultado nessa temporada, chegando em 2º lugar. Só faltou o Max quebrar ou ter um pneu furado no final para finalmente ele retornar ao topo do pódio, dessa vez teve de se contentar com o intermediário, e Russell ficou com o degrau mais baixo. Russell, por sinal, deve agradecer à nova norma da FIA, segundo a qual qualquer piloto pode ser punido, desde que não seja britânico... digamos que ficou estranho não receber punição por jogar o Pérez pra área de escape na volta 41; BEM estranho. O ponto alto da prova foi Carlos Sainz Jr., que largou em penúltimo lugar e, mesmo com as estratégias para lá de duvidosas da Ferrari, conseguiu terminar em 5º lugar. A Alpine mais uma vez mostrou que o problema deles é classificação, o ritmo de corrida do carro não é ruim, mas... terminaram com ambos os carros na zona de pontos, Alonso em 6º e Ocon em 8º. Agora é torcer pelo improvável, quase impossível, ou seja, uma boa corrida no kartó... ops, autódromo de Hungaroring, uma pista do jeito que tapuias gostam, apenas uma reta e uma enorme sequência de curvas encavaladas uma sobre a outra, ou como dizem, “um traçado técnico”. Haja cafeína para me manter acordado...

 

E a NASCAR foi até meu oval preferido, Pocono, para mais uma etapa. Espero que Reginaldo Leme tenha assistido ao menos um pedacinho da corrida para ele ver O QUE é uma pista mais de 2 vezes mais larga que o Red Bull Ring e não ficar viajando na transmissão... teve momento em que o pessoal colocou 5 carros lado a lado nas relargadas, e ainda sobrou pista. Infelizmente tudo aquilo que a corrida foi boa antes da bandeirada final, acabou ficando um gosto amargo ao final da prova. Já antes da classificação 5 carros tinham sido reprovados nas inspeções, mas o único a não ser aprovado seja antes da classificação, seja na inspeção pós corrida, foi o #11 de Denny Hamlin. O primeiro segmento ficou com Kyle Larson, ao passo que o segundo foi vencido por Buschinho, finalmente conseguindo um bom desempenho nessa temporada... e as coisa foram bem para a Joe Gibbs Racing até o final da prova, com Hamlin sobrevivendo a um bem dado payback sobre Ross Chastain, autor da obra “Como Fazer Inimigos e Irritar as Pessoas”, sem maiores danos. Foi uma cena muito bonita do Hamlin comemorando a vitória com a sua filha, que chegou a chorar quando foi para junto do pai, e ganhou um passeio no carro segurando a bandeira quadriculada... aí depois, na inspeção, ela ficou sabendo que o pai ganhou com um carro fora das regras. Belo exemplo, hein? Agora, é aquela coisa: um carro de uma equipe estar fora do regulamento é uma coisa que dá pra culpar um chefe de mecânicos mais afoito em melhorar o desempenho do carro; dois dos 4 carros estarem fora do regulamento... parece coisa vinda “de cima”. Ao menos Joe Gibbs fingiu bem a surpresa ao receber a notícia da desclassificação de dois de seus carros. Pode ser que Hollywood tenha perdido um grande ator. Estou no aguardo das cenas dos próximos capítulos. Com essa confusão toda, a vitória ficou nas mãos de Chase Elliott, seguido por mais 2 Chevrolet, o de Tyler Reddick em 2º e o de Daniel Suárez em 3º; a 4ª posição ficou com Christopher Bell (ao menos por enquanto, não acharam nada de errado no Toyota dele...) e o Top-5 foi encerrado por Kyle Larson. Corrida muito decente de Ty Dillon, que estreou na categoria principal logo numa pista das mais difíceis substituindo Kurt Busch, que apresentou sinais de concussão cerebral após uma batida no treino classificatório. Aparentemente nada de mais grave com Buschão, mas deve ficar sob observação até terça, pelo menos. Melhor não dar chance para o azar em casos como esse.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.