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A Fittipaldi do novo século, mas com mais recursos para incomodar PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 22 July 2022 20:48

Caros Amigos, A história por muitos anos propalada no nosso país foi que a equipe dos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1 teve uma trajetória de fracasso em seus anos nas pistas, de 1975 a 1982.

 

Esta falácia, fruto da grande difamação que os Fittipaldi sofreram por parte de boa parte da mídia nacional, sendo a equipe inclusive conquistadora de pódios alguns pódios ao longo de seu período de atividade, mesmo sendo uma empresa de poucos recursos ante às grandes e tradicionais equipes europeias, precisa ser vista como exemplo de trabalho e dedicação, entretanto, a Fittipaldi foi uma equipe de pequeno porte no cenário da Fórmula 1.

 

No final da primeira década deste século, com uma manobra política, o então presidente da FIA, Max Mosley, criou condições – precárias – para o surgimento de novas equipes na Fórmula 1. No início da década seguinte, em 2012, estreavam no grid a Marussia, a Caterham  a Hispania Racing Team (HRT) alinharam seus carros no fundo do grid. Em 2013 a HRT não estava mais lá. Em 2014 a Caterhram deixou o grid e em 2016, a Marussia tinha novos donos e o nome Manor. 5 temporadas e as três desapareceram, com a Marussia/Manor sendo a única a conquistar pontos (um 9° lugar de Jules Bianchi em Mônaco, 2014 e um 10° lugar de Pascal Wherlein na Áustria, em 2016). Algo muito distante do que foi a Fittipaldi.

 

Carregar os equipamentos das equipes de Fórmula 1 pelo mundo não é uma operação barata e, quanto maior o volume, maior o custo do transporte. Outro ponto é a partilha de retorno financeiro que a promotora – atualmente o Grupo Liberty Media = distribui ao fim da temporada para as equipes. Há o bônus por desempenho, onde s melhores colocadas ganham mais, mas há um custo com todas e, se houver mais equipes, esta divisão proporcionará fatias menores. Desde 2016 a Fórmula 1 passou a ter 10 equipes no grid e assim, 10 “fatias do bolo” são distribuídas proporcionalmente ao desempenho das equipes.

 

Desde o ano passado a mídia – e o mundo – sabe do interesse de Michael Andretti em montar uma equipe de Fórmula 1 com um “verdadeiro espírito norte americano. Desde quando Bernie Ecclestone determinava os destinos da categoria, o sonho de se estabelecer com força nos Estado Unidos era conhecido. Com o Grupo Liberty Media, que é norte americano, como atual proprietário, os investimentos neste sentido aumentaram e, uma vez que a popularidade da categoria cresceu, os investimentos da promotora também cresceram. Este ano foram duas corridas (Miami e Austin) e em 2023 serão 3 com a entrada de Las Vegas.

 

Atualmente a Fórmula 1 tem uma equipe norte americana, a Haas, mas suas operações são “100% europeias”, chefiadas pelo italiano Güenther Steiner (mesmo com esse nome) e o último piloto norte americano a pilotar em uma etapa da categoria foi Alexander Rossi, em 2015. No ano passado, Andretti chegou perto de adquirir uma participação majoritária no Grupo Sauber, que opera a equipe Alfa Romeo, apenas para as negociações fracassarem à medida que as negociações se aproximavam da conclusão.

 

Diante disso o hoje mega empresário do automobilismo, dono da Andretti Autosport, equipe é uma das três grandes equipes da IndyCar, vencedora das 500 Milhas de Indianápolis cinco vezes. A Andretti Autosport também compete na Fórmula E, Extreme E, corridas de carros esportivos e na série Supercars na Austrália. O próximo objetivo de Andretti é montar uma equipe própria de Fórmula 1, com o “espírito norte americano” para correr já em 2024. A equipe ficaria sediada em Indianápolis e teria um piloto americano (o nome mais forte é o de Colton Herta, que é o mais jovem vencedor da história da IndyCar, mas que tem contrato assinado com a McLaren, que por sua vez, tem nos Estados Unidos um contrato de cooperação tecnológica com a Andretti).

 

No meio da Fórmula 1, Michael Andretti conta com o apoio do CEO da McLaren, Zak Brown, que confia na capacidade de Andretti para fazer um trabalho de alta qualidade e, no seu entendimento, tem certeza que será um projeto bem sucedido, que aumentará o nível de competitividade da categoria. Entretanto, a voz de Zak Brown parece ser uma voz solitária entre os CEOs das equipes.

 

Günther Steiner, Chefe da Haas, acredita que a chegada de uma 11ª equipe não seria bom para a Fórmula 1, que teria hoje “um ambiente estável, que funciona bem e que não precisa mudar”. Este pensamento é compartilhado por Toto Wolff, que declarou acreditar na necessidade de uma nova equipe “provar seu valor para fazer parte do ‘clube de elite’ que é a Fórmula 1”. Será que a Andretti não teria condições para isso?

 

Em 2020 foi estabelecido pelo Pacto da Concórdia que uma nova equipe que deseje entrar para a Fórmula 1 deveria pagar “luvas” de 200 milhões de dólares para às equipes já estabelecidas. Michael Andretti concordou com o pagamento e fez a solicitação à FIA para entrar em 2024. Fez acordo com a Renault para receber as unidades de potência francesas (e com isso passou a ter mais uma aliada além da McLaren de Zak Brown), mas a entidade reguladora do esporte tem postergado a resposta ao time.

 

Convido meus estimados leitores a fazer uma reflexão sobre o assunto: será apenas um “incômodo” por uma divisão do bolo com “fatias” mais estreitas ou haveria um temor de uma força externa à Europa vir a se estabelecer na Fórmula 1 como uma categoria vencedora?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva