Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Daniel Ricciardo precisa voltar a sorrir PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 13 July 2022 18:30

Olá fãs do Esporte a Motor,

 

Depois de um retorno frenético à Europa, com corridas eletrizantes, eu sabia que minha secretária aqui no consultório ficaria louca de tanto atender telefonemas... desde o domingo depois da corrida. Este intervalo entre as corridas da Áustria e da França foi um jogo de quebra-cabeças para conseguir encaixar o final da agenda corrida dos pacientes da Indy com os pacientes da Fórmula 1.

 

Romain Grosjean continua sendo meu paciente, além de algumas caras novas, como Patricio O’Ward e Colton Herta, que se juntaram aos pacientes antigos (Scott Dixon, Will Power, Jimmie Johnson e Takuma Sato). As coisas andam bem agitadas aqui nos Estados Unidos e depois da corrida em Mid-Ohio... meu Deus!

 

Além dos pacientes regulares, outros ligaram buscando uma consulta extra e mesmo quem já tinha consulta marcada, mostrou uma certa aflição para estar presente e ser recebido, mesmo sabendo que eu nunca cancelei uma consulta na vida!

 

Os pacientes da Fórmula 1 estão com uma dose extra de “impaciência” com esta mudança que houve no regulamento o que acabou mudando o balanço de forças na categoria e andou mexendo com a cabeça de alguns dos meus pacientes mais antigos, que estão tendo mais dificuldade de se entender com o novo comportamento dos carros. Quando este tipo de problema se junta a outros relacionados a “competição interna” do time, por exemplo, isso pode ser um grande incômodo.

 

 

Daniel Chegou na terça-feira após a corrida no Red Bull Ring onde pontuou apenas pela quarta vez em 10 corridas no ano e seu costumaz contagiante tem andado um tanto quanto apagado. Lembrando-me do tempo em que começaram os conflitos dentro da Red Bull e o clero favorecimento à Max Verstappen, mas naquele período antes de anunciar sua ida para a Renault Daniel ainda estava na frente do prodígio holandês na pontuação do campeonato e duas vitórias contra uma do novo “eleito” da equipe.

 

No ano passado, quando deixou a Renault e foi para McLaren, Daniel via perspectivas de ter um carro capaz de vencer corridas, o que acabou acontecendo – evidentemente com a “ajuda” de Lewis Hamilton e Max Verstappen naquele acidente que poderia ter sido trágico – mas ainda assim, à frente de Sérgio Perez e Valtteri Bottas, os segundos das equipes. Entretanto, na pontuação final do campeonato, ele terminou atrás de Lando Norris, que deveria ter nele a referência para crescimento.

 

 

Este ano as coisas estão piores. A equipe não encontrou o ponto de equilíbrio para acertar o carro, que sofre com o “porpoising” e a McLaren perdeu a curva de crescimento do ano passado. O problema é para os dois carros, mas Lando Norris tem mais do que o triplo de pontos conquistados por Daniel, mas não se trata apenas de uma questão de números: o rendimento em treinos livres e de classificação também não tem sido favoráveis e conversas sobre seu futuro na equipe de Fórmula 1 tem tomado caminhos desconfortáveis.

 

Daniel se diz tranquilo em relação ao presente e ao futuro na equipe de Fórmula 1. Seu contrato vai até o final da próxima temporada, mas – para mim – ele não disse se há alguma cláusula no seu ou nos demais contratos dos pilotos da McLaren sobre em qual categoria o piloto participará de algum campeonato e a equipe, que estendeu seus braços sobre o mercado norte americano e o seguimento de competições com carros elétricos.

 

 

No último ano a equipe McLaren contratou três pilotos da Fórmula Indy: os norte americanos Colton Herta e Alexander Rossi e o espanhol Alex Palou. No ano passado já tinha sob contrato o mexicano Pato O’Ward. Além destes, a McLaren tem, fora da Fórmula 1, o sueco Felix Rosenqvist atualmente na IndyCar. O’Ward e Herta já andaram testando carros da Fórmula 1 desde o ano passado e deveremos ver pilotos da IndyCar participando do treino livre 1 da Fórmula 1 em algumas corridas este ano.

 

Daniel diz estar com a consciência tranquila de que está fazendo tudo o que é possível para melhorar o carro e a condição da equipe no campeonato de construtores, mas confessa que estes rumores o incomodam e ele acabou indo às redes sociais para reprimir qualquer especulação de que ele não cumprirá seu contrato de três anos com a McLaren, que vai até o final de 2023.

 

 

Ninguém pode questionar o talento e a capacidade técnica e profissional de Daniel. Ele já mostrou, mesmo no ano passado que, tendo uma oportunidade, é capaz de liderar uma equipe à vitória, mas é preciso fazê-lo voltar a sorrir. Hoje este é meu foco.

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares