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O esperado adeus sem impunidade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 13 July 2022 21:10

Caros Amigos, No mundo corporativo, ações de “correção de rota” costumam ser tomadas em uma cera altura, mas o frito destas ações são por vezes postergadas com o intuito de não agravar uma situação que, por si só, já se mostra incômoda o suficiente.

 

Medidas tomadas neste sentido também acontecem no campo político e um dos mais importantes episódios se deu em 1962, com a crise dos mísseis russos em Cuba que quase levou o mundo a uma guerra nuclear. O governo soviético, na época governado por Nikita Khrushchov, propôs retirar os mísseis de Cuba se o governo norte-americano se comprometesse a não tentar mais invadir o território cubano. Posteriormente, a União Soviética complementou sua proposta anunciando que desmontaria as bases e aceitaria a presença da ONU caso os Estados Unidos se comprometessem a desmontar bases de mísseis que possuíam na Turquia. Os norte-americanos anunciaram publicamente que se comprometeriam a não mais tentar invadir Cuba, mas não assumiram a retirada dos mísseis na Turquia, o que só aconteceu, sem alarde, quase secretamente, seis meses depois. Entretanto, mesmo após a crise de 1962, as relações entre EUA e URSS continuou tensa por quase 3 décadas.

 

No esporte também temos, evidentemente em menor escala, situações em que medidas foram tomadas posteriormente a fatos que precipitaram situações que pediram medidas corretivas. Um bom exemplo foi a forma como Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA deixou o cargo, Envolvido em escândalos de corrupção, dos quais foi, anos depois, absolvido,que também envolveu Michel Platini, então presidente da UEFA, que se viu forçado a renunciar ao cargo.

 

No nosso meio, este espaço semanal de análises e debates sobre assuntos de relevância ao esporte a motor, algo que certamente incomoda todos os aficcionados, ainda é o desfecho do campeonato mundial de Fórmula 1 do ano passado, onde o personagem principal – o diretor de prova, Michael Masi – que em suas decisões teve uma influência direta sobre o final da prova e a consequente decisão do título da temporada no final do GP de Abu Dhabi.

 

Depois de pouco mais de seis meses passados desde o polêmico final da temporada de 2021, o ex-diretor de corrida da Fórmula 1 Michael Masi deixou seu cargo no órgão regulador do esporte. Michael Masi, em um curto comunicado, informou que se mudará para a Austrália para estar mais perto de sua família e enfrentar novos desafios, através do canal oficial da FIA na última terça-feira.

 

Masi atuou como diretor de corrida da Fórmula 1 por três anos, após a morte de Charlie Whiting, que ocupou o cargo de 1988 a 2018 (ele faleceu poucos dias antes da abertura do campeonato de 2019), coube a ele continuar o trabalho de Whiting, supervisionando o emprego de medidas de segurança, como bandeiras vermelhas ou carros de segurança durante as corridas, cumprindo as determinações dos comissários desportivos. Ele assumiu o cargo em 2019 e o manteve até fevereiro deste ano (antes de ser iniciado o campeonato).

 

O episódio ocorrido durante o final da temporada de 2021, onde o clímax do duelo de Lewis Hamilton e Max Verstappen pelo título se deu, as decisões de Masi após um período tardio de safety car ignorou parcialmente os regulamentos da FIA e ao fazê-lo, permitiu que Verstappen ficasse com uma enorme vantagem técnica e ultrapassasse Hamilton na última volta da corrida.

 

Após um inquérito que arrastou-se por meses, a FIA concluiu que Masi “agiu de boa fé, mas cometeu um erro humano” ao lidar com a corrida. Ele foi dispensado de suas funções como diretor de corrida em fevereiro, mas permaneceu na FIA, uma decisão que em nada atendeu ao meio esportivo e que tornou insustentável a sua manutenção em qualquer função que pudesse interferir – direta ou indiretamente – na Fórmula 1.

 

Assim como se deu em outros episódios da história, a mácula está definida e no futuro, o final da temporada de 2021 continuará sendo lembrada pelo que aconteceu em Abu Dhabi e quem foi o responsável por isso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva