Espetacular! Assim deverá ser lembrado o GP da Grã-Bretanha de 2022, disputado no veloz circuito de Silverstone. Todos os acontecimentos tanto na qualificação como na corrida, se sucederam de maneira a colocar todos os fundamentos à prova: capacidade dos pilotos, sistema de segurança, pista molhada, pista seca, trabalhos dos boxes e estratégias. Tudo começou nos treinos livres, oportunidade em que se sobressaiu a Red Bull, com seus dois pilotos, Verstappen e Perez, pulverizando a concorrência. Seria um novo passeio do holandês? Se isso acontecesse o campeonato começaria a perder a graça. Tudo conspiraria a favor do bom espetáculo. A qualificação foi disputada o tempo todo em piso molhado, acrescentando uma dose a mais de emoção na competição. Carlos Sainz (Ferrari) marcou sua primeira pole position, seguido por Verstappen (Red Bull), Charles Leclerc (Ferrari), Sergio Perez (Red Bull) e Lewis Hamilton (Mercedes). Ficou fora do bloco dianteiro George Russell (Mercedes), em oitavo. Nas 10 primeiras posições do grid representantes de sete das dez equipes. Até Guanyu Zhou (Alfa Romeo) em nono e Nicholas Latifi (Williams) em décimo. O chinês vem mostrando que é competente e que o oitavo lugar no Canadá não foi apenas sorte. Com tristeza vi a Aston Martin se arrastar na pista, não passando do Q1 com seus dois carros, de Vettel (18º) e Stroll (20º). A incompetência reina na equipe britânica. O incrível foi passar todo o treino oficial sem nenhuma rodada entre todos os pilotos. Se a qualificação foi sob chuva, a corrida inteira foi em tempo aberto. Logo na sequência da largada um acidente impressionante envolveu três carros, com a Alfa Romeo de Zhou capotando e se arrastando pela pista e área de escape, batendo num alambrado, bem próximo do público. O carro se encaixou de lado entre o alambrado e o aparato da área de escape, não restando nenhum espaço para o piloto sair sem ajuda externa. A delicada operação de resgate demorou quase 50 minutos. O piloto nada sofreu e foi salvo pelo halo. Alexander Albon, também envolvido no acidente sofreu um choque frontal violento no muro dos boxes, foi atendido e nada de grave foi constatado. Foi uma corrida sensacional. No início Verstappen pulou na frente de Sainz e dava toda a pinta de que venceria sem dificuldades. Essa situação perdurou até a troca de pneus de Max. Quando o holandês voltou à pista seu carro começou a apresentar problemas. Ele reclamou que não conseguia aderência dos pneus. Não conseguiu se recuperar e terminou em sétimo. Sainz, Perez, Leclerc e Hamilton disputariam a vitória. Aproveitando uma bandeira amarela na volta 37 (de 52 no total) Sainz colocou pneus macios, assim como Perez e Hamilton, para serem mais rápidos até o final. A Ferrari não chamou Leclerc para a troca de pneus e o monegasco caiu para quarto lugar, posição em que terminou a corrida. As útimas voltas em Silverstone foram emocionantes. Perez, Leclerc, Hamilton, Alonso e Norris formaram um bloco, trocando de posições várias vezes, até a bandeirada. Leclerc reclamou muito da equipe, com razão. Carlos Sainz venceu seu primeiro Grande Prêmio, de forma merecida. Os catorze carros que terminaram a corrida completaram as mesmas 52 voltas de líder, o que é muito interessante para a competição. Merece destaque a recuperação da Mercedes, se firmando como terceira força. Lewis Hamilton chegou em terceiro e provou que está em plena forma, Ficou evidente no momento em que executou uma ultrapassagem dupla, sobre Perez e Leclerc, no auge da briga pelo segundo lugar da prova. A equipe alemã está em plena evolução e deve melhorar ainda mais nas próximas corridas. Próximo encontro: GP da Áustria, dia 10 de julho, domingo. Luiz Carlos Lima Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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