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MotoGP e Fórmula 1, Truck Series na terra e aventuras do colunista PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 20 June 2022 08:59

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que todos bem e saudáveis. Final de semana bastante interessante para os fãs de esporte a motor. 2 rodas, 4 rodas, asfalto, terra... e eu levei minha filha para um dos rolês mais aleatórios que ela poderia imaginar. Sim, você, fã de esporte a motor, tem a obrigação moral e cívica de ensinar suas proles a gostarem de esporte a motor e não serem seduzidas pelas hordes do ludopédio, ops, multidões do futebol. Acreditem, autódromo é uma ambiente bem mais saudável que estádio de futebol.

 

Mas vamos ao que interessa, motor roncando. O  Mundial de Motovelocidade foi até o leste da Alemanha para uma das etapas mais tradicionais, Sachsenring, cujos primórdios remontam ao período pré Segunda Guerra Mundial. Na Moto3 tivemos o retorno do Diogo Moreira, ainda se recuperando da fratura, e que por conta disso não conseguiu um desempenho como o que tinha antes do acidente de Mugello: 16º lugar não é empolgante, mas é bem razoável num grid de 30 motos largando. A vitória, com sobras, ficou nas mãos de Izan Guevara, que deixou a habitual briga de foice no escuro que é a disputa na liderança da Moto3 lá pra trás, bem pra trás, e venceu com quase 5 segundos de vantagem (na Moto3, uma eternidade) pra Dennis Foggia, que teve que sofrer um bocado para garantir seu 2º lugar com todas as investidas que Sérgio García fez. Por 11 centésimos de segundo, mas ele conseguiu deixar García em 3º e garantir o 2º lugar. Na Moto2 mais uma corrida onde boa parte da disputa ficou reservada do 2º lugar para trás: após assumir a liderança na 6ª volta, Augusto Fernandez não foi mais incomodado seriamente e venceu com a monumental vantagem em corridas de motos de 7,7 segundos sobre Pedro Acosta. Já Pedro Acosta teve que lutar muito por esse degrau intermediário do pódio, inclusive com troca de carinho entre a carenagem da moto dele e a moto do 3º colocado, Sam Lowes. Corrida movimentada, e assim como na Moto3 quase 1/3 do grid ficou no meio do caminho. A MotoGP viu Fabio Quartararo colocar mais um dedo no título de 2022, auxiliado não apenas pela ótima largada (que permitiu com que assumisse a liderança na freada para a primeira curva) como também pela afobação de Francesco Bagnaia, que na ânsia de recuperar a liderança conquistada na classificação e perdida na largada acabou visitando o chão e a caixa de brita da pista... e agora viu suas aspirações ao título ficarem BEM mais difíceis, já que não pontuar em Sachsenring o derrubou para o 4º lugar na classificação. Quartararo foi acompanhado no pódio por Johann Zarco (festa francesa na Alemanha, gostamos de ver tretas históricas) no 2º lugar e por Jack Miller em 3º, mais uma vez salvando a honra da equipe oficial da Ducati.

 

A Fórmula Um foi até o Canadá correr no belíssimo circuito Gilles Villeneuve, pista construída dentro de um parque e que, por uma extrapolação típica de quem está na TV reproduzindo as vozes que vêm de dentro da cabeça, foi chamada pela horrível equipe de transmissão (pra piorar só se colocar o Gagalvão Bueno e o Nhonho lá) de “pista de rua”... preciso, realmente, salvar um dinheiro pra assinar a F1TV, meus ouvidos não são penico. A vitória ficou mais uma vez com Max Verstappen, dessa vez com uma considerável dificuldade, já que não teve o escudeiro Pérez atrás de si e a versão espanhola do Michael Andretti estava atrás dele pressionando para passar. Como Carlos Sainz Jr. é um Michael Andretti e não um Mario Andretti (que o pai dele, a lenda do rali Carlos Sainz, com certeza foi) e a equipe Ferrari fez a sua parte, atrapalhando com sua “brilhante” estratégia o trabalho dos pilotos, ele chegou perto mas nunca perto o suficiente para tentar efetivamente ganhar a liderança e passar. Sem Pérez (que abandonou com a caixa de câmbio com problemas), com Leclerc largando lá no fundão e também sofrendo com os “jeniais” estrategistas da Ferrari e com o Russell atrás dele e com ordens de não atacar o “patraum”, finalmente chegou a vez do vegano voltar ao pódio. Sim, aquele mesmo que na corrida passada em Baku fez um teatro incrível reclamando de “dores nas costas” essa vez não reclamou... depois que eu digo que as declarações do elemento merecem tanto crédito quanto uma nota de 7 dólares, aí eu sou “ruim”, “hater” e outras coisas do gênero... não bastasse isso, o Cachorro Lobo andou tentando pressionar a FIA a fazer a concorrência baixar ao patamar da Mercedes, já que esse ano o carro deles não é supremamente dominante como nos últimos 10 anos foi... disgusting, como dizem os ingleses. “Ah, Alexandre, você não tem pena ou dó deles?” Bom, quem tem pena é ave e quem tem dó e instrumento musical.

 

Como esse final de semana foi o Dia dos Pais nos EEUU não tivemos etapa da Cup Series, mas a Truck Series foi até um dos ovais de terra mais legais que eu já vi, em Knoxville. Não adianta, tem coisa que para você ver legal, bem feito mesmo, tem que ir onde tem tradição daquilo. E para um oval de terra, Knoxville foi a escolha perfeita. Gostaria de ver a Cup lá também. Vitória merecida de Todd Gilliland, com direito a cruzar a linha de chegada fazendo drift. Espetacular.

 

Bom, e agora chegou o momento daquele relato que ficou meio pendente da coluna passada: fui experimentar uma das formas mais raíz de automobilismo, que é o Hot Lap. Hot lap é uma variedade do track day (modalidade que vem crescendo a ponto da CBA já ter criado a carteira de piloto de track day) que ao invés de ser feita num autódromo como, por exemplo, o da Fazenda Capuáva, o Haras Tuiuti ou o Velocittà, é feito em um kartódromo. E de quebra, dentre as opções de traçado do kartódromo, é escolhida geralmente a opção mais travada possível e imaginável, ou seja, é praticamente um Velocittà, Potenza, Santa Cruz do Sul, em escala reduzida. O objetivo é você melhorar seu próprio tempo, largando com intervalo entre os carros para que (idealmente) não haja tráfego atrapalhando a volta. Para esse meu primeiro contato presencial com o tipo de evento, o escolhido foi o Hot Lap Limeira. Nada de boxes espaçosos e imaculados como Interlagos ou (apenas no segundo caso) Velocittà, área VIP, asfalto novinho... ali o sistema é bruto. Você encontra de tudo por ali: de carro de rua absolutamente normal até carro que não tem condições de andar normalmente emplacado de tanta preparação que recebeu. E especificamente em Limeira, tem curva capaz de fazer a Loews, Anciènne Gare, ou seja lá qual for o nome atual da curva (o hotel que fica em frente dela muda de dono em média a cada 3 anos e com isso o nome da curva também) aberta e espaçosa. Aparentemente nessa edição do evento (que já foi a 51ª realizada) o único que não conhecia a pista ali era eu, e mesmo tendo assistido o vídeo do briefing virtual no mínimo 4 vezes, a primeira impressão é complicada: simplesmente em pelo menos 2/3 da pista não dá pra pensar em como ajeitar o carro para a curva seguinte, você vê a curva e vai... teve uma curva especificamente que, como você entra sem ver o raio da curva e o raio aperta do meio pro fim, só na minha última saída para a pista eu consegui fazer a dita cuja sem precisar me preparar psicologicamente para ir fazer um passeio na grama catar ninho de quero-quero. Posso afirmar que apenas o estepe do meu carro não cantou, os outros pneus o fizeram com foco, força, fé e afinação. E apesar de, no cômputo geral, o cronômetro não ter sido dos mais generosos comigo, pessoalmente saí bem satisfeito: da minha primeira saída (com asfalto ainda frio) até a última (com asfalto quente) baixei cerca de 3 segundos o tempo de volta, numa pista bem curta. Para uma primeira visita, nada a reclamar. Se pretendo voltar lá? Em as condições econômicas permitindo, sem sombra de dúvida! Um agradecimento especial ao Estevam e ao Milton Rubinho, que me incentivaram bastante a entrar na pista com o Nigel (meu Astra G 2000/2001) ao invés de ficar apenas assistindo, como já tinha feito uma vez num outro kartódromo em 2018.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 

Last Updated ( Monday, 20 June 2022 09:10 )