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O dia do fico PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 15 June 2022 20:57

Caros Amigos, Na história do Brasil, o dia 9 de janeiro de 1822 ficou conhecido como “o dia do fico”. Os registros trazem a narrativa de que Em dezembro de 1821, Dom Pedro recebeu ordens de voltar a Portugal a fim de terminar sua preparação acadêmica. Era uma desculpa!

 

O desejo da permanência do Príncipe-Regente Dom Pedro no Brasil se inicia com o temor de que Portugal retirasse do Brasil os direitos adquiridos com a elevação do Brasil a Reino Unido. Se isto acontecesse, o Brasil voltaria novamente à condição de colônia e perderia o direito de comercializar com as demais nações.

 

O rei Dom João VI parecia prever que este território do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves poderia passar pelo mesmo processo das colônias espanholas. Desta maneira, antes de voltar para Portugal por conta da Revolução Liberal do Porto, deixou seu filho e herdeiro no Brasil. Dom Pedro considerava a ideia de se afastar da corte portuguesa, seja por influência de pessoas como José Bonifácio, seja pelo apoio da sua esposa, Dona Leopoldina. Na varanda do Paço Real (que viria a se tornar o Paço Imperial após a independência), Dom Pedro comunicou sua decisão à multidão que o assistia: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico”.

 

Na última segunda-feira tivemos um outro “dia do fico” do qual, creio eu, a maioria dos entusiasta da Fórmula 1 celebrou como a população brasileira – e as elites da corte nacional – celebrou quando D. Pedro comunicou que ficaria no Brasil. O Grupo Bandeirantes comunicou oficialmente a renovação do contrato com o Grupo Liberty Media para a transmissão da Fórmula 1 até o final da temporada de 2025.

 

Serão mais três anos de uma transmissão onde tivemos, nestes dois primeiros anos de contrato, um tratamento que os fãs de automobilismo em geral e da Fórmula 1 em particular sempre desejaram e nunca tiveram. Não apenas isso, mas a TV Bandeirantes tem transmitido, através de seu canal por assinatura, as corridas da Fórmula 2 e Fórmula 3, onde podemos assistir e torcer pelos pilotos brasileiros envolvidos nas disputas dessas categorias de acesso à Fórmula 1, além dos treinos livres nas sextas-feiras e sábados.

 

Um tratamento completamente distinto do que estávamos sendo forçados a ver na antiga detentora dos direitos de transmissão, onde, apesar da não interrupção dos comerciais, algo corriqueiro em outros países, a transmissão começava praticamente na volta de apresentação e terminava antes da cerimônia de premiação para poder acomodar outras atrações esportivas, algumas de gosto, relevância e até audiência questionáveis.

 

O processo de renovação – ou extensão – do contrato com o Grupo Liberty Media não algo protocolar. Houve concorrência e interesses outros. O SBT fez uma consulta a representantes da Liberty Media, que são donos da principal categoria de automobilismo do mundo, para saber se era possível adquirir os direitos, e o sinal foi positivo, algo natural no mundo corporativo onde sempre se está aberto a negociações. Especialmente no segundo ano, o sucesso comercial que a categoria mostrou ter, com a Bandeirantes conseguindo vender rapidamente todas as cotas de publicidade vendidas e o crescimento da audiência do canal nas manhãs de domingo despertou não só o interesse de novos concorrentes, mas de antigos concorrentes também.

 

O Grupo Globo, antigo detentor dos direitos de transmissão e que recentemente recuperou os direitos de transmissão da Libertadores da América, apesar da forma como os direitos de transmissão e outros interesses do Grupo Liberty Media eram tratados pela emissora de TV mais poderosa do país, que além do tratamento questionável dispensado ao produto exibido, tinha como cláusula contratual a proibição do canal de streaming – o Fórmula 1 Pro – com transmissão ao vivo em nosso território.

 

Apesar de contar basicamente com uma equipe oriunda do canal que fazia as transmissões anteriormente, o formato e a linguagem na TV Bandeirantes mudou e isso não apenas agradou a maior parte dos telespectadores como também ao Grupo Liberty Media. Um ponto importante a se salientar é o fato das negociações terem sido conduzidas pelo produtor Jayme Brito, que trabalha na produção das transmissões da categoria para a Band e representa o Grupo Liberty Media no Brasil.

 

Apesar do sucesso para os aficcionados, e do enorme crescimento de audiência dado à TV Bandeirantes, se considerarmos o número de pontos de audiência na TV, as transmissões perderam quase metade do público em pontos, mas ainda assim, o fato de ter o evento transmitido em TV aberta e gratuita é algo que agrada ao Grupo Liberty Media. Isso, inclusive, afastou um concorrente na disputa pelos direitos de transmissão: o Grupo Disney, dono dos canais ESPN e Fox, detentora dos direitos de transmissão em boa parte do continente, também demonstrou interesse nos direitos no Brasil, mas o fato de não terem um canal de TV aberta não levou as negociações adiante.

 

Que fique e fique bem na TV Bandeirantes, Fórmula 1. Para os que realmente gostam de corridas, está sendo um deleite poder acompanhar a forma como o trabalho tem sido desenvolvido. Espero que venham outras renovações.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva