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Le Mans, F1 em Baku, NASCAR em Sonoma e Indy em Visconsin. Superbike em Misano PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 14 June 2022 07:55

Olá leitores!

 

Tudo bem convosco? Esse final de semana o fã de esporte a motor não teve do que reclamar, opções não faltaram. OK, talvez para o fã brasileiro tenha faltado tempo para ir em alguma quermesse (e sim, após 2 anos sem festas juninas boa parte dos brasileiros está com síndrome de abstinência de comer cachorro quente de festa junina e tomar vinho quente ou quentão), mas... até o fim do mês tem mais. Acabei me contentando em ouvir a festa junina da igreja quase em frente de casa, por uma série de motivos.

 

Mas vamos ao que interessa, motores roncando. Esse final de semana tivemos a mais prestigiosa prova de longa duração europeia, as 24 Horas de Le Mans. Li uma série de comentários que “a prova foi chata”... bom, tudo é relativo: na categoria principal (Hypercar), efetivamente o BoP do ACO acabou deixando bastante a desejar e os Toyota correram com relativa facilidade, fazendo uma merecida dobradinha no pódio, com o carro #8 de Sébastien Buemi, Ryo Hirakawa e Brendon Hartley vencendo a disputa com o carro #7, disputa essa que durou até o carro #7 apresentar problemas no sistema híbrido e perder algum tempo parado consertando. Por outro lado, tivemos a satisfação de ver um carro da Glickenhaus no pódio, o #709 do trio Ryan Briscoe, Franck Mailleux e Richard Westbrook, coroando o trabalho de um cidadão que resolveu investir uma parte de sua fortuna no desenvolvimento do carro pois... ele ama Endurance, tinha dinheiro para isso, e por quê não? O trabalho foi grande, as decepções no caminho maiores ainda, mas a recompensa começou a aparecer. Mr. Glickenhaus já avisou que vai atrás de patrocinadores para ajudar a bancar a equipe, e com esse aporte a mais poderemos esperar surpresas melhores para o futuro. O Glickenhaus #708, de cuja tripulação fez parte o ótimo Pipo Derani, terminou em 4º na categoria e na Geral. Havia expectativa a respeito do que a Alpine poderia fazer esse final de semana, mas a Alpine em Le Mans teve uma corrida digna da Ferrari em Baku (mas isso comentaremos depois...) e passou tempo considerável consertando problemas, e o carro que teve o brasileiro Xandinho Negrão na tripulação terminou apenas em 23º lugar na Geral, 18 voltas atrás do vencedor. Na LMP2 a disputa foi mais acirrada, e acabou com a vantagem do carro #38 da equipe JOTA (que teve o excelente António Félix da Costa na tripulação) sobre o carro #9 da PREMA, que mostrou que é uma grande equipe não apenas na F-2 e terminou em 2º tendo como um dos integrantes da tripulação nada menos que Robert Kubica. Sim, aquele mesmo, que escapou de ter o braço amputado por conta dos grandes avanços da medicina atual. E claro que dentre os GTs o couro comeu solto até o fim da prova. No último ano da GTE-Pro (ano que vem terá apenas a GTE-Am, com algumas diferenças de regulamento em relação a esse ano) a vitória ficou com o Porsche #91 de Frederic Makowiecki, Gianmaria Bruni e Richard Lietz, escoltado no pódio pelos dois Ferrari da AF Corse (aliás, essa edição o BoP acabou com qualquer chance dos Ferrari, “limados” que foram em velocidade de reta), com o 2º lugar nas mãos de James Calado, Daniel Serra e Alessandro Pier Guidi no carro #51. O Ferrari do trio Felipe Fraga, Sam Bird e Shane van Gisbergen acabou em 5º lugar na categoria. Por fim, na GTE Am festa da Aston Martim, que ficou com o degrau mais alto e o mais baixo do pódio com os carros #33 e #98 respectivamente, com o Porsche #79 se colocando entre eles e cruzando a bandeirada em 2º.

 

Nesse final de semana tivemos Mundial de Superbike em Misano, e quem saiu rindo feito o Coringa  da bela pista italiana foi Alvaro Bautista, que aproveitou a velocidade de reta da Ducati e não deixou por menos, vencendo as corridas do sábado e do domingo. Quem também se aproveitou do equipamento local para se dr bem foi Michael Rinaldi, 3º colocado nas duas corridas. Já o degrau intermediário do pódio foi ocupado no sábado pelo Jonathan Rea e no domingo pelo Toprak... como o turco não pontuou no sábado mas Rea foi 4º colocado no domingo, tanto Bautista como Rea agradeceram a chance de abrir vantagem na pontuação para o atual campeão, que no momento tem 141 pontos contra 184 de Rea e 220 de Bautista. Mais trabalho para Toprak desenvolver até o fim da temporada e defender sua conquista... e claro que a torcida que lotou as arquibancadas saiu muito feliz com a dupla vitória da Ducati.

 

A Fórmula Um foi até o Azerbaijão para uma das corridas mais sonolentas possíveis. Provavelmente os pilotos ouviram as reclamações que nenhuma pista faz corridas tão chatas quanto Barcelona, aí tiveram o clássico momento “hold my beer” e resolveram provar que sim, é possível um soporífero mais forte ainda. Tudo começou com o fiasco italiano, com os dois carros abandonando cedo a prova, por motor estourado do Leclerc (parecia o Fivetech nas mãos de dono brasileiro) e um problema hidráulico para Sainz – isso é, oficialmente problema hidráulico; o barulho parecia de quebra mecânica mesmo, mas fiquemos com a explicação oficial. Isso fez com que, por conta da falta de adversários, a Red Bull montasse a estratégia “defesa do título do Max”, com o holandês assumindo a ponta e Pérez (que fez um ótimo trabalho no final de semana) sendo advertido para não atacar o companheiro de equipe. E pronto, um Dormonid sem retenção de receita na farmácia. Sem os dois Ferrari, o degrau mais baixo do pódio ficou com Russell, seguido pelo seu companheiro de equipe Luís Amilton (já que ganhou título de cidadão brasileiro honorário, vamos aportuguesar o nome...) em 4º. Aliás, na semana em que ganhou o título de cidadão brasileiro honorário, Hamilton levou um 7-1 do Russell; como bom brasileiro, agora ele também tem um 7-1 pra chamar de seu. Tamo junto, parceiro, ser brasileiro é isso... aliás, ele também ocupou as manchetes por reclamar de dores nas costas devido ao quanto o carro pula. Mano, agora você também é brasileiro, apenas chacoalhou o quanto a gente chacoalha no horroroso asfalto de nossas ruas... força, guerreiro, sei que você consegue superar essa barra.

 

Em contraponto à sonolenta corrida de Baku, a Indy foi até Road America, na belíssima Elkhart Lake, para uma corrida das mais movimentadas e empolgantes. Os pilotos já começaram a prova querendo resolver tudo no começo, o que gerou uma bela sequência de entradas do pace car para retirar os carros que acabaram fora da pista. Quando as coisas se acalmaram, após quase 2 horas de corrida e 55 voltas, quem sorriu de orelha a orelha foi Josef Newgarden... e não apenas pela vitória. Além de ter reduzido a distância na tabela de classificação para o líder Marcus Ericsson e o vice Will Power, como foi o primeiro piloto na temporada a vencer nos três tipos de pista em que a categoria corre (oval, rua e circuito misto) levou um nada desprezável bônus de um milhão de dólares. Merecido, e acredito que esse prêmio deva ser repartido também com os integrantes da equipe, afinal também foram responsáveis por essa conquista. Em 2º chegou Marcus Ericsson, pouco mais de 3 segundos atrás do vencedor, e em 3º apareceu Alexander Rossi, que não continua ano que vem na Andretti mas está entregando os melhores resultados possíveis para a equipe antes de se mudar pra McLaren em 2023. Profissionalismo é isso. Top-5 ficou completo com Grosjean em 4º e Colton Herta em 5º, ambos aliás tiveram boas chances de vitória mas no final os pilotos adiante foram mais eficientes.

 

E a NASCAR foi até a região vinícola da Califórnia para a tradicional etapa de Sonoma. E se houve decepção mexicana em Baku, os mexicanos puderam comemorar a primeira vitória de Daniel Suárez na categoria principal da NASCAR. O genro do Nelson Piquet (sim, não é só Verstappen que tem ligações com a família do melhor tricampeão brasileiro) não deu chance aos adversários no segmento final, não se importando com o posicionamento nos 2 primeiros segmentos (vencidos, respectivamente, por Kyle Larson e Joey Logano) para ser absoluto na pista no terceiro. De quebra, ainda levou os pontos de piloto que mais voltas liderou, 47 das 110 voltas da prova. O 2º colocado Chris Buescher até tentou chegar perto no final, mas Suárez cruzou a bandeirada com quase 4 segundos de vantagem sobre ele. Michael McDowell chegou em 3º, Kevin Harvick (outro que fez uma baita prova) terminou em 4º e o Top-5 se encerrou com Austin Cindric sendo o melhor dos pilotos da Penske.

 

Ainda estou em tratativas, mas talvez próxima coluna eu traga um relato sobre uma frente do automobilismo que está crescendo em número de adeptos. Não prometerei nada, afinal não depende exclusivamente de mim, mas... esperem.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.