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Em Detroit, foi tudo por um fio / Power vence no adeus a Belle Isle PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 09 June 2022 00:16

Minha corrida em Detroit não deu muito certo. Foi por um fio. Sim, um fiozinho desses que deve custar baratinho. Se vocês não estão entendendo, vou explicar. 

 

Apesar de ter conquistado minha melhor posição no grid nesta temporada e de estar no bloco da frente no início da prova, tive de abandonar bem cedo o Chevrolet Detroit Grand Prix, disputado no domingo passado em Belle Isle. 

 

E por falar em Belle Isle, tenho enorme carinho por essa pista, pois foi nela onde venci pela primeira vez na Indy, no meu primeiro ano correndo pela Penske. Foi exatamente naquele dia, 18 de junho de 2000, que nasceu a comemoração que virou uma marca, a de festejar a vitória subindo no alambrado. 

 

Não sei se todos vocês sabem, mas aquilo não foi planejado. Pelo contrário, foi totalmente inesperado. É que eu estava tão feliz com a vitória, estava vibrando tanto dentro do carro, que perdi a entrada para os pits. Foi quando eu parei o carro na pista, tentando pensar no que deveria fazer, que vi o público festejando numa arquibancada. Estava tão emocionado que fui lá comemorar com eles e subi no alambrado.

 

Na coletiva de imprensa, um jornalista me chamou Homem Aranha. Aí o apelido ficou e nasceu essa forma tão espontânea de comemorar. Graças a Deus, a partir daquele momento, tive a felicidade de vencer mais 30 corridas e sempre indo de encontro ao público. Lá mesmo, em Detroit, venci também em 2001, 2014 e, confesso, está muito focado na possibilidade de um bom resultado na bela Belle Isle, no domingo.

 

Meu otimismo se justificava porque meu carro estava muito bom e estava largando em 4º, formando a primeira fila com o meu parceiro na Meyer Shank Racing, o Simon Pagenaud. Tanto para mim como para ele, foi nossa melhor posição de largada nessas sete primeiras corridas do campeonato disputadas até aqui.

 

Nossa estratégia estava bem definida. Como os pneus estavam gastando muito rapidamente, inclusive os pretos, resolvemos largar com os vermelhos, esticar ao máximo a primeira parada e colocar os pretos. A preocupação com economia de pneus estava presente o tempo todo, pois eu ia tentar fazer somente duas paradas. E era a decisão certa, pois dentre os 10 primeiros no final da corrida, oito pilotos optaram por duas paradas, inclusive o vencedor Will Power.

 

 

Logo na largada assumi a terceira posição e lá fiquei até a 10ª volta. Foi aí que comecei a perder posições porque as marchas não estavam entrando direito. De início foi uma ou outra falha, mas foi se acentuando. Já tinha caído para 10º quando parei para meu primeiro pit na volta 16.

 

Ainda voltei para a pista tentando entender o que estava acontecendo, mas eu poucas voltas o câmbio travou na segunda marcha. Nem subia nem descia e o giro do motor lá no alto. Não havia outra alternativa a não ser abandonar. Logo de cara ficou claro que se tratava de um problema elétrico. Só depois da prova, após uma análise mais minuciosa, é que o pessoal da equipe descobriu que rompeu um dos fios que passam por dentro da coluna do volante. Começou como se fosse um mau-contato, mas aí se quebrou de vez.

 

Foi uma pena, mas isso faz parte e vamos agora para a famosa pista de Road America, local da oitava etapa do NTT IndyCar Series no domingo, 12. Nunca venci em Road America pela Indy, mas em 2020, eu e o Ricky Taylor vencemos debaixo de chuva é foi a arrancada para o título da temporada do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, com o Acura Team Penske.

 

O traçado é incrível e garantia de uma grande disputa. A prova terá largada às 13:45, no horário oficial de Brasília, para 55 voltas pelos 6.436 metros. Como sempre, o fã do Brasil poderá ver ao vivo pela TV Cultura e ESPN/Star+. Confira a programação completa para não perder um só detalhe:

 

Sexta-feira, 10.06

17:25 – Practice 1

Sábado, 11.06

11:45 – Practice 2

14:45 – Qualifying

18:20 – Final Practice

Domingo, 12.06

13:45 – Largada para 55 voltas

 

É isso aí, amigos. Forte abraço e até semana que vem, sem fio quebrado.


Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá Amigos,

 

Neste último domingo tivemos a etapa de Detroit da IndyCar Series, em Detroit, na linda Belle Isle, que se despede do calendário. A partir do ano que vem a corrida vai voltar a acontecer nas ruas centrais da capital norte americana dos automóveis.

 

Eu vou lamentar. Já estou lamentando. Sempre achei a corrida de Belle Isle uma das mais belas das que ocorrem fora dos ovais. Talvez por isso os Deuses da Velocidade tenham proporcionado uma corrida tão diferente este ano, sem que tivéssemos bandeiras amarelas e entradas do Safety Car e com uma redentora vitória de um veterano da categoria: Will Power.

 

A corrida começou com a bandeira verde sendo dada com mais da metade do grid completamente desarrumado. Os carros nas primeiras filas fizeram seus tempos com os pneus macios e os carros divididos entre duas estratégias: duas ou três paradas? Este foi o grande desafio dos homens dos boxes e, no caso dos pilotos, fazer com que os pneus macios durassem o suficiente para este plano dar certo, mesmo fazendo um stint bem menor do que os a serem feitos com pneus duros.

 

 

Josef Newgarden começou liderando, seguido pelos carros da Meyer Shank Racing, com Pagenaud e Castroneves. Rinus VeeKay foi o primeiro a ver que o plano não ia funcionar e parou ainda na volta 4 para trocar pneus macios por duros e mudar sua estratégia para uma de três paradas, mas ele ficou parado no pit lane por alguns segundos cruciais e retornou na P23. Alexander Rossi foi o próximo a fazer a mesma troca de pneus e ajuste de estratégia na volta 5 e retornar em P22.

 

David Malukas, em sétimo, foi o próximo a adotar a estratégia de três paradas e Santino Ferrucci foi segundos depois para a mesma decisão. Will Power foi o grande largador na bagunça do grid, saltado para P7 depois de largar em P16 com os pneus duros. Scott Dixon foi até P8 também se beneficiando dos seus pneus duros, junto com todos que optaram pelo composto.

 

Takuma Sato, que tinha pneus macios e despencava na classificação parou na 10ª volta enquanto Power, Dixon e Palou continuaram avançando sobre os que insistiam em continuar na pista em seus pneus macios e tentando manter a estratégia de duas paradas. Na volta 11, o trio era P3, P5 e P6. Kyle Kirkwood, também com pneus duros, subiu para P7 na mesma volta.

 

 

Will Power subiu para P2 e Dixon para P3 no início da volta 12, já que sua estratégia invertida, deixando os pneus macios para o stint final, estava funcionando com perfeição. O pole position e líder da corrida Josef Newgarden estava virando voltas em 1m21s, enquanto Power, Dixon e Palou estavam na faixa de 1m18s e aproveitando sua vantagem e logo foi alcançado. Na volta 14, Power atacou seu companheiro de equipe pela liderança e Dixon estava algumas curvas depois; Palou também passou, fazendo Newgarden cair para P4 em meia volta.

 

Três voltas depois, Kirkwood estava em P4 e a mudança de estratégia para três paradas de Rossi o levou até P5. Vários pilotos pararam na volta 17 no início da janela de duas paradas e esperava-se que mais se seguissem. A volta 18 viu Scott McLaughlin passar reto na curva 3 e, eventualmente, perder uma quantidade considerável de tempo tentando engatar a ré. O resto dos que optaram por três paradas em pneus macios pararam, incluindo Newgarden, pois a possibilidade de uma advertência – que nunca apareceu – surgiu enquanto McLaughlin estava tentando voltar pra pista.

 

Helio Castroneves voltou aos boxes na volta 23, onde parecia ter algum tipo de problema ao engatar a primeira marcha. O piloto brasileiro acabou forçado a abandonar. Kirkwood chegou na volta 24 como o primeiro dos que mantinham a estratégia de duas paradas com pneus duros e retornou da primeira parada na P9, novamente com pneus duros. Alexander Rossi fez sua segunda parada na volta 25 e voltou na P8, podendo capitalizar o movimento para três paradas se os líderes sofressem com os pneus macios.

 

 

Will Power foi para os boxes na volta seguinte e colocou um novo jogo de pneus duros, deixando os macios para o último stint. Dixon seguiu outro caminho e no final da volta 26 parou e colocou pneus macios. Palou também parou e também fez a mesma estratégia. Os dois pilotos da Ganassi precisavam fazer com que os macios durassem um tempo nenhum piloto havia conseguido até o momento.

 

Alexander Rossi (lembram que ele parou na volta 5?) estava 18 segundos atrás do líder Power e sete atrás de Palou na P3 na volta 29, estava avançando rápido. Na volta 30, ele reduziu a liderança para 13,3s, usando pneus duros, com um ritmo muito superior ao de Power, enquanto Dixon e Palou estavam no “modo de gerenciamento de pneus”. Na volta 38, Rossi estava colado em Palou e 12,8s atrás de Power e na volta seguinte ele superou o espanhol, mas perdeu tempo. Will Power estava a 15,0s à frente de Dixon e isso atrasou Rossi, que viu sua diferença para o líder aumentar para 16,0s no início da volta 42.

 

Na volta 43, Rossi toma a P2 de Dixon, que estava perto de entrar nos boxes pela última vez para voltar aos pneus duros. Palou parou na volta 44. Dixon, Newgarden e O'Ward pararam na volta 45. Power ampliava a vantagem para 19,4s na mesma volta. Newgarden, na P10, e O'Ward voltaram à frente de Palou enquanto mais pilotos entravam nos boxes. Rossi parou novamente na volta 47 e voltou à frente de Dixon na P4.

 

Kyle Kirkwood trocou para os pneus macios mas abusou dos pneus frios e bateu no muro no fim dos pits com o pneu traseiro esquerdo em sua volta à pista, dobrando a suspensão e tendo que abandonar. Will Power entrou nos boxes no final da volta 50 para colocar pneus macios e tinha uma vantagem de 16,0s sobre Rossi na volta 52. Rossi, mas o piloto da Andretti estava cerca de 1,2s mais rápido por volta. A diferença entre eles caía para 12,6s na volta 54 de 70.

 

 

A diferença vinha caindo e na volta 63, Power mantinha 10,7s sobre Rossi, mas de forma mais lenta. No início da volta 65, caiu para 9,4s. Com dois retardatários à frente, Will Power perdeu tempo e até Jack Harvey e Jimmie Johnson, no início da volta 66, a liderança diminuía para 7,9s. No início da volta 68, a vantagem de Power sobre Rossi foi reduzida para 6,5s com Harvey e Santino Ferrucci na frente. Faltando duas voltas do final, Rossi chegou a 5,1s, enquanto Ferrucci tirou a volta de atraso. A volta final começou com Power segurando 2,6s sobre Rossi. Só um erro tirava a vitória de Will Power e esse aconteceu, mas foi de Rinus Veekay, que bateu numa barreira de pneus atrás deles! Alexander Rossi a reduziu a diferença para 1,003s na linha de chegada, com Will Power vencendo a corrida e assumindo a liderança do campeonato.

 

O campeonato está completamente aberto e para mm, a disputa entre os pilotos experientes e os jovens velozes vai continuar intensa. Will Power vai conseguir manter a liderança? Scott Dixon vai se recuperar da perda na Indy500? Palou, O’Ward e Herta vão crescer?

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.