Tudo era novo para todos em Miami. Pista nova, travada, com raras áreas de ultrapassagem, alguns pontos estreitos e circuito jamais usado por qualquer carro de corrida. Virou ponto central de badalação, com várias celebridades desfilando, público recorde, provando que os Estados Unidos merecem de fato mais de um Grande Prêmio por ano.

Para as equipes os dados acumulados nos computadores revelavam uma pista com grip muito baixo, devido ao asfalto sem acúmulo de borracha, tão útil  para contribuir  com a aderência ideal, buscada por técnicos e pilotos. Os problemas específicos de Miami se somaram aos já enfrentados com o desenvolvimento dos carros. De um lado a despreocupada badalação e de outro a desgastante busca por melhores soluções técnicas.

Nos 3 treinos livres 3 pilotos diferentes registraram os melhores tempos. No 1º treino Charles Leclerc (Ferrari) foi o melhor, marcando 1m31s098, 4s539 mais rápido que Nicolas Latifi (Williams), o último colocado. No 2º treino a surpresa ficou para o melhor tempo de George Russell (Mercedes), com 1m29s938, 2s975 mais rápido que Nicolas Latifi (Williams). No 3º treino livre Sergio Perez registrou 1m30s304, 2s072 mais rápido que – sempre ele – Nicolas Latifi (Williams), o último. O que os engenheiros e pilotos desenvolveram os carros num espaço pouco superior a 24 horas é notável!

Na definição do grid de largada os carros da Ferrari foram superiores, com  Charles Leclerc marcando 1m28s796 e Carlos Sainz virando em 1m28s986. Os carros da Red Bull vieram a seguir com Max Verstappen registrando 1m28s991 e Sergio Perez com o tempo de 1m29s036. Foram seguidos por Bottas (Alfa Romeo) com 1m29s475, Hamilton com 1m29s625, Gasly (Alpha Tauri) com 1m29s690, Norris (Mclaren) com 1m29s750, Tsunoda (Alpha Tauri) e Stroll (Aston Martin) com 1m30s676, completando os 10 primeiros. Carros de 7 equipes diferentes chegaram no Q3. Dava a nítida impressão de que a Ferrari dominaria a corrida.

O GP de Miami foi muito bem disputado da largada até a bandeirada. Leclerc pulou na frente enquanto Max superou Sainz, que optou pela segurança de não forçar pra cima do holandês. Uma decisão sábia, pensando no Campeonato. Perez permaneceu em 4º, mas logo começaria a pressionar o espanhol. Na 9ª volta Verstappen assumiu a ponta, deixando claro que a Red Bull encontrou a solução para controlar melhor o desgaste dos pneus, fator decisivo nas últimas 2 corridas. As disputas acirradas aconteciam em todas as posições. Alonso tocou em Gasly e foi punido. Gasly bateu em Norris, tirando o britânico da corrida, e foi punido. Vettell tocou em Schumacher e teve que abandonar a corrida. Sebastian Vettel continua parecendo desconcentrado, em outro lugar. Se o alemão não voltar ao nível de concentração que exige a Fórmula 1 logo estará fora.

Os carros da Mercedes protagonizaram um duelo à parte. Chegaram em 5º (Russell) e 6º (Hamilton). Os alemães evoluíram um pouco mais. Logo voltarão a brigar pelas primeiras posições.

No final  da corrida Leclerc chegou a se aproximar de Verstappen, mas o holandês tinha o domínio da situação e não deixou escapar sua 23ª conquista, empatando com o sogro Nelson Piquet em número de vitórias na história da Fórmula 1

Na luta pelo título entre os pilotos Leclerc está na frente com 104 pontos, contra 85 de Verstappen, 66 de Perez, 59 de Russell, 53 de Sainz, 36 de Hamilton, 35 de Norris, 30 de Bottas, 24 de Ocon e 15 de Magnussen. Entre os construtores a Ferrari lidera com 157, vindo a seguir Red Bull com 151, Mercedes com 95, Mclaren com 46, Alfa Romeo com 31, Alpine com 26, Alpha Tauri com 16, Haas com 15, Aston Martin com 6 e Williams com 3.

A próxima etapa será o GP da Espanha, em Barcelona, no dia 22 de maio próximo.

Luiz Carlos Lima

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.