A Fórmula 1 está passando por uma fase inédita em sua história. Nunca houve antes uma mudança tão radical no regulamento, envolvendo todos os setores do carro e até na estrutura das equipes. Para que se tenha uma ideia os carros ganharam um acréscimo médio de 50 quilos de peso, para acomodar todas as alterações, especialmente na área aerodinâmica.

Como tudo é novo para todos, cada equipe escolheu um caminho a seguir em busca das melhores soluções. Desde o início do ano passado projetistas trabalham nos novos carros diuturnamente. O que não falta entre esses profissionais é competência. E sem exceção!

Umas poucas equipes tem encontrado mais facilidade na solução dos imensos desafios. As demais vão sofrer um pouco mais, mas encontrarão o caminho ideal. É o caso da Mercedes, campeão absoluta nos últimos 8 anos, que vem encontrando duros obstáculos no desenvolvimento de seus carros. Na corrida de Ímola os carros alemães nitidamente sofreram com o "porpoising", ou “golfinho”, movimentos verticais intensos nos pontos de mais alta velocidade. Esse efeito parece afetar mais a Mercedes que as demais equipes. Mas a solução está próxima.

Muitos questionaram o desempenho de Hamilton, chegou em 13º, em comparação com Russell, chegou em 4º, na corrida de Ímola. Em primeiro lugar as circunstâncias durante a prova favoreceram um e prejudicaram outro. Hamilton pode estar encarregado, devido à sua maior experiência, de desenvolver o carro em seus pontos mais radicais, o que significa sacrificar alguns resultados por uma solução final melhor, o que creio que esteja acontecendo.

A Mercedes também enfrenta outro complicador: o controle de gastos, que reduziu sua verba para menos da metade, no mínimo, do que vinha investindo. Aspecto muito significativo para os alemães, mais do que para qualquer outra equipe. Mesmo assim existe competência de sobra entre os responsáveis técnicos. Acredito que a Mercedes estará lutando por vitórias antes da metade do campeonato.

Quanto mais atrás está uma equipe mais espaço ela tem para se desenvolver. Acho que 2022 ainda reserva muitas surpresas no decorrer da temporada. Dá a falsa impressão de que a Red Bull venceu com facilidade a última corrida. A Ferrari já prepara um pacote de atualizações que parece muito bom. A Mclaren promete uma reação à altura das concorrentes. Alpine, Aston Martim, Alfa Romeo e Alpha Tauri acreditam que darão mais um passo à frente. No mesmo sentido projetam Haas e Williams.

O próximo desafio será o Grande Prêmio de Miami, dia 8 de maio, circuito novo desconhecido por todos.

Pode acreditar leitor: o Campeonato Mundial de Pilotos de 2022 será memorável!

Luiz Carlos Lima