No Grande Prêmio de Emília-Romagna pilotos e equipes passaram por duros testes de competência na tomada de decisões em situações mais diversas. As previsões meteorológicas tanto ajudaram quanto atrapalharam os competidores.

Desde o primeiro treino livre, na sexta-feira, persistiu a chuva, intermitente, com precipitações e curtos períodos de estiagem. O asfalto permaneceu molhado durante todo o final de semana. Os pneus de chuva intermediários foram os mais usados. Em raros momentos entraram em cena os pneus slick médios.

A situação de chover e parar o tempo todo resultou em rodadas, algumas batidas, gerando interrupções constantes. A habilidade dos pilotos foi testada ao extremo, com trechos da pista mais ou menos molhados, o que exigia constantes mudanças na forma de guiar em cada reta e curva. As estratégias para uso de pneus eram alteradas às vezes em poucas voltas do carro na pista.

Todos já esperavam pelo domínio da Ferrari. A antevisão pareceu se confirmar no primeiro treino livre de sexta-feira: os dois Ferrari, de Leclerc e Sainz, foram os mais rápidos, à frente de Verstappen e dos dois carros da Hass, com Magnussen e Schumacher.

Na tomada de tempo para a corrida Sprint, também na sexta-feira, o domínio passou a ser de Verstappen, que virou 0,779 s mais rápido que Leclerc, seguidos por Norris, Magnussen, Alonso, Ricciardo, Perez, Bottas, Vettel e Sainz, completando os 10 primeiros. Os estrategistas ficaram de cabelo em pé quanto a decisão de que pneu usar a cada momento. O tempo permanecia do mesmo jeito, chovendo e parando.

A corrida Sprint confirmou a superioridade da Red Bull. Apesar de Leclerc, com Ferrari, pular na frente, Verstappen o seguiu de perto e no final da prova ultrapassou aparentando bastante facilidade. Chegaram a seguir Perez, Sainz, Norris, Ricciardo, Bottas, Magnussen, Alonso e Schumacher. Russel terminou em 11º e Hamilton em 14º. Definitivamente: a Mercedes está em má fase. Confesso que não entendi por que foi criada a corrida Sprint. Acho que não acrescentou nada ao espetáculo e ainda aumentou os custos da equipe.

Verstappen largou como favorito no domingo. E venceu. Nenhum outro carro se aproximou do holandês durante toda a corrida. Antes da largada havia previsão de chuva forte com cerca de 20 minutos de corrida. Com a pista encharcada, todos largaram com pneus para chuva intermediários. A pista foi aos poucos secando, mas a decisão de troca para os slicks ia sendo adiada devido à previsão do tempo, que falhou. A chuva não veio durante toda a disputa, mas também a pista demorava a secar. Carlos Sainz está mesmo numa fase azarada. Ricciardo bateu em sua roda traseira e o retirou da prova, logo após a largada.

O GP em Ímola foi bem disputado. Com os dois Red Bull disparados na frente, Leclerc (Ferrari) ficou em terceiro, mas no afã de tentar tomar o segundo lugar de Perez, excedeu o limite, bateu com o assoalho do carro numa zebra e rodou. Acabou ficando em 6º e aprendeu mais uma lição: é preciso ter mais calmo para ser campeão. Nota positiva: carros de 8 equipes diferentes, das 10 concorrentes, colocaram seus carros entre ao 10 primeiros: 3º) Norris (Mclaren), 4º) Russell (Mercedes), 5º) Bottas (Alfa Romeo), 6º) Leclerc (Ferrari), 7º) Tsunoda (Alpha Tauri), 8º) Vettel (Aston Martin), 9º) Magnussen (Haas) e 10º) Stroll (Aston Martins). Hamilton (Mercedes) terminou no melancólico 13º lugar.

George Russell tem terminado as corridas bem à frente de seu companheiro de Mercedes, o supercampeão Louis Hamilton. Alguns começam a acreditar que o britânico deveria abandonar a carreira, que já não é o mesmo. Hamilton ainda pode surpreender dando a volta por cima. O carro está muito problemático mas pode ser melhorado.

As equipes, todas, tem bastante espaço para evolução e o campeonato de 2022 reserva surpresas as mais variadas. Ninguém se espante se a Mercedes vier bem mais competitiva nas próximas corridas.

Luiz Carlos Lima

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.