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Michael Andretti e o risco ao Status Quo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 02 March 2022 20:29

Caros Amigos, No meio corporativo, não é nada incomum vermos seguimentos uma estabilidade entre as partes envolvidas em uma situação em que todas as partes ganham. Essa condição pode ser chamada de diversas formas. Uma delas “status quo”.

 

O status quo está relacionado ao estado dos fatos, das situações e das coisas, independente do momento. O termo status quo é geralmente acompanhado por outras palavras como manter, defender, mudar e etc. O posicionamento ou condição das coisas, e não necessariamente significa que sejam situações negativas ou ruins. Este é interpretado como um termo neutro, que pode ter qualquer sentido, seja ele positivo ou negativo.

 

O conceito inicial do status quo tem origem na expressão diplomática latina “in statu quo res erant ante bellum”, que pode ser traduzido por “no estado como as coisas eram antes da guerra”. Como o “conceito de guerra” extrapola há tempos o campo bélico, sendo também utilizado no mundo dos negócios, a chamada “quebra do status quo” é exatamente quando algo surge que poderá desequilibrar alguma coisa que parece cômoda para as partes nela envolvidas.

 

No final do ano passado Michael Andretti esteve perto de concretizar a aquisição da equipe Sauber/Alfa-Romeo e se estabelecer como a segunda equipe norte americana na Fórmula 1. Quando as negociações pareciam estar com o rumo bem definido e as perspectivas de um anúncio oficial no final de semana do GP dos EUA poderia ser o grande momento do final de semana, os pontos em negociação deram uma guinada brusca e o negócio não se concretizou.

 

Michael Andretti não desistiu de suas ambições e estabeleceu um contato inicial com a Federação Internacional de Automobilismo para estruturar uma equipe e disputar o campeonato mundial de Fórmula 1. Este é o primeiro passo de uma caminhada até se chegar ao objetivo final, algo que certamente o Grupo Liberty Media veria com bons olhos uma vez que já está investindo em ter mais etapas do campeonato nos Estados Unidos. Este ano serão duas – Miami e COTA – e as negociações para uma volta da categoria à Indianápolis é algo concreto.

 

Uma vez que os promotores da categoria deveriam trabalhar em sintonia com a entidade reguladora da atividade, poderíamos partir do pressuposto de que a FIA veria com bons olhos o estabelecimento de uma equipe na categoria, ainda mais com um histórico de sucesso no automobilismo e com um sobrenome como o da família Andretti. Entretanto, os primeiros sinais apontam na direção oposta.

 

Os planos de Michael Andretti seria voltado para uma entrada na categoria em 2024 com uma equipe completamente nova: a Andretti Global. O projeto envolve fazer as operações a partir de Indianápolis, mas também com uma sede no Reino Unido. A fábrica de Indianápolis será construída perto da casa da equipe de Andretti na Fórmula Indy. Ao contrário da equipe de Gene Haas, a Andretti tem uma expertise com carros monopostos de rodas abertas.

 

Apesar de todos os fatores congruentes para que a chegada de uma equipe norte americana, com um sobrenome de peso, com histórico de um título mundial na categoria possa ser algo positivo e agregador para a categoria e seus promotores, a FIA não parece corroborar desta linha de raciocínio e – aparentemente – considera inadequado mudar a estrutura hoje existente, com 10 equipes e 20 carros no grid. Pensamento este que foi endossado por Toto Wolff, que afirmou a um veículo de mídia alemão “concordar que 10 equipes são suficientes para a Fórmula 1”.

 

Uma das questões que as equipes estabelecidas talvez estejam levando em conta é a questão financeira. A FIA conseguiu costurar um acordo junto com o Grupo Liberty Media e as equipes para a redução de custos e investimentos por temporada. Uma nova equipe entrando para a categoria poderia gerar algum desequilíbrio contábil uma vez que seria mais uma a partilhar o montante que é pago às equipes por temporada. Entretanto, alguém duvida que os promotores não concordariam em aumentar este repasse, ainda por cima sendo uma equipe norte americana?

 

Ao contrário de Toto Wolff, Andreas Seidl, da McLaren, que tem uma equipe associada e que usa o nome McLaren na Fórmula Indy, expressaram seu apoio à entrada de Andretti, mas alertou para as dificuldades de se estabelecer na Fórmula 1. Ele também cobrou uma posição rápida e positiva por parte da FIA. Seidl, pelo menos publicamente, não se mostrou arredio à ideia de uma mudança no “status quo” que parece gerar mais preocupações do que estariam transparecendo no momento e muito asfalto ainda deve passar sob essas rodas.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva