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A abertura da Indy em St. Pete, a prova da NASCAR em Fontana e a F1 em Barcelona PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 01 March 2022 17:19

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que todos bem, ou ao menos melhores que esse vosso escriba, como de costume enroscado entre Third World Problems e os altos e baixos do quadro de depressão que sofro há anos... e não, o calor absolutamente insano que está fazendo na Grande São Paulo esses últimos dias não coopera em nada com meu bom estado de espírito. É muito fácil dizer “eu gosto de calor” quando se tem ar condicionado e piscina em casa... queria ver esse povo que “gosta de calor” sem geladeira pra manter a cerveja gelada e assim poder aproveitar ao máximo o calor que eles dizem gostar. Afinal, não existe nada pior que quem vive em desacordo com suas próprias palavras...

 

Bom, mas vamos ao que realmente interessa, corridas. Começou neste domingo a temporada 2022 da Indycar, e as ruas de São Petersburgo propiciaram uma corrida que, se não foi de encher os olhos, também não causou sono nos espectadores. Novamente vimos uma partida de xadrez entre as estratégias das equipes Penske e Ganassi para ver quem terminaria a corrida na frente... como as peças movimentadas pela Penske foram mais certeiras, o neozelandês Scott McLaughlin conquistou sua primeira vitória na categoria, logo na estreia da sua segunda temporada. Efetivamente os 3 títulos consecutivos na V-8 Supercar não foram obra do acaso, o garoto é realmente muito bom ao volante, tanto que liderou 49 das 100 voltas da corrida. Nas últimas voltas segurou com a maturidade de um veterano a pressão intensa exercida por Alex Palou (Ganassi), que estava disposto a mostrar que esse ano vai lutar com todas as forças para manter o seu título conquistado ano passado. Palou fez uma corrida de gente grande também, e abriu todos os compartimentos da caixa de ferramentas para tentar encontrar um espacinho para fazer a manobra de ultrapassagem, mas teve de se contentar com o segundo lugar, que de toda forma não é nem de longe um mau resultado se pensarmos no campeonato como um todo. Em 3º lugar chegou Will Power (Penske), que batalhou um bocado pela posição fez aquilo que dava pra fazer. Chegou mais de 10 segundos à frente do 4º colocado, mas não teve como entrar na briga pela ponta lá na frente. Os 7 primeiros colocados partiram para uma estratégia de 2 paradas para reabastecimento e troca de pneus; o piloto com 3 paradas melhor colocado foi Scott Dixon, e convenhamos, se Dixon não conseguiu fazer essa estratégia funcionar... ninguém mais conseguiria. Dentre os estreantes, destaque para Christian Lundgaard, nome para mim desconhecido e que confesso que preciso pesquisar melhor a respeito. Fez uma ótima primeira corrida, terminando em 11º à frente de gente como Pato O’Ward, Simon Pagenaud, Josef Newgarden, entre outros. E a 5ª Série C que existe dentro de nós agradece a presença do estreante David Malukas (sim, esse é o sobrenome dele), que foi o primeiro a abandonar a prova e pelo jeito promete mais atuações Malukas essa temporada (não, eu não iria perder a chance da piada infame...). o representante brasileiro, Hélio Castroneves, entrou para o time das 3 paradas e terminou em 14º lugar, à frente dos já mencionados Pagenaud (15º) e Newgarden (16º).

 

A NASCAR foi até a Califórnia para sua segunda etapa, na pista de Fontana. Proprietária do asfalto mais antigo das pistas em atividade na categoria, a reta oposta estava com ondulações que lembravam a Marginal do Pinheiros na altura do Panamby, só faltaram os buracos para virar a pista da malcheirosa avenida paulistana... entretanto, aparentemente os pilotos gostam desse asfalto antigo, então... que seja. O desenho da pista é uma cópia exata da pista de Michigan, e assim como aquela pista na região dos Grandes Lagos ela costuma produzir ótimas corridas de Indycar, mas corridas realmente “meia boca” de NASCAR. Enfim, não sou eu que faço o calendário, então essa pista deve continuar recebendo a NASCAR “ad aeternum” ao que parece. A única grata surpresa da corrida foi Tyler Reddick, que venceu os dois primeiros segmentos e vinha fazendo uma corrida absolutamente consistente com seu carro patrocinado pela Lenovo e com uma pintura extremamente parecida com a da equipe Ducati na MotoGP (que por sinal, começa próximo final de semana), até que foi traído por um pneu traseiro furado e, enquanto tentava controlar o carro na saída da curva 2 para sair das proximidades do muro e buscar o pitlane para a troca de pneus, foi colhido pelo carro do William Byron, em derrapada pouco controlada, e acabou sendo jogado para o muro. Isso tornou o retorno dele para a corrida ainda mais demorado, mas ao menos ele conseguiu continuar na prova; Byron nesse enrosco acabou indo de frente no muro e teve de abandonar. Como o asfalto da pista está consideravelmente abrasivo, o estouro de pneu pode ser fruto disso. As últimas voltas viram um belo duelo entre Kyle Larson, Austin Dillon e Erik Jones, o trio Chevrolet mostrando muito arrojo e tentativas de utilização de diferentes traçados possíveis na larga pista californiana, mas a ordem de chegada foi essa mesma descrita: Larson 1º, Dillon 2º e Jones 3º. Em 4º lugar, para alegria da grande comunidade mexicana na Califórnia, chegou Daniel Suárez, que ao final da corrida agradeceu enormemente a equipe de mecânicos do carro #99 pelo ótimo trabalho feito. Fechando o Top-5 veio o primeiro não Chevrolet da corrida, Joey Logano, liderando outros 2 Ford (os carros de Almirola e Harvick). O único Toyota entre os 10 primeiros chegou em 8º, o carro de Kurt Busch. Imaginem o humor dentro da equipe Joe Gibbs, com seus 3 carros no fim da prova (Christopher Bell já tinha abandonado) chegando em 13º, 14º e 15º... Buschinho já é meio ranzinza, com o 14º lugar e a série de problemas enfrentados na corrida devia estar com mais mau humor que eu nesse calor de São Paulo.

 

Os testes coletivos da F-1 em Barcelona devem ter apontado um bocado de informações para as equipes, já que algumas equipes nitidamente abusaram daquela tinta fosforescente para visualizar o fluxo do ar... provavelmente quem não ficou satisfeito com o carro deverá aparecer com algumas substanciais mudanças em relação ao carro dos testes já na prova de abertura do campeonato, pelo que qualquer análise dos tempos mostrados será pura especulação. O que pode ter algum desdobramento mais a curto prazo é a situação do Mazepin na Haas, por conta das sanções que o mundo esportivo em geral e a FIA adotaram em relação aos atletas russos após a invasão russa na Ucrânia. No fim dos testes a Haas já estava sem as cores da bandeira russa no carro, e não se sabe como será o futuro da Uralkali como patrocinadora da equipe se a União Europeia efetivamente congelar as contas bancárias das empresas russas no Ocidente. Há boatos que a Ferrari (fornecedora de motores da equipe) poderia encaixar o Giovinazzi no lugar do russo, com Pietro Fittipaldi continuando como piloto reserva. Esperemos para ver o que esse enrosco todo dará.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.