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Quem tem medo da Fórmula Truck? Baseado em fatos reais PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 16 January 2022 23:42

E aê Galera... agora é comigo!

 

Quando a gente, que gosta de automobilismo, reclama da falta de circuitos e da repetição de pistas nos calendários de corridas das categorias disputadas no Brasil, a coisa precisa ser olhada por – pelo menos – dois pontos de vista diferentes: o primeiro é o da falta de circuitos em condições de receber um determinado evento (um exemplo é o caso de Tarumã, no Rio Grande do Sul, que precisa de reformas de segurança para receber a Stock Car) o outro é o interesse do promotor em levar a corrida para determinado local, como é o caso de Curvelo, em Minas Gerais. Acontece que o Ogro do Cerrado aqui descobriu existir um “terceiro ponto de vista”: o boicote!

 

Quando o calendário da Stock Car para 2022 foi apresentado – com grande antecedência – tenho certeza que não fui somente eu a perceber, de cara, a não inclusão do autódromo Internacional de Cascavel entre os locais de corrida (para não falar na realização de duas corridas no circuitinho gourmet de Mogi-Guaçu), que meu camarada e colunista aqui do site, Alexandre Gargamel, chama – com razão – de “pista para Track Day”, e na realização de TRÊS corridas no autódromo de Goiânia (fazer duas em Interlagos, por razões comerciais é algo que eu chamaria de normal).

 

Algumas semanas depois veio a divulgação do calendário da Copa Truck e uma vez que os caminhões são menos velozes que os carros da Stock Car, Tarumã teve a corrida confirmada, assim como Londrina... mas – novamente – Cascavel ficou de fora e, neste caso, podemos colocar como agravante o fato que foi em Cascavel e Guaporé (essa não dá mais, pelos critérios de segurança baseado no formato FIA que a CBA adotou) que as corridas de caminhões se consolidaram como grandes eventos, tanto de competitividade como de integração com o público, que acampava em ambos os autódromos por praticamente toda a semana que antecedia o domingo da corrida.

 

 Você tem medo de fantasma, leitor? Tem gente que parece ter. Não entendeu? Vai lendo que você vai entender tudo. 

 

Mesmo não sendo jornalista, mas sendo principalmente um fã das corridas em ‘circuitos raiz’ como o de Cascavel, que passou por uma grande reforma 10 anos atrás e voltou ao calendário nacional em 2012 com a nova reta de largada, os novos boxes e a mítica curva do bacião para desafiar os pilotos de qualquer categoria, o fato do inconformismo com a ausência nas duas categorias da VICAR chamaram minha atenção e após algumas semanas de investigações, ligações com pessoas que residem na cidade paranaense além de outras em São Paulo, concluí que, de forma asquerosa, vergonhosa e – porque não – criminosa, Cascavel foi boicotada! O motivo do boicote? Um “fantasma” chamado Fórmula Truck!

 

A categoria criada pelo eterno e saudoso Aurélio Batista Felix, por anos foi a maior categoria de veículos de competição do Brasil, tanto em competitividade como em apoio popular – nos autódromos e na audiência pela televisão – humilhando a badalada e, na época, “globêstizada” (a segunda vogal não era bem essa...) Stock Car de Carlos Col. O nosso site tem fotos de como o autódromo sempre ficava mais cheio nas corridas de caminhões. Em Guaporé acontecia um fenômeno de triplicar a população da cidade, de 20 para 60 mil pessoas, mesmo anos após a morte de seu criador e as coisas não andarem como deviam com a administração da viúva, Neusa Navarro Felix.

 

 A Fórmula Truck, de Aurélio Batista Felix, era um sucesso como competição e como evento, lotando autódromos pelo país.

 

Com muitos conflitos com patrocinadores, montadoras de caminhões e com os pilotos e equipes, a Fórmula Truck perdeu-se, saiu da pista e rolou a ribanceira. Com uma lacuna em aberto, os proprietários de equipe se organizaram, buscaram refazer os contatos com as fabricantes de caminhão e também a ajuda de quem sabia como recuperar uma categoria de automobilismo que não estivesse “bem das rodas”: Carlos Col! Ele, que um dia foi adversário feroz das corridas de caminhões, que numa atitude covarde e lesiva ao esporte a motor no Brasil fazia coincidir datas dos calendários de corridas entre a Stock Car e a Fórmula Truck para tentar – em vão – esvaziar a visibilidade da categoria dos brutos foi chamado pelos “associados” para promover a “recém criada” Copa Truck.

 

Com o “Midas” (é como eu chamo o Col... ele faz “virar ouro” o que põe a mão) tem os canais e os acessos, a primeira coisa que ele conseguiu foi realizar um sonho do canal globêstico (a segunda vogal não era bem essa...) e levar as corridas de caminhões – ainda que para o canal por assinatura – para lá. Só parecem ter esquecido que a categoria dos caminhões era uma categoria popular, entranhada na massa, nos rincões caminhoneiros pelo interior do país que mais facilmente tem uma antena parabólica pra pegar sinal aberto do que uma conexão para as TVs por assinatura. Tentaram fazer “uma produção” na categoria e para colocar a cereja no bolo, narradores e comentaristas que nem sabiam quantos pneus tinha um caminhão (eu tive que explicar pra eles aqui na coluna). Ou seja: gourmetizaram a categoria. Pior que, além de perder a identidade com a maioria do seu público, na nova emissora a Copa Truck era tratada como “evento de segunda”... ou terceira! Sendo quase sempre “a última opção” entre as opções. Ao menos as coisas melhoraram – um pouco – com a volta das corridas na TV aberta na antiga emissora: a Band, que tem um apelo mais popular.

 

 "Sob nova direção" e com o mesmo nome, a Fórmula Truck voltou à pista em 2021, mas a primeira impressão foi péssima.

 

Quando tudo parecia que poderia se acertar, eis que um fantasma veio rondar os portões dos autódromos... ela, a Fórmula Truck, com o mesmo logotipo e um novo dono (uma relação que não está muito clara sobre como houve a transição da família Felix para o atual proprietário, Gilberto Hidalgo). Da assombração a realidade levou algum tempo, mas no dia da independência dos EUA (data sugestiva) a renascida Fórmula Truck, afiliada a LDA (Liga Desportiva de Automobilismo, de São Paulo) tomou o maior autódromo do país, Interlagos, para sua corrida de retorno. Assisti o triste evento pelo Portal Highspeed, do meu camarada Pedro Malazartes, mas ele só estavam retransmitindo as imagens e o áudio. Foi um espetáculo triste. Parecia mais uma procissão fúnebre do que a preparação para uma corrida, com mais veículos circulando na pista do que caminhões que estavam largando (apenas nove). Apesar dos “pirotécnicos comentários” dos comentaristas da corrida, eu não conseguia ver a renascida categoria sair do tamanho acanhado e seguir o rumo de outras categorias regionais com caminhões, que não prosperaram. 

 

Estou começando a pensar que eu posso estar errado! Em setembro a Fórmula Truck quase dobrou o número de caminhões no grid em uma corrida realizada no agora falecido AIC, em Pinhais. A divulgação desta corrida foi quase nenhuma, mesmo na internet. A nossa “imprensa especializada” simplesmente ignorou a corrida no Paraná, mas o número de caminhões e uma potencial perspectiva de crescimento deixou em estado de alerta os associados que hoje são os donos da Copa Truck, que é uma associação entre alguns donos de equipe, o executivo que eles contrataram – Carlos Col – e sua encarregada para aparecer como promotora da categoria via a empresa do próprio Carlos Col (a +Brasil), Vanda (com V) Camacho.

 

 Dois meses após o melancólico retorno em Interlagos, a categoria chegou com força no AIC, com um bom grid, mesmo sem mídia. 

 

Para sua terceira corrida, programada para Cascavel em novembro último, a renascida Fórmula Truck levou 19 caminhões para o grid e um problema para os administradores do autódromo, que aceitou receber a categoria: segundo os relatos das diversas pessoas que procurei na cidade e que são relacionadas com as corridas lá realizadas, os administradores do autódromo teriam recebido um ultimato de Carlos Col: Caso a corrida acontecesse, nem a Stock Car e nem a Copa Truck iriam para Cascavel em 2022. Com coragem (o advérbio não era bem esse...) os administradores do autódromo não cederam à pressão e mantiveram o contrato assinado. A corrida aconteceu... e quando os calendários da Stock Car e Copa Truck foram divulgados, Cascavel não estava lá.

 

Eu tenho algumas perguntas para o Sr. Midas, que sempre respeitei como empresário:

É verdade que o Sr. teve a coragem de ameaçar, chantagear, os administradores do autódromo de Cascavel para alijar do calendário das categorias onde o Sr. tem poder de decisão como diretor e promotor?

Interlagos também recebeu uma corrida da Fórmula Truck em 2021 e vai receber novamente em 2022, sempre como parte do evento da LDA. Interlagos também vai sair do calendário da VICAR e da Copa Truck? O Sr. tem coragem para fazer isso?

 

 A nova Fórmula Truck acelerou em Cascavel e despertou a ira de Carlos Col. O resultado foi o boicote da Stock e a C. Truck.

 

A Fórmula Truck, a ‘nova’ Fórmula Truck, acelerou forte, montou um grid grande, com um custo mais baixo do que a categoria que foi ‘gourmetizada’. Está falando “a linguagem dos caminhoneiros” e buscando resgatar as raízes aparentemente perdidas da categoria criada por Aurélio Batista Felix. Se isso acontecer, aqueles que criaram a cisão da categoria no final de 2016 farão o quê?. Em vários países existem – e coexistem – diversas categorias de carros similares. Porque não podemos ter duas categorias de caminhões? É por causa de gente com mentalidade pequena – o que não falta nesse país – que nosso automobilismo é pequeno perto do automobilismo argentino, que não temos (e dificilmente teremos) um brasileiro de volta às vitórias na Fórmula 1, que teremos autódromos desaparecendo como foram Jacarepaguá e o AIC.

 

Querida Editora Chica da Silva, Rainha da Bahia, por favor, abra um direito de resposta para o Carlos ‘Midas’ Col se manifestar se ele quiser.

 

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- Com a falta de corridas a gente tem que garimpar bem para publicar alguma pílula. Uma boa é a falta do que fazer desse pessoal nas redes sociais na internet, que vivem “requentando sopa”, especialmente com coisas do Presuntinho. É uma praga.

- Recebi uma série de tristes fotos com a destruição do AIC em Pinhais. Um dos melhores autódromos do país sendo destruído. Ta certo que o autódromo era privado e os donos quiseram vender o terreno, mas que é triste, é triste.

- Na “imprensa especializada” – a séria e a nem tanto – tá rolando que o diretor de provas da Fórmula 1, Michael Masi, seria ou estaria demitido. Só que a FIA teria um problema com isso: tirando Masi, quem poderia assumir o lugar? Teria alguém preparado para assumir este desafio? É claro que tem! Agora que temos uma brasileira como uma das vice-presidentes da FIA, é hora de usar de sua força política para termos novamente um brasileiro em posição de destaque na Fórmula 1. De quem estou falando? Dele, é claro... o PIROCA (Sim, o sobrenome dele é PIROCA)! O diretor das corridas das principais categorias do automobilismo brasileiro tem totais condições de estar à frente desta função. Vamos fazer uma campanha? Como slogans podemos usar vários: “PIROCA! A FÓRMULA 1 PRECISA DE VOCÊ.” “PARA COLOCAR ORDEM NA F1 SÓ TEM UM JEITO: PIROCA NELES!” “PIROCA NA F1: DIREÇÃO DE PROVAS COM FIRMEZA!” Quem tiver outras sugestões, pode enviar para o email do site.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

    
Last Updated ( Tuesday, 18 January 2022 11:00 )