Caros Amigos, Quando me ofereci para trabalhar voluntariamente para o site Nobres do Grid em 2010, não conseguia imaginar quão longe chegaria. Nem como um colunista voluntário e tão menos o site, onde meia dúzia de abnegados se dedicavam a pesquisar e produzir biografias, artigos técnicos e históricos, além de algumas entrevistas.

Em 2012 muitas coisas mudaram na minha vida: um acidente rodoviário, uma cadeira de rodas, uma série de sequelas físicas e nem por isso desisti da vida e nem do Nobres do Grid, que teve um papel psicológico e terapêutico de grande valia em minha recuperação, sob o atento acompanhamento da nossa amiga e psicóloga Catarina Soares, que voluntariamente, assim como eu, uma voluntária para escrever no site, que se tornou a editora chefe e também vem sendo minha terapeuta (eu nunca havia comentado sobre isso antes) desde então.

Este preâmbulo tem uma razão de ser: esta é a edição 500 da coluna Sala de Imprensa. Algumas acabaram não sendo escritas por mim, em momentos que – por motivo de saúde – precisei ficar ausente desta nossa conversa semanal. São 500 semanas onde falou-se de automobilismo por uma ótica que eu não conheço abordagem semelhante, no Brasil ou no exterior. Evidentemente isso não faz de mim um Cláudio Carsughi, um Lívio Oricchio ou um Flávio Gomes, mas cada email ou mensagem que recebo me faz sentir especial.

Não tive como não pensar em algumas situações históricas no esporte quando, diante de atingir uma marca ou obter um êxito, a reação do atleta foi algo que teve um efeito muito maior sobre ele, interiormente do que o feito em si para a história. Quem não se lembra da reação de Michael Schumacher quando igualou as 41 vitórias de Ayrton Senna? Após a corrida, na sala de imprensa, na entrevista com os três primeiros colocados, ele, Mika Hakkinen e seu irmão Ralph, Michael caiu em prantos e foi acompanhado nas lágrimas por Mika Hakkinen. Mesmo tendo conquistado outras 50 vitórias posteriores àquela e totalizando mais do que o dobro das vitórias de Ayrton Senna, aquele número era simbólico para Michael Schumacher e em relação a quem o detinha (ele não teve uma reação deste tipo quando igualou as 51 vitórias de Alain Prost, por exemplo).

Quando eu comecei a escrever para o Nobres do Grid, não passava pela minha mente que eu iria chegar a escrever 500 colunas. Inclusive, não fosse pela hoje além de amiga, terapeuta e Editora Chefe do site, Catarina Soares, ter “me dado os parabéns antecipado” na nossa reunião de terças-feiras, eu não teria me dado conta do quanto já escrevi aqui e de quanto tempo se passou desde então.

O que eu posso dizer a todos os meus estimados leitores é um muito obrigado por toda a atenção dada a este atrevido que um dia decidiu escrever sobre automobilismo e outras coisas com meus preâmbulos – as vezes longos demais – para os que acompanham o Projeto Nobres do Grid (forma como passei a chamá-lo quando me ofereci para gerenciar as ações envolvidas). Não poderia dizer outra coisa neste momento que não seja: que venham mais 500!

Um abraço e até a próxima,