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O final de temporada do TCR e da Extreme-E e a perda de Graziela Fernandes PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 20 December 2021 20:29

Olá leitores!

 

Os pilotos de algumas categorias já estão curtindo suas férias, outros estão fazendo testes com o equipamento do ano que vem (caso do pessoal do Mundial de Superbike e da NASCAR), Kimi Räikkönen e família já estão curtindo a aposentadoria dele em um paraíso tropical, o choro dos torcedores do Lewis Hamilton continua intenso (aliás, por favor, venham chorar junto as represas que abastecem de água a região metropolitana de São Paulo, as chuvas foram menores que o necessário e o volume de vosso choro com certeza contribuirá para afastar uma provável crise hídrica), e esse final de semana tivemos a decisão de título de duas categorias estreantes: o TCR South America e a Extreme-E. Corridas completamente diferentes, mas cada uma das categorias procurando investir para crescer dentro do seu segmento.

 

A etapa final do campeonato sul americano ocorreu em Concepción de Uruguay, e acabou dando a lógica: com mais experiência no equipamento utilizado, o espanhol Pepe Oriola (Honda) foi ao pódio nas duas corridas do final de semana e levou o troféu de primeiro campeão da TCR South America. No sábado ele venceu com autoridade e foi escoltado no pódio por dois pilotos brasileiros, Raphael Reis (Honda) terminou no 2º lugar e Rodrigo Baptista (Audi) chegou em 3º. Essa terceira posição do Rodrigo dificultou muito a busca dele pelo título da temporada, já que o espanhol abriu mais vantagem ainda e, na prática, graças ao reduzido grid, bastava no dia seguinte ele completar 75% da corrida, de forma a pontuação ser válida, para levar o troféu. No domingo, mesmo com a inversão do grid, Oriola deu um show: procurou evitar todas as encrencas possíveis na pista, se estabelecendo no 5º lugar até completar os tais 75% da corrida (ou seja, chegar inteiro na volta 12). Completada a volta 12, ele partiu pra cima dos pilotos que estavam à sua frente, inclusive o já consagrado vice campeão Rodrigo Baptista, e acabou cruzando a linha de chegada na 2ª posição, atrás do argentino Fabrizio Pezzini (Lynk & Co), ocupante do degrau mais alto no domingo, com Dorian Mansilla (Honda) na 3ª posição. Rodrigo Baptista, além do vice campeonato, ficou com o 5º lugar na corrida. Se o campeão foi espanhol (Pepe conquistou 278 pontos), o 2º e 3º lugares no campeonato ficaram com o Brasil: Rodrigo Baptista e Raphael Reis ficaram, respectivamente, com 247 e 236 pontos. Mais outros 2 brasileiros, Adalberto Baptista e Fábio Casagrande, ficaram com 5ª e 6ª posições no certame. Agora é torcer para termos mais carros e mais competitividade na temporada 2022, o início foi promissor, mas pode e deve melhorar.

 

A categoria de off road eletrificada Extreme E foi até Dorset, no litoral britânico, para sua última etapa, curiosamente chamada Jurassic X Prix. E a batalha pelo título foi encarniçada, sendo que as duplas terminaram empatadas em pontos (155 cada um) e o título foi decidido nos critérios de desempate. Um final épico para uma categoria que se pretende épica (e cujas corridas são bem mais interessantes de assistir que as da Fórmula E, a propósito). A dupla campeã foi Molly Taylor e Johan Kristoffersson, da Rosberg X Racing, liderada pelo Nico Rosberg, campeão da Fórmula Um em 2016. Eles terminaram a etapa final na 4ª posição, o suficiente para atingir a pontuação requerida para levar seus troféus para casa. Em segundo lugar, mas vencendo a última etapa do ano, terminou a dupla Cristina Gutiérrez e Sébastien Loeb, da equipe X44, capitaneada por (adivinhem...) Lewis Hamilton, vice-campeão da temporada 2021 da Fórmula Barbie e herdeiro da tradição de Ayrton Senna de ter o fã clube mais fanático e sem noção do planeta. Em 3º lugar no campeonato e 2º lugar na última corrida ficou a dupla Mikaela Åhlin-Kottulinsky (que nome difícil para um latino escrever...) e Kevin Hansen, da equipe JBXE, cujo líder é outro ex campeão da F-1, Jenson Button. Esse ano tivemos 9 equipes, seria interessante aparecerem mais 2 ou 3 para apimentar as disputas. De resto, o formato de duplas mistas para a pilotagem dos protótipos me pareceu extremamente bem sucedido e inclusivo, provando que não existe a necessidade de criar categorias segregando homens e mulheres ao volante. Espero que esse formato continue e se estenda para outras categorias em que mais de uma pessoa pilote o carro.

 

Agora, campeonatos encerrados, é hora de preparar as retrospectivas (nacional e internacional) e tentar convencer Pai Alex a abrir um horário na sua agenda (que voltou a ficar cheia com o público vacinado e saindo às ruas) para ver se ele se dispõe a nos dar suas previsões pra 2022...

 

Até a próxima!

 

EDIT: infelizmente tenho que dizer que mais uma das pessoas para quem o site Nobres do Grid foi feito partiu para o grid do além. Graziela Fernandes, que correu de Alfa Romeo pela Equipe Jolly, nos deixou. Certamente textos mais longos e mais profundos a respeito desse passamento serão produzidos pela equipe do site... de minha parte, a encontrei uma vez nos boxes de Interlagos e fiquei encantado com a simpatia de Dona Graziela, contando casos de provas ocorridas antes de eu nascer ou quando eu ainda usava fraldas (de pano, não tinha esse negócio de descartável na época não). Que sua viagem ao além tenha sido impulsionada por um V-6 Busso ou um 2000 bialbero com dois Dell’Orto corpo duplo, duas das mais musicais obras de arte do Quadrifoglio. Resquiat in pace.

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.