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Felipe Drugovich vai ao pódio duas vezes em Abu Dhabi PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 12 December 2021 15:00

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos como principal evento a ser registrado a etapa de encerramento com a última rodada tripla da Fórmula 2 em Yas Marina, com a decisão do título da temporada onde o líder do campeonato, Oscar Piastri, vai precisar “fazer tudo errado” para não conquistar o campeonato e dar chances reais a Robert Shwartzman e/ou Guanyu Zhou, que ainda tem possibilidades matemáticas.

 

A outra grande notícia desta última semana foi o anúncio da vencedora do FIA Girls on Track 2021. Infelizmente não deu para a Brasileira Julia Ayoub, que chegou na fase final. A vencedora foi a espanhola Laura Camps Torras, de 16 anos, que terá o suporte da Ferrari na disputa do campeonato italiano de Fórmula 4. Neste ano também teve uma “categoria júnior”, voltado para kartistas e nesta a vencedora foi a portuguesa Maria Germano Neto, de 11 anos.

 

Falando em FIA Fórmula 4 italiana, os testes de inverno continuam e o brasileiro Rafael Câmara, piloto da Prema e da Academia da Ferrari, continua andando na frente e despontando como um dos potenciais favoritos para a próxima temporada da categoria de entrada mais competitiva entre as disputadas na Europa.

 

FIA Fórmula 2

A categoria de acesso (dependendo de quanto dinheiro você tiver) à Fórmula 1 chega em Yas Marina praticamente definido. Com 66 pontos em jogo na rodada tripla, Oscar Piastri tem 51,5 pontos de vantagem para Robert Shwartzman e 64,5 pontos para Guanyu Zhou. Tem que dar tudo muito errado para o piloto australiano não conquistar o campeonato na pista. Na corrida por uma vaga na Fórmula 1, ele a perdeu para o piloto chinês e suas dezenas de milhões.

 

A esquadra brasileira chegou desfalcada em Abu Dhabi. Sem Enzo Fittipaldi, que só vai voltar as pistas em 2022, tínhamos Felipe Drugovich e Guilherme Samaia para tentar levar a bandeira brasileira ao pódio em alguma (ou algumas) das três corridas, mas o primeiro contato dos pilotos com a pista não foi nada animador. Felipe Drugovich ficou apenas com a P15 (e Zhou na P11). Guilherme Samaia foi o 16°, 3 posições à frente de Verschoor, que substituiu Enzo Fittipaldi.

 

 

Pouco depois do segundo treino livre da Fórmula 1, os pilotos da Fórmula 2 foram para a pista fazer o treino de classificação da corrida longa no domingo e que, com a inversão dos 10 primeiros, define o grid da corrida 1 no sábado. Diferente do treino livre, quando havia luz natural, esta sessão foi realizada já à noite e com os refletores iluminando a pista, com temperatura do ar e do asfalto mais baixas.

 

Os pilotos e equipes continuaram a fazer aquele esquema de dois ‘stints’  e no primeiro Felipe Drugovich conseguiu uma melhora considerável em relação ao treino livre, conseguindo ficar entre os 10 primeiros e, no retorno dos carros no meio do treino onde tem aquele “ajuste fino” com a P7. Guilherme Samaia não conseguiu repetir a performance do treino livre e fechou a primeira metade do treino na P21.

 

 

Com 9 minutos restando os pilotos voltaram para a pista. Felipe Drugovich chegou a fazer a P4, mas teve a volta deletada por exceder o limite de pista. Com os pilotos melhorando os tempos o brasileiro foi caindo e era o P12 quando seu companheiro Zhou fez a pole provisória a 2 minutos do fim, Felipe Drugovich, sem a melhor condição do pneu, tirou uma P8 no braço para largar em 3° na corrida 1. Guilherme Samaia não conseguiu sair da 21ª posição, mesmo melhorando seu tempo de volta. O pole foi ele, Oscar Piastri, que com os 4 pontos assegurados da pole, eliminou Guanyu Zhou da disputa, agora restrita ao box da Prema.

 

No final da manhã do sábado tivemos a primeira das três corridas do final de semana, com sol alto e na condição em que Felipe Drugovich, largando na P3, não teve um bom rendimento Guilherme Samaia estava na última fila, largando ao lado de Alessio Deledda. Na decisão do título, Oscar Piastri, largando na P10, poderia definir o campeonato ainda nesta corrida.

 

Após a volta de apresentação os carros alinharam para o grid e, apagadas as luzes vermelhas para as 23 voltas, Felipe Drugovich largou muito bem e como Da Ticktum largou muito mal, o brasileiro tomou a P2 e na reta oposta tentou tomar a ponta de Jean Daruvala, colocando o carro ao lado do indiano, mas não efetivou a ultrapassagem. Guilherme Samaia também conseguiu uma boa largada e assumiu a 20ª posição.

 

 

Na frente, Daruvala puxava a fila e Felipe Drugovich vinha na balada, 1.1s atrás e tentando encurtar para poder abrir o DRS, liberado no início da 4ª volta. Lá trás, Guilherme Samaia ia ganhando posições, subindo para a P18, depois de superar Clement Novalak e seu companheiro de Charouz, Richard Verschoor. Drugovich se aproximava de Daruvala, mas os carros da Prema estavam vindo, já ocupando a P3 e a P4 com Shwartzman e Piastri na volta 7.

 

Mesmo abrindo a asa móvel, Felipe Drugovich não conseguia aproximar-se o suficiente para fazer um ataque sobre Jehan Daruvala. O pior era a lenta e constante aproximação de Robert Shwartzman. Depois de um erro numa das curvas, Drugovich encostou em Daruvala, que não aproveitou a chance pra tomar a ponta. A disputa mais próxima permitiu a aproximação de Shwartzman e Piastri.

 

 

Drugovich foi pra cima e na volta 12 atacou forte, fez a sequência de curvas de baixa lado a lado com Daruvala, mas não conseguiu passar. Na volta seguinte o brasileiro tentou novamente, mas não conseguiu emparelhar com o indiano. Pouco atrás, os carros da Prema estavam próximos, mas sem atacar e sem se atacar após a equipe pedir que isso fosse evitado. Lá trás, Guilherme Samaia conseguiu superar Olli Caldwell na volta 16 e Jake Hughes na volta 17 foi para os boxes. Com isso Samana subiu para 16°.

 

Nas voltas finais da corrida Daruvala apertou o ritmo e os pneus de Felipe Drugovich pareciam estar pagando o preço das tentativas de ataque pela liderança. O brasileiro não conseguia mais se aproximar do líder e na 20ª volta “acabaram as amenidades” na Prema e Oscar Piastri foi pra cima e tomou a P3. Apesar da aproximação dos carros da Prema, Felipe Drugovich conseguiu segurar a P2 até o final. Guilherme Samaia terminou na 16ª posição.

 

 

Depois do treino de classificação da Fórmula 1 os pilotos da Fórmula 2 voltaram para a pista, já sem luz natural, para a segunda corrida do sábado. Com a inversão dos 10 primeiros do grid, Felipe Drugovich teria que largar na P9 e fazer uma boa corrida para poder marcar pontos numa pista que não se mostrou tão mais fácil para se fazer ultrapassagens como era o planejado. Guilherme Samaia largava na P16 depois da boa corrida algumas horas atrás.

 

Após a volta de apresentação os pilotos alinharam no grid e, apagadas as luzes vermelhas para mais uma corrida de 23 voltas, as duas primeiras filas foram tranqüilas, mas do 5° ao 12° foi uma loucura com 3 ou 4 carros lado a lado, gente sendo colocado pra fora da pista e no completar da primeira volta, Felipe Drugovich conseguiu subir duas posições, assumindo a P7. Guilherme Samaia perdeu uma posição na largada, mas em duas voltas não só recuperou a posição como ganhou mais uma, assumindo a P15.

 

 

Na volta 4 foi acionado o virtual safety car após o toque entre Alessio Deledda e Olli Caldwell. Em seguida a direção de prova colocou o carro de segurança real para os fiscais de pista trabalharem tranquilos e termos mais voltas de corrida (com o safety car o ritmo sempre diminui).

 

A bandeira verde voltou no início da volta 7. Relargada tranquila e as posições foram mantidas. Já na reta oposta, a coisa foi complicada. Júri Vips, Oscar Piastri e Roy Nissany tentaram fazer a curva juntos no fim da segunda zona de DRS. Nissany ficou inteiro, mas os outros dois ficaram pelo caminho. Safety car de volta e bom para Guilherme Samaia subiu para 13°.

 

 

A corrida foi retomada na volta 11. Felipe Drugovich manteve a posição, mas ficou longe de Jehan Daruvala. O líder simplesmente parou algumas curvas após a reta e a direção de prova colocou o virtual safety car. Os brasileiros subiram uma posição. Drugovich pra P6 e Samaia pra P12. antes do final da volta 12 foi dada bandeira verde e Drugovich foi pra cima do Daruvala. Guilherme Samaia segurou sua P12.

 

Na briga pela P5, Drugovich continuou pressionando Daruvala. Mais atrás, Guilherme Samaia não conseguiu segurar a P12 e foi superado por Viscaal e por Vershoor, caind para 14°. Na volta 16, finalmente, Felipe Drugovich superou Jehan Daruvala e tomou a P5. Lundgaard, com um pneu furado perdeu posições. Com isso Guilherme Samaia subiu para a P13.

 

 

Felipe Drugovich veio virando voltas mais rápidas que a briga pela P3 entre Ralph Boschung e Dan Ticktum, mas faltando 4 voltas para o final o brasileiro teria que andar muito rápido para alcança-los e supera-los. Roy Nissany recolheu para os boxes depois de muito arrojo com a asa quebrada e com isso Guilerme Samaia voltou a ser o 12º. Com a aproximação de Drugovich sobre Dan Ticktum, Ralph Boschung abriu um pouco, mas a P4 ainda seria um bom resultado, mas o piloto da Carlin conseguiu se segurar e o brasileiro ficou com a P5. Guilherme Samaia fez uma corrida muito boa e finalizou na P12.

 

No início da tarde do domingo os pilotos da Fórmula 2 retornaram à pista para a última corrida da temporada, sendo essa a corrida longa. A classificação foi definida no treino da sexta-feira e Felipe Drugovich largaria na 8ª posição enquanto Guilherme Samaia seria o 21° na corrida que tem a parada obrigatória para, com as estratégias, ter – quem sabe – alguma alteração.

 

Após a volta de apresentação os carros alinharam para as 33 voltas e, apagadas as luzes vermelhas, Felipe Drugovich fez uma grande largada, saindo de 8° para 6° na tomada da primeira curva. Depois foi brigando entre 6° e 7°, mas na reta oposta faltou velocidade e ele caiu para 9°. Com o acidente de Jack Doohan, ele subiu para 8° e o safety car foi para a pista. Guilherme Samaia aproveitou-se das confusões à sua frente e do abandono do Doohan para subir à P17.

 

 

A bandeira verde veio no início da volta 5. Felipe Drugovich se manteve bem na P8, evitando a aproximação de Marcus Armstrong. Gulherme Samaia também se manteve na sua P17. Na volta 7 começaram as paradas obrigatórias nos pits. Guilherme Samaia parou na volta 10 e voltou na P20. Felipe Drugovich continuava na pista, que largou de pneus médios e assumiu a P2 e foi pra cima de Theo Pourchaire, que também optou pelos pneus médios.

 

Os pilotos que largaram de pneus super macios e trocaram para os médios passaram a não virar mais rápido que Pourchaire e Drugovich, com ajuda de Alessio Deledda, que também tinha pneus médios e atrapalhou muito os que tinham trocado pneus nas voltas de 7 a 11. Felipe Drugovich voltou a se aproximar do líder na volta 23/24, mas as trocas na F2 não são tão rápidas como na F1. Guilherme Samaia voltou para a P17.

 

Como os dois primeiros estavam virando temos semelhantes aos dos que trocaram no início da corrida era preciso virar mais rápido para a estratégia invertida valer a pena. Felipe Drugovich assumiu a ponta na volta 28 com a parada de Pourchaire. O brasileiro veio pra troca na volta 29 e voltou na na P4, ganhando a posição de Theo Pourchaire, que retomou a posição na reta oposta. Mesmo assim, Drugovich subiu da P8 para a P5. Samaia estava 3s atrás de Clement Novalak  na P17.

 

 

A estratégia invertida deu certo e Felipe Drugovich passou Pourchaire antes do diretor de prova acionar o virtual safety car para a retirada do carro de Liam Lawson. Foi rápido e Shwartzman com pneus desgastados não conseguiu segurar o brasileiro que ainda deixou o russo entre ele e Pourchaire. Com a manobra Drugovich assumiu a P3, mas estava a 6s de Guanyu Zhou.

 

Guilherme Samaia subiu para 16° com a saída de Liam Lawson. Não deu tempo de chegar no piloto chinês, mas Felipe Drugovich terminou a temporada com dois pódios na última rodada tripla e 105 pontos, fechando o campeonato na 8ª posição, mas este colunista confessa que esperava mais do brasileiro na Uni-Virtuosi. Guilherme Samaia fez, infelizmente, mais um ano sem pontuar na categoria. Na próxima terça-feira a assessoria de imprensa de Felipe Drugovich vai comunicar onde o brasileiro vai correr em 2022, lembrando que ele está com apenas 10 pontos válidos para a superlicença, precisando ficar entre os 4 primeiros na próxima temporada.

 

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 

 

  
Last Updated ( Sunday, 12 December 2021 23:26 )