Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A necessidade de um final com dignidade... e justiça PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 08 December 2021 21:16

Caros Amigos, Todos os meus estimados leitores ficaram acostumados com o formato da minha coluna semanal, onde normalmente associo o tema da coluna cm algum assunto pertinente ao desenvolvimento e crescimento sócio-educacional da existência humana.

 

A humanidade vem passando por processos evolutivos em todas as áreas desde os primeiros registros nas pinturas rupestres até os tratados internacionais, a humanidade evoluiu da resolução de suas questões por meio da força e da imposição físico-militar para a diplomacia e normatização.

 

Trazendo este princípio evolutivo para o tema de nossas conversas das quintas-feiras, o ambiente que envolve a disputa a ser travada neste próximo final de semana no circuito de Yas Marina entre Max Verstappen e Lewis Hamilton tem se mostrado com mais tons de guerra física do que de guerra diplomática, com demonstrações explicitas como as do GP de São Paulo e da Arábia Saudita, antecedidos pelos ocorridos em Silverstone e Monza.

 

Esta semana, conversando com um dos criadores do Projeto Nobres do Grid, ele relembrou a cena do GP de Macau de F3 de 1990, onde Michael Schumacher fez um movimento similar ao feito por Max Verstappen, reduzindo abruptamente a velocidade com o carro do adversário que o seguia próximo do seu. Schumacher provocou um dano irreparável no carro de Mika Hakkinen e venceu a competição, mesmo com seu carro avariado.

 

Eram outros tempos. Em 1994, na última corrida do ano, com o carro danificado e vendo o título escorrer entre as luvas, Michael Schumacher não hesitou em jogar seu carro contra o carro de Damon Hill. Os dois saíram da corrida e como chegou na Austrália à frente na pontuação do campeonato – repleto de controvérsias sobre irregularidades e punições em seu decorrer – e com o abandono de ambos, Schumacher sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Três anos depois, ele tentou usar do mesmo expediente sobre Jacques Villeneuve. Além de não ter conseguido evitar ser ultrapassado pelo adversário e ido parar na caixa de brita, a punição sofrida por Schumacher foi exemplar e inédita: ele foi desclassificado do campeonato, perdendo todos os pontos da temporada.

 

As situações em que Max Verstappen e Lewis Hamilton se colocaram ao longo do ano, em especial para esta última corrida e particularmente após todos os fatos do último final de semana pode vir a ser o maior desafio da vida do diretor de prova, Michael Masi, e da equipe de comissários desportivos (que precisa ser muito bem escolhida) diante da tensa atmosfera que se formou, com declarações duras de parte a parte e um inesperado “mea culpa” da Red Bull via Helmut Marko, assumindo que Max Verstappen realmente induziu Lewis Hamilton a bater em sua traseira.

 

Precisamos esperar pelo melhor: uma corrida com uma disputa franca, aberta e limpa entre os dois postulantes ao campeonato, mas não apenas a direção de prova e os comissários, o Grupo Liberty Media e a FIA precisam estar atentas caso alguma medida mais incisiva precise ser tomada. Na época dos episódios entre Ayrton Senna e Alain Prost – onde evidentemente o piloto brasileiro não foi punido devido ao ocorrido no ano anterior ter lhe tirado a chance de continuar brigando pelo título – e posteriormente os episódios envolvendo Michael Schumacher e suas “vítimas”, a Fórmula 1 tinha a figura quase (quase?) imperialista de Bernie Ecclestone, diferente dos dias de hoje.

 

Tudo o que Stefano Domenicali, Ross Brawn e Jean Todt precisam é de um incidente entre Max Verstappen e Lewis Hamilton em qualquer altura da corrida. Após anos sem uma competição real e um embate tão intenso entre dois pilotos, tudo o que a Fórmula 1 – como negócio e como esporte – não precisa é de um final de campeonato decidido na torre de controle ao invés da pista.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva