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F2 em Jeddah: Fittipaldi pontua no sábado e se acidenta no domingo. Drugovich consistente e Samaia sem sorte. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 05 December 2021 20:30

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos – finalmente – a volta às corridas, com a penúltima rodada tripla da Fórmula 2, no novíssimo e velocíssimo circuito intramuros (vamos cais na real... não é um “circuito de rua” de Jeddah, na Arábia Saudita.

 

O título ainda estava em aberto antes dos motores serem acionados, mas o grande título da temporada para os pilotos da categoria já estava decidido: Guanyu Zhou vai ser piloto da Alfa Romeo na Fórmula 1 na próxima temporada, independente de quem venha a conquistar o campeonato da categoria.

 

Para os brasileiros, Felipe Drugovich precisava mostrar aquilo que não conseguiu fazer ao longo de praticamente a temporada inteira: consistência e resultados! Depois de uma temporada excelente em uma equipe média no ano passado, era esperado mais do brasileiro, mas ele foi apagado pelo companheiro de equipe chinês, que está na disputa pelo campeonato. Na Charouz, Enzo Fittipaldi e Guilherme Samaia teriam mais uma chance de pontuar e sair do zero na tabela.

 

 

No treino livre, no início da tarde, tivemos a primeira ideia do que os pilotos teriam que fazer, mesmo com a pista suja e com pouca borracha. Com todos procurando “se achar”, alguns conseguiram e outros não. As diferenças de tempo foram grandes como a extensão do circuito. Felipe Drugovich parece ter encontrado um caminho e ficou com a P4, 6 décimos atrás do pole position. Enzo Fittipaldi ficou com a P17, 1.8s atrás do Pole e Guilherme Samaia com a P19, 2.5s atrás do pole.

 

 

O treino classificatório ocorreu depois do por do sol em Jeddah e com iluminação artificial. Uma condição bem diferente do treino livre. Os pilotos foram logo para a pista sem perder tempo nos 30 minutos de relógio. A situação dos brasileiros continuou com uma semelhança ao que se viu no treino livre. Felipe Drugovich continuou andando entre os 10 primeiros e terminou a primeira metade do treino com a P5.

 

O trânsito foi um desafio para todos e isso foi um quebra cabeças para os 21 pilotos (Alessio Deledda não conseguiu ter o carro arrumado para o treino) e os outros brasileiros – Enzo Fittipaldi e Guilherme Samaia – continuaram com uma condição de performance semelhante a do treino livre, fechando essa primeira parte com Fittipaldi com o 16° tempo e Guilherme Samaia em 21°.

 

 

Faltando 10 minutos foram todos de volta para a pista buscar melhorar seus tempos e os tempos foram caindo... mas não para os brasileiros e as coisas foram se complicando para Felipe Drugovich, que tirou do capacete uma última volta redentora e o recolocou no top-10 com a P5 nos segundos finais. Enzo Fittipaldi perdeu terreno e ficou apenas com a P18 e Guilherme Samaia foi o 20°. Esse é o grid da corrida 3, no domingo e com a inversão dos 10 primeiros, o grid da corrida 1, no sábado. Assim, no sábado Drugovich largaria na P6, Fittipaldi na P18 e Samaia na P20.

 

A corrida 1 da Fórmula 2 nesse formato que vai acabar aconteceu na tarde do sábado em Jeddah. A pista estreita e entre muros era um convite às batidas e confusões típicas da categoria. Felipe Drugovich, Enzo Fittipaldi e Guilherme Samaia tinham uma condição igual para a largada: o lado sujo da pista, com as respectivas P6, P18 e P20 para as 20 voltas sem paradas de Box programadas.

 

Depois da volta de aquecimento, carros alinhados e com as luzes vermelhas apagadas os 220 metros da largada até a curva 1 deram vantagem a Marcus Armstrong, que tomou a P1 do pole de grid invertido, Liam Lawson. Felipe Drugovich também se deu bem e tomou a P5 do seu companheiro de equipe, Guanyu Zhou, que caiu pra P7. Enzo Fittipaldi também tomou a posição de Marino Sato e foi para 17°. Guilherme Samaia foi acertado por trás pelo estreante Olli Caldwell, foi empurrado, bateu em Marino Sato, rodou e ficou atravessado numa área de escape com o motor parado.

 

 

Foi fim de corrida para o brasileiro e a entrada do safety car para que os carros de Samaia e Sato fossem retirados e a pista limpa. A corrida só foi retomada na quarta volta e aquilo que já se suspeitava ficou evidente, com a pista estreita, cheia de “esses” e complicada para ultrapassagens, mesmo com o DRS, que foi habilitado na 7ª volta. Felipe Drugovich foi, inicialmente, atacado por Theo Pourchaire, mas logo se afastou do francês e partiu para o ataque pela P4 contra Ralph Boschung, de quem tomou a P4 na volta 11 com o DRS na reta dos boxes.

 

Enzo Fittipaldi vinha num pelotão do 11° ao 17° e com todos abrindo asa, foi mais difícil para ele, mas o brasileiro remanescente da Charouz foi conseguindo superar adversários e era o P15 quando Pourchaire errou e bateu sozinho no final da reta dos boxes, na volta 14. A direção de prova tentou resolver com um safety car virtual. Deu ruim! Tiveram que por o Aston Martin na pista para tirar o carro do francês. Fittipaldi subiu para 14°, mas isso agrupou o pelotão e ele estava rápido pra tentar chegar na P10 e largar na pole da corrida 2.

 

 

A bandeira verde foi agitada na abertura da volta 18 e com 3 voltas para o final, a disputa no meio do pelotão foi o melhor da corrida. Felipe Drugovich se defendeu bem de Robert Shwartzman, que tinha 5s de punição por levar vantagem quando superou Pourchaire. Enzo Fittipaldi foi com tudo e logo passou Ralph Boschung, que despencava, mas só conseguiu passar o enjoado Roy Nissany na abertura da última volta. Ele ainda alcançou o pelotão da frente, que brigava pela P10, mas não deu mais tempo. Terminou na P12, menos de 4 décimos de segundo atrás Bent Viscaal. Mas vai largar na P12 na corrida 2 e com chances de pontuar. Felipe Drugovich conseguiu um grande 4° lugar e vai largar em 7°.

 

Depois do treino da Fórmula 1 tivemos a corrida 2 da Fórmula 2 e como o grid desta corrida já foi definido no treino classificatório na sexta-feira, era de se esperar a molecada mais nervosa e menos racional na pista, já com a iluminação que transforma noite em dia. Largando na P7, dessa vez do lado limpo da pista, mas por fora na curva 1, Felipe Drugovich tinha que ficar esperto para não se meter em confusão e o mesmo valia para Enzo Fittipaldi, que tinha chances reais de ganhar posições e marcar pontos. Guilherme Samaia, largando na última fila, teria que fazer a corrida da vida para pontuar.

 

 

Apagadas as luzes vermelhas, aconteceu o que eu previa: a molecada foi sem freio pra curva 1 e deu ruim! Pior pra Guilherme Samaia que foi acertado novamente por Olli Caldwell, batem em Alessio Deledda e suas duas corridas de sábado em Jeddah não tiveram 500 metros percorridos. Marcus Armstrong e Clement Novalak também bateram logo atrás de Felipe Drugovich, que acabou perdendo uma posição caindo para 8°. Melhor para Enzo Fittipaldi, que subiu para 11°.

 

Com carros e destroços ao longo da curva 1 o safety car foi pra pista e com quatro carros para remover, a bandeira verde só voltou na volta 5. Passadas as primeiras curvas Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi mantiveram suas posições, mas Drugovich foi para o ataque e tomou a P7 de Juri Vips, que tentando recuperá-la no final da reta dos boxes acertou a traseira do carro do brasileiro e quebrou sua asa dianteira. Com mais destroços na curva 1 o safety car voltou pra pista e Enzo Fittipaldi ganhou uma posição, subindo para 10°. A bandeira verde só veio na abertura da volta 9.

 

 

A batida na traseira afetou o carro de Felipe Drugovich, que não conseguia manter um bom ritmo e foi perdendo posições. Enzo Fittipaldi também passou por ele e assumiu a P9, ficando a uma posição de pontuar, mas tendo à sua frente dois pilotos punidos com 5s por cortar caminho por fora da pista e levarem vantagem. A briga pela ponta estava dura e Jehan Daruvala segurava o pelotão até o 10° colocado defendendo a posição. Nisso Theo Pourchaire conseguiu passar Enzo Fittipaldi, que voltou para a P10 enquanto Felipe Drugovich despencava para 14°.

 

Na volta 16, depois que Piatri finalmente tomou a ponta e a disputa pela P3 virava guerra entre Viscaal e Lundgaard, a briga no pelotão colado logo atrás levou Liam Lawson a errar e bater sozinho na volta 18, quando Drugovich conseguia recuperar-se um pouco e subia para P12. O safety car voltou à pista e ficou até o final. Com o pelotão agrupado Daruvala e Lundgaard pagando 5s de punição e caindo para o fim da classificação, Enzo Fittipaldi subiu para 7° e marcou seus dois primeiros pontos na F2. Felipe Drugovich ficou num frustrante 10° lugar, com carro pra brigar pelo pódio antes de ser avariado. Restava a corrida do domingo.

 

 

No domingo a corrida atrasou por um trabalho de troca de parte das peças de concreto da barreira que limita a pista, fruto de um acidente grande na preliminar da Porsche Cup. Se na segunda corrida do sábado os pilotos já foram mais atirados do que na primeira, nesta seria de se esperar algo mais arrojado, especialmente daqueles que querem mostrar serviço para 2022 e dos que ainda brigam pelo campeonato. Exceção a Felipe Drugovich na P5, os brasileiros estavam largando na dificuldade, com Enzo Fittipaldi na P18 e Guilherme Samaia na P20.

 

 

Apagadas as luzes vermelhas Theo Pourchaire, largando na P3, ficou parado e foi pego em cheio por Enzo Fittipaldi que saiu da linha interna para a externa. A bandeira vermelha foi acionada e o resgate foi complicado. Enzo Fittipaldi e Theo Pourchaire foram levados para o hospital de helicóptero e o brasileiro teve uma fratura no tornozelo direito. Muito pouco após uma desaceleração de 72G, segundo a Sky Sports.

 

Quando os carros entraram nos boxes, Felipe Drugovich estava na P6 e Guilherme Samaia numa surpreendente P12, mas quando reorganizaram o grid, Drugovich foi para 5° e Samaia para 15°. O tempo para colocar a pista em condições foi longo e a direção de prova decidiu considerar o tempo de prova. Os carros saíram dos boxes para retomar a corrida com largada lançada após a saída do Safety Car com pouco menos de 20 minutos de corrida a ser disputada.

 

 

A bandeira verde veio com a saída do safety car e com 16 minutos para o fim e a obrigatoriedade de se fazer uma parada para troca de pneus, com a janela do pit stop obrigatório começando na volta 4. Drugovich e Samaia mantiveram suas posições, mas não chegaram na quarta volta. Olli Caldwell teve mais um enrosco com Guilherme Samaia e os dois bateram na saída do S da curva 1. A direção de prova decidiu por a bandeira vermelha e encerrar a corrida. Felipe Drugovich ficou com a P5 e a pontuação da corrida foi computada pela metade. A decisão do campeonato ficou para Yas Marina.

 

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.