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A F1 do Qatar foi apagada pelo octa de Ogier no WRC PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 22 November 2021 18:11

Olá leitores!

 

O ano vai terminando, e os campeonatos que não se encerraram estão em sua fase final. Esse fim de semana tivemos a última etapa dos campeonatos do Mundial de Superbike e do Mundial de Rali, além de mais uma etapa da Stock Car e uma corrida da Fórmula Barbie que foi mediana dentro da pista, ruim fora dela e um desastre na tela da TV.

 

Começando com as duas rodas: no Mundial de Superbike tivemos um campeão inédito, em uma pista inédita. E que bela pista! Quando li que iriam fazer “um circuito de rua em um resort”, e na falta de imagens do lugar, fiquei pensando como seria feita essa combinação... pois bem: descontando em alguns pequenos trechos em que se percebe que aquilo é um lugar não exclusivo para competição, parece um ambiente de Silverstone após a última reforma, em um lugar tropical e com áreas de escape ainda maiores. Pista que pode receber prova do WEC sem o menor problema, se o Endurance resolver ir para o Sudeste Asiático. Reconheço que a sequência de curvas de alta velocidade na segunda parcial da pista deu certo com motos, mas não creio plenamente que com os regulamentos de automobilismo atuais e sua valorização da aderência aerodinâmica funcionaria tão bem assim com carros... mas isso não tira o mérito da pista, que pessoalmente achei muito bem resolvida, e pelo que pude ver, também muito segura. A corrida do sábado apresentou uma intensa disputa pela liderança entre os dois postulantes ao título. Jonathan Rea estava firmemente disposto a conquistar seu 7º título seguido, mas dessa vez encontrou um rival à altura... e que para ser campeão bastava chegar em segundo lugar. O jovem (25 anos completados a pouco mais de um mês) Toprak Razgatlioglu lutou bravamente pela vitória, ultrapassando e sendo ultrapassado por Rea e Scott Redding (este teria que se contentar com o 3º lugar no campeonato, mas também queria a vitória) algumas vezes após se recuperar de uma largada não exatamente primorosa, mas correndo com a cabeça no título terminou a corrida em 2º lugar, o que com a vitória do Rea lhe daria 25 pontos de vantagem para a última prova. Tendo o turco a vantagem no critério de desempate, encerrou-se ali a disputa pelo título, com Rea no topo do pódio, Toprak em 2º e Redding e sua belíssima Ducati em 3º. Toprak deu para a Yamaha seu primeiro título do WSBK desde 2009... já no domingo a chuva atrapalhou mais o espetáculo: sábado choveu antes da corrida, ela foi adiada e perdeu uma das voltas (de 21 foram disputadas 20) mas todos de pneus slick. Domingo foi com pista molhada, em alguns momentos bem molhada, mas como o circuito foi muito bem feito a drenagem deu conta do recado. Nessas condições de piso, a disputa pela liderança ficou polarizada entre Rea e Redding, que ao final da prova tinham mais de 7 segundos de vantagem pro 3º colocado Michael van der Mark (BMW). Após um belíssimo espetáculo de pilotagem no molhado, os dois primeiros cruzaram a bandeirada com Rea na frente e Redding apenas 28 centésimos de segundo atrás. Um final emocionante para uma temporada emocionante.

 

O WRC teve no Rali de Monza sua última etapa, como vocês puderam ler na coluna dos nossos especialistas em rali (não foram ainda lá conferir? Acabem a leitura da minha coluna e vão pra lá), mas não posso deixar de comentar a beleza das especiais que acontecem dentro do Parco Nazionale di Monza... com direito a usar um trecho do curvão inclinado. Dá uma dó de ver aquele pedaço da história do esporte a motor praticamente abandonado... enfim, ao cabo das 16 especiais cronometradas do rali, a vitória ficou nas mãos de Sébastien Ogier, que assim conquista seu 8º título em 9 temporadas na categoria principal do rali de velocidade. E tem gente na Banânia que fica deslumbrado com os pilotos da Fórmula Barbie... francamente... bom, Ogier e seu navegador Ingrassia comemoraram mais um título no pódio acompanhados pelo companheiro de equipe Toyota Elfyn Evans (que ficou com o vice campeonato, 23 pontos atrás de Ogier) que chegou em 2º no rali e pelo espanhol Dani Sordo (Hyundai), mais uma vez mostrando excelente desempenho em ralis de asfalto. Thierry Neuville bem que tentou levar mais um título pra Hyundai, mas o abandono no rali da Finlândia acabou com as chances dele, e teve de se contentar com a 3ª posição na classificação final do campeonato. No rali de Monza, terminou em um bom 4º lugar. Foi a última corrida dos carros do WRC na atual configuração, a partir do ano que vem eles serão híbridos... e o Mundial de Rali justificará o título de Mundial apenas com as etapas do Quênia, Nova Zelândia e Japão. Todas as outras acontecerão no continente europeu. Ainda reflexos da pandemia que alguns insistem em negar a existência...

 

A Stock Car foi para uma das mais trava... ops, “técnicas” pistas do país, Santa Cruz do Sul, para a penúltima etapa do campeonato que se encerrará em Interlagos mês que vem. Pista “técnica” sempre tem o problema de ultrapassagem, então na primeira corrida o Thiago Camilo (Corolla) se aproveitou da pole, largou bem e teve o trabalho de segurar Julio Campos (Cruze) atrás de si para conquistar a vitória na primeira corrida do dia. Em 3º, pouco mais de 2 segundos atrás, chegou Allam Khodair (Cruze). Na segunda corrida, Ricardo Maurício (Cruze), que abandonou na primeira corrida, aproveitou a condição de pneus e push-to-pass favoráveis em relação aos outros pilotos para galgar posições (o que naquela pista trav... técnica sempre é uma tarefa ingrata) e conquistar a vitória da segunda corrida, com quase 4 segundos de vantagem pra Rafael Suzuki (Cruze), outro que não fez uma boa primeira corrida. Encerrando o pódio da segunda corrida, Rubens Barrichelo (Corolla), especialista que é em fazer a segunda corrida melhor que a primeira. Foi 9º colocado na 1ª, 3º na 2ª, confirmando a tradição.

 

A mais lacradora categoria do automobilismo mundial foi fazer sua primeira corrida no Qatar, em uma pista desenhada e concebida para motociclismo... era de se esperar uma corrida digna de sonífero tarja preta, mas foi mediana. Ruim mesmo foi o extra pista, com a Mercedes tentando arrumar alguma maneira de punir o Max Verstappen por ter defendido posição em relação ao Alecrim Dourado, como se os outros pilotos em disputa de posição fossem obrigados a ceder passagem para ele só por causa dele ser o grande justiceiro social amado nas redes sociais. Os jênios dos comissários não puniram ele por conta disso, mas curiosamente após a classificação, tendo em vista bandeiras amarelas agitadas para um carro que estava encostado sem a menor chance de causar algum acidente (por estar completamente fora do traçado dos carros naquela reta), os dois únicos pilotos que poderiam ameaçar a vitória do Alecrim Dourado foram penalizados... curioso, né? Enfim, o projeto da Mercedes Assistanting Foundation of International Automobile (leiam as maiúsculas) deu certo e o Alecrim Dourado conquistou a vitória. Não foi 100% certeiro o projeto, pois Max Verstappen terminou em 2º e ainda conquistou o ponto extra da melhor volta da corrida, mas a intenção – para mim – ficou clara. Em 3º, após aproveitando-se da posição de largada favorável e da sua vasta experiência, chegou Fernando Alonso, pela primeira vez no pódio desde 2014. Resultado bastante comemorado pela Alpine, o segundo melhor obtido pela equipe esse ano (lembrando que a primeira vitória veio pelas mãos do Ocon). Ferrari, mais uma vez, fazendo um espetáculo pífio, com o Leclerc parecendo aquele anão da Branca de Neve, o Soneca, e o Sainz perdendo a chance de avançar por conta da necessidade de gerenciar o consumo dos pneus – aliás, acho que foi a única equipe que não teve pneu estourado que apresentou esse tipo de problema... enfim, em Maranello a torcida pra 2021 terminar e chegar logo o carro de 2022 deve ser gigantesca... assim como a procura por auxílio psicológico/psiquiátrico para recuperar a vontade de viver – ou ao menos de correr – do Leclerc.

 

Felizmente a próxima corrida da Fórmula Barbie é só daqui a 2 semanas, o que significa que próximo fim de semana estaremos livres do Max Wilson tentando de todas as maneiras possíveis e imagináveis justificar que defender posição em ultrapassagem é errado. Haja vista o histórico dele nas pistas internacionais, frequentemente em posição de levar bandeira azul pra deixar os líderes passarem, deve fazer sentido... ao menos na cabeça dele. Também estaremos livres do ridículo bordão “por fuera” e do “patrão” (gíria muito usada nas comunidades para se referir ao chefe do tráfico do lugar, e que por algum motivo o narrador resolveu adotar para se referir ao Alecrim Dourado). Meus ouvidos agradecem encarecidamente. A equipe de transmissão da Bandeirantes está realmente quase me convencendo a assinar o F1TV, para poder pegar narração em outro idioma, pois em português do Brasil está... complicado, muito, muito, muito complicado.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.