Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A humanização da cobertura jornalística PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 17 November 2021 21:27

Caros Amigos, No meio jornalístico – como em todos os meios de trabalho onde o fator humano tem um papel preponderante – embora o processo de produção de conteúdo seja realizado por pessoas e para pessoas, o tratamento dado às fontes, ao público e, muitas vezes, aos próprios jornalistas, pode conduzir a narrativas desumanizadas e/ou desumanizadoras, até mesmo ultrapassando limites éticos e morais.

 

Na formação da identidade, pessoal e coletiva, os caminhos da história da humanidade fizeram com que antropólogos e outros cientistas criassem classificações de acordo com características biológicas ou sociais, como cor de pele ou local de nascimento. Essas valorações afetaram o olhar de cada um sobre si e também sobre os outros, ora o considerando como superior, ora inferior, de acordo com cada construção cultural.

 

A Imprensa, enquanto instituição, é parte do mesmo sistema social que a serve tanto positiva quanto negativamente reflexos das relações humanas que fazem parte das nossas esferas sociais, desde a primeira, que é a família, podendo refletir tais características em todas as demais. Os produtos jornalísticos podem reproduzir as mazelas, estigmas e violências dessa sociedade. No entanto, também podem exercer uma potência ético-educativa para produzir narrativas humanizadas e humanizadoras e contribuir para o processo de humanização da sociedade.

 

Neste último final de semana – de uma maneira geral – e especialmente no domingo, nós, telespectadores, fomos testemunhas de uma transmissão de evento esportivo como não se via (não ao menos que me recorde) tão humanizada como foi a cobertura do Grupo Bandeirantes de Comunicação em relação ao Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. Uma verdadeira lição de que é possível se fazer uma cobertura jornalística isenta, profissional, competente e ao mesmo tempo conectada com o melhor do lado humano da sociedade.

 

Evidentemente os críticos de plantão (e eles estão sempre de plantão) irão apontar erros cometidos pelos profissionais envolvidos na transmissão... mas errar não é humano? Pior é quando se erra tentando ser uma máquina, impassível, insensível e incapaz de gerar emoções como as que foram geradas ao longo da transmissão, mais uma vez, especialmente no domingo, fazendo despertar o melhor de nós.

 

Quem assistiu a corrida de domingo pela TV Bandeirantes viu uma cobertura formidável, mas o mais importante, com profissionais e convidados felizes por estarem fazendo o que estavam fazendo e com liberdade editorial para fazerem o que estavam fazendo. Sendo a maioria deles oriundos de outra emissora, onde não havia – por uma questão gerencial – liberdade para o nível de espontaneidade e liberdade que vimos. Desde o início do ano viu-se que seria algo diferente e, com o passar das etapas, os novos integrantes da equipe de jornalismo do canal paulista foram ficando mais confortáveis com a nova condição.

 

Tudo foi excelente, mas precisamos reconhecer que, não fosse o GP de São Paulo a corrida que foi, com as emoções e disputas que aconteceram, com o “script” escrito pelo destino da maneira que o foi, a fórmula – talvez – não tivesse dado tão certo. Que corrida nos vimos! Pedirei licença aos meus estimados leitores para partilhar um momento meu: na saída do primeiro pit stop de Max Verstappen, com pouco mais de 20 voltas, pedi para minha filha me ajudar com a máscara de oxigênio e com ar da garrafa que fica acoplada à minha cadeira de rodas. Tenho certeza que, como eu, todos que assistiram a corrida respiraram mais fundo durante as 71 votas de disputa e certamente se emocionaram com o final apoteótico protagonizado por Lewis Hamilton.

 

Resta-me agradecer aos profissionais e convidados envolvidos, à direção do Grupo Bandeirantes de Comunicação e, evidentemente, aos pilotos, mecânicos, engenheiros e chefes de equipe que nos propiciaram um espetáculo com a grandeza que foi este GP São Paulo de Fórmula 1.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva