Oi pessoal, tudo bem? Pelo menos em termos de corridas, o ano acabou. No último sábado (13), ao lado do Juan Pablo Montoya e do Dane Cameron, disputei a Petit Le Mans, prova que fechou a temporada 2021 do IMSA WeatherTech SportsCar Championship. Foi minha primeira prova de protótipo pela Meyer Shank Racing com o meu velho conhecido carro, o Acura ARX-05. Na verdade, para ser mais exato, o Acura da MSR é o antigo #6, da Penske, com o qual o Juan Pablo e o Dane foram campeões em 2019. Já o #7, que Ricky Taylor e eu usamos para faturar o título de 2020, está com a Wayne Taylor Racing. Como você se lembram, corri pela equipe da família Taylor na 2021 Rolex 24 at Daytona, em janeiro, e obtivemos aquela vitória maravilhosa: eu, Ricky, o português Filipe Albuquerque e o Alexander Rossi. E por falar no Alex, quero dizer uma coisa. Alex e eu somos amigos, já corremos juntos várias vezes e o fato de eu ficar bravo com ele numa corrida da Indy já passou naquele dia mesmo. Para vocês terem uma ideia, alguns dias depois fomos jantar e, como sempre, demos boas risadas. Mas voltando à disputa em Road Atlanta, estivemos muito próximos da vitória. Sendo muito honesto com vocês, um pódio era praticamente certo. Além de o #60 tem passado todo o tempo no bloco da frente, lideramos exatas 112 voltas, das 410 da prova. Na prática, significa que o carro da MSR liderou quase 30% da maratona com 10 horas de duração. Helio Castroneves voltou a pilotar um protótipo na Petit Le Mans. A chance de vitória acabou a 40 minutos do fim. Na divisão da pilotagem entre nós três, fui para a pista algumas vezes durante o dia e também na parte da noite, pois fui escalado para fechar o último ciclo de pilotagem. Juntando tudo, deu umas quatro horas no carro. Quando a gente entrou na última hora, lá pelas 9 da noite, eu estava em 3º e trabalhando pela vitória. Aí, faltando uns 40 minutos para a corrida acabar, de repente senti um estrondo forte e o carro ficou muito difícil de guiar. Eu até tentei sentir o comportamento para ver se dava para seguir, mas simplesmente a gente não conseguia fazer curva. Resumindo: no escuro, peguei algum destroço de carro pelo caminho, que entrou por baixo do carro e danificou o assoalho, além de uns elementos aerodinâmicos. O negócio foi seguir para a garagem e consertar. Perdemos 11 voltas na operação, mas digo isso com certo alívio, já foi um ganho fenomenal. Os caras da equipe conseguiram colocar em tempo recorde o carro novamente em condição de pista. Se não fossem profissionais de tão alto nível e dedicados, o carro nem voltaria. Teríamos abandonado. No final, recebemos a bandeira em 10º na geral e em 6º na nossa categoria, que é a principal. Foi realmente uma pena, mas corrida tem dessas coisas. Não poderia deixar de mandar um grande abraço e dar os parabéns para o Felipe Nasr e o Pipo Derani, que fecharam o ano como os campeões da temporada. Fizeram um trabalho fantástico ao longo das etapas e com merecimento levaram o caneco para casa. Meus cumprimentos aos Felipes! O que vem pela frente até o final do ano é agenda cheia. Além de diversos compromissos promocionais, estaremos trabalhando na sede da MSR e na pista também. Ainda vamos definir os detalhes e vou contando para vocês mais para a frente. É isso por hoje, amigos. Forte abração a todos e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Olá Amigos, Esta semana foi bem sonolenta na ‘Silly Season’ da IndyCar Series, mas nem por isso deixamos de ter assunto para nossa coluna semanal. Eu entrei para o time do Nobres do Grid convidado pela Editora, Catarina Soares, que é psicóloga e faz uma coluna muito legal no site. Quando eu disse que iria para os bastidores da corrida em Long Beach ela recomendou: “tenta conversar com o Jimmie Johnson”. Eu tentei e consegui. Na verdade, nem foi tão difícil. Jimmie Johnson se mostrou bastante acessível e não posso chamar o que tivemos de entrevista, mas um ótimo bate papo onde ele se mostrou muito feliz com sua evolução como piloto de monoposto ao longo do ano. Em Laguna Seca ele terminou a corrida na P17, resultado que conseguiu repetir em Long Beach. DE uma forma muito humilde ele reconheceu que achava que iria ter menos dificuldades, mas foi descobrindo, da forma mais dura, quanto eram sensíveis e particulares os carros da IndyCar Series e de como o campeonato – e as corridas – são extremamente disputadas, lembrando – rindo – que na IndyCar Series não tem “bump and Go” sem consequências para quem bate ou bater porta com porta como na NASCAR. Jimmie Johnson foi desafiado em sua habilidade como piloto ao disputar corridas na IndyCar Series em 2021. Pele primeira vez em muitos anos Jimmie estava fora de sua zona de conforto e isso era exatamente o que ele estava procurando. De forma muito direta ele disse que após 7 títulos na NASCAR o “desafio” havia diminuído e que para continuar correndo ele sentia a necessidade de ser mais desafiado... só não tinha ideia do tamanho do desafio que enfrentaria, mesmo em uma equipe de ponta como a Ganassi. Tudo era novidade no início desta temporada. Ele optou por ficar foa das corridas em ovais, mas as 12 corridas que disputou, entre corridas em autódromos e circuitos de rua foram em lugares que a NASCAR não costumava correr então não era apenas um carro novo com referências novas e uma nova forma de pilotagem. Eram pistas novas que ele precisava aprender e que a maioria dos pilotos da categoria já conhecia. Depois de conquistar 7 campeonatos na NASCAR, JJ decidiu desafiar a si mesmo, saindo da "zona de conforto". Ele estava animado com o teste que faria (esse teste aconteceu algumas semanas atrás) no oval de Indianápolis e, caso se sentisse confortável – e ele se sentiu, mesmo com o final do teste sendo antecipado pela chuva – tentaria se classificar para a disputa da Indy500 do próximo ano. Além disso, ele espera conseguir resultados melhores do que em 2021. Chegar entre os 10 primeiros será um passo adiante importante. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |