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Written by Administrator   
Wednesday, 10 November 2021 00:26

Olá Fãs do esporte a motor,

 

Estamos voltando aos dias de normalidade depois de muito tempo de distanciamento social. Precauções ainda são necessárias e no meu consultório, mesmo com a volta das sessões presenciais (para os pacientes que assim desejarem) temos tomado todos os cuidados, com a higienização do Divã entre as sessões, o uso de máscaras e o distanciamento, mas é muito bom ter as pessoas de volta.

 

Antes do GP São Paulo de Fórmula 1 e após o GP do México, Andes de seguirem para o Brasil, alguns dos meus pacientes vieram a San Diego e entre eles um feliz e sorridente Sergio Perez, que conseguiu fazer uma grande corrida na capital de seu país e deu mais um importante passo no estabelecimento de seu espaço dentro da equipe Red Bull onde as coisas não costumam ser fáceis em termos de convívio.

 

Sergio é uma pessoa muito tranquila e super simpático. É meu paciente desde quando era piloto da Force Índia, antes dela passar a se chamar Racing Point. Ao longo destes anos, passamos por momentos difíceis, como o primeiro ano depois que ele saiu da McLaren sem conseguir entregar aquilo que a equipe esperava, como no período em que a Force Índia por pouco não fechou as portas, mas nada se compara – segundo o próprio Sergio – com as cobranças e os comentários dentro da Red Bull.

 

  

A equipe já mostrou ser um verdadeiro “moedor de pilotos” e nem mesmo pilotos formados por ela e que trilharam sucesso escaparam deste processo como foram os casos de Sebastian e Daniel, que também são meus pacientes e sempre falarem sobre este processo que a direção da equipe acredita ser “o caminho certo” para extrair o máximo dos seus pilotos, algo que discordo frontalmente.

 

Depois de destruir a confiança de Pierre Gasly e Alexander Albon em sequência, a equipe austríaca parece ter decidido apostar em uma fórmula já conhecida: ter um segundo piloto experiente e capaz de “suportar pressões” como foi o caso de Mark Webber quando teve que aguentar tudo o que aguentou enquanto foi companheiro de equipe de Sebastian no ciclo dominador do tetracampeonato de 2010 a 2014.

 

 

Enquanto a Red Bull queria um segundo piloto que conseguisse somar pontos importantes na disputa do campeonato de construtores, Sergio descobria que tinha nas mãos um carro que era construído para um estilo de pilotagem – de Max Verstappen – bastante diferente do seu e logo diagnosticou o problema que seus antecessores tiveram: tentar andar com aquele carro daquele jeito e a oposição às mudanças para os estilos de cada um.

 

Sergio foi muito habilidoso para tentar mudar este sistema instalado, mas no início, antes de conseguir fazer alguma coisa, sofreu com as críticas e pressões dentro da equipe, algo que nem a vitória no GP do Azerbaijão – um tanto circunstancial com o pneu estourado de Max Verstappen e o erro de Lewis Hamilton – conseguiu amenizar e ter ficado 3 corridas sem pontuar foi seu pior momento até que ele conseguiu fazer algo para si e isso deu resultado.

 

 

Foram quatro corridas em cinco chegando em terceiro lugar, apesar do fato que, por uma punição de 5 segundos no GP da Itália, que o rebaixou para o 5° lugar, com três grandes apresentações na Turquia, Estados Unidos e México, fundamentais para a renovação do contrato para 2022, mas mais importante que os números em si, foi o fato de que deram a ele a possibilidade de começar a ajustar o carro à seu gosto.

 

Com este avanço veio não apenas a renovação de contrato, mas a diminuição das críticas que nunca ficam limitadas às salas de reuniões quando se trata da equipe Red Bull, mas Sergio tem plena consciência de que seu lugar na equipe é o de ser o melhor ajudante possível para os objetivos da equipe e para atender Max Verstappen. Isso é algo difícil para um piloto, mas ele – sabendo que sou brasileira – usou como parâmetro as situações vividas por Rubens Barrichello e Felipe Massa na Ferrari, em que tinham nas mãos um carro com potencial vencedor, mas que para poder vencer teria que contar com “a sorte do azar” de seu companheiro de equipe.

 

 

Lembrei-o que isso quase aconteceu para Eddie Irvine em 1999 na Ferrari. Sergio riu e disse não desejar ver Max Verstappen quebrar as pernas para ele ter a chance de sua vida, mas sabe que pode trabalhar o carro para reduzir a distância interna na equipe e, quem sabe, a sorte não lhe sorri. Como ele disse: sim, é possível.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares