No último final de Semana de Outubro foram disputadas na Espanha, no Kartódromo Campillos Kart Center, a baterias decisivas do Campeonato Mundial que estava previsto para ser disputado no Brasil, no kartódromo de Birigui, mas por cauda da pandemia (justificativa oficial) foi cancelado aqui e foi para a Europa, sendo disputado em duas categorias, na OK e Ok JR, com 79 pilotos inscritos na categoria ok e 109 na OKJR. O Brasil teve representantes nas duas categorias: Quatro pilotos correram na OK (Rafael Câmara, Matheus Morgatto, Olin Galli e Gabriel Gomez) e outro seis na OKJR (Mateus Ferreira, Miguel Costa, Heitor Dall Agnol Farias, Mateus Callejas, Gabriel Moura e Ethan Nobels). Tínhamos alguns sobrenomes “familiares” entre os inscritos como Oscar Wurz (filho do ex-piloto da Fórmula 1, Alexander Wurz) e Rene Lammers (filho do piloto holandês Jan Lammers), ambos na OKJR. Alguns dos nossos pilotos já estavam familiarizados com o kartódromo. Rafael Câmara, Matheus Morgatto, Matheus Ferreira, Mateus Callejas, Gabriel Moura e Miguel Costa haviam disputado alguns dias antes das atividades do campeonato mundial um torneio preparatório na mesma pista, no mesmo traçado, chamado de Champions Of The Future, torneio no qual Rafael Câmara foi campeão na categoria OK. Os Pilotos que disputaram o mundial vieram de diversos países, alguns sem tradição nenhuma no automobilismo e nem mesmo vitórias no kart, mas isso não os impediu de estarem presentes. A Estônia contou com 3 pilotos na OK e muita gente pode achar que não tem automobilismo por lá... a terra de Ott Tänak, campeão de Rally. A Polônia também teve pilotos inscritos: 2 na OK e 2 na OKJR, o país de Robert Kubica. Mas também tivemos pilotos do Kazaquistão, que contou com um piloto na OK pela equipe Oficial da Parolin, da Lituânia com um na OK, do Panamá com um piloto na OKJR, da Arábia Saudita (1 na OKJR), da Hungria(1 na OKJR). Algumas equipes são muito conhecidas no meio do kartismo, mas algumas equipes que participaram tiveram uma “grife” especial, como a do piloto da Ferrari da F1 Charles leclerc, a Leclerc by Lenox Racing, que contou com 2 pilotos na OK e algumas tradicionais como a equipe de kart mais forte da Inglaterra, a Ricky Flynn Motorsport, que contou com 5 pilotos na OKJR e um na OK. Além dessas, equipes “de fábrica” como a Tony Kart, a CRG e a Birel estavam entre as forças. Ao todo, pilotos de 44 países se fizeram representar. Gabriel Gomez apresentou suas credenciais para o mundo cravando a pole position nas finais da categoria OK. A categoria OK teve 4 baterias que se cruzaram em duas pré-finais para definiu o grid da final. Gabriel Gomez, de 15 anos, conseguiu a pole para a pré-final na categoria OK. Antes dele só os Brasileiros André Nicastro (1996), Rubens Carrapatoso (1998 e 2003), Sergio Jimenez (2000) e Matheus Morgato (2020), tinham conseguido poles em mundial. Esse feito rendeu um prêmio em dinheiro para o piloto que surpreendeu muita gente devido a sua pouca experiência internacional. O feito foi muito positivo para ele, que quase não conseguiu ir para o Mundial por falta de patrocínio (seu budget era para correr o mundial no Brasil), mas os amigos fizeram uma vaquinha e isso o ajudou a seguir para a disputa. Gabriel ganhou um cheque de dez mil reais de um empresário patrocinador do kartismo que não quis que seu nome fosse revelado. A MG pneus e a Iame Brasil também o apoiaram financeiramente para ir para o mundial. Ele se classificou com a P3 para a bateria final. Rafael Câmara era o favorito na categoria OK, largou bem, assumiu a ponta, mas acabou traído por um pneu furado. Rafael Câmara também se classificou para a final da Ok. Na Pré-final ele largou em 5° e chegou em 3°, garantindo a P4 para a final. Piloto de uma das equipes mais fortes do campeonato, o brasileiro era apontado como um dos favoritos à conquista do título na Espanha. Também se classificaram para a final da categoria OK os outros dois brasileiros, Matheus Morgatto e Olin Galli. Na corrida, mesmo largando na segunda fila Rafael Câmara não levou mais do que uma volta e meia para assumir a liderança e começar a abrir vantagem sobre os demais competidores, mas a partir da quarta volta ele começou a perder rendimento e foi sendo superado até que ele seguiu para os boxes e foi identificado um furo de peu, que tirou suas chances de conquista. Gabriel Gomez não conseguiu repetir as boas corridas que fez durante a semana e foi perdendo posições ao longo da prova, terminando em 27°. Olin Galli, que não se classificou bem, veio do fim do pelotão e fez uma grande prova final, terminando qm 14°. Matheus Morgatto também abandonou a prova como Rafael Câmara. O campeão da categoria OK foi o Finlandês Tuuka Taponen correndo pela equipe Tony Kart. Na categoria OKJR o número recorde de Inscritos na OKJR fez com que as pré-finais tivessem 6 grupos, que disputaram 6 baterias para definir 3 pré-finais até a definição do grid final. O Título ficou com o Japonês Kean Berta Nakamura da equipe Expirit, mas teve algo diferente nesta categoria. O Britânico Freddie Slater, que na pista venceu a corrida, foi punido em 5 segundos por conta do bico avariado, fruto de um toque numa disputa que foi denunciado seu kart. Com isso ele caiu para o segundo lugar. O melhor Brasileiro Foi Miguel Costa que ficou em 10° lugar, correndo pela equipe da Sauber Racing Team no kart. Outro Brasileiro que conseguiu chegar na Final foi Matheus Ferreira, que terminou em 36°, correndo pela equipe KR. Matheus Ferreira largou na primeira fila na bateria final e estava na briga pela vitória, mas levou um toque que o fez abandonar a prova. Infelizmente, os outros Brasileiros – Matheus Callejas, Heitor Dall Agnol e Ethan Nobels (os 3 fizeram sua estreia em um mundial de Kart) não conseguiram ir para a bateria final. Entre os “herdeiros”, Oscar Wurz terminou em 24° lugar correndo pela Tonykart e Rene Lammers terminou em 20°. Miguel Costa foi o melhor entre os 6 brasileiros que participaram da categoria OKJR, a com maior número de inscritos. E uma notícia boa para Rafael Câmara, que após o mundial ele foi oficializado como piloto da academia da Ferrari e correrá de F4 na Itália patrocinado por ela, tendo como seus empresários Dudu Massa (irmão de Felipe Massa) e Ângelo Ferreira, em 2022 será mais um brasileiro buscando o caminho da Fórmula 1 e em uma estrutura muito forte. Rodrigo Botana Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |