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Momento Endurance com a Porsche Cup em Goiânia e o resgate do brasileiro no AIC PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 18 October 2021 23:37

E aê Galera... agora é comigo!

 

O final de semana ficou restrito à corrida de Endurance da Porsche, mais uma vez em Goiânia, mas sem o calor que fez em outras etapas, com a temperatura beirando os 30 graus – que para os residentes é algo confortável – e sem variações de humores.

 

É um “campeonato à parte” que permite a vinda de pilotos profissionais para correr em parceria com os ‘Gentleman Drivers’ que fazem o grid da categoria gourmet do país, que aproveitou o evento para anunciar um daqueles eventos bem exclusivos que só o promotor da categoria (o cara sabe fazer as coisas) consegue realizar, e que vai rolar no início de dezembro em Interlagos.

 

Enquanto esse evento chique não chega, o pessoal veio suar no meu estado natal – Goiás – em uma corrida de 300km, distância que exige muito de qualquer carro, mas que para a tecnologia alemã da Porsche é moleza. Agora que já enchi bastante linguiça pra caber a foto do Ogro aqui no canto da coluna, vamos falar da corrida.

 

A pedra foi cantada ainda nos treinos: Miguel Paludo, que deu um azar danado no último final de semana no mesmo autódromo no campeonato das corridas sprint, espantou a zica e cravou a pole position. O piloto que já correu na Truck Series nos Estados Unidos convidou para ser seu parceiro uma fera que só não está correndo regularmente por ter um orçamento curto: Dennis Dirani, moleque bom desde os tempos de kart.

 

Foi justamente o convidado que alinhou para a largada e acelerou forte, posicionou bem o carro e não deu margem para ataques, contornando a curva 1 na liderança da primeira das 79 voltas da prova. Quem largou ao lado dele, Enzo Elias, de caçador virou caça, sendo atacado e superado na curva 3 por Gaetano Di Mauro, que tinha largado na terceira posição. A galera do Dragster na corrida foram Werner Neugebauer, que saiu de oitavo para quarto e Nelson Piquet Jr. (parceiro Rodrigo Mello) de que foi de 11° para sexto.

 

 Dennis Dirani fez uma grande largada e assumiu a ponta para, exceto nos momentos das paradas obrigatórias, não mais perder.

 

Enquanto Dennis Dirani ia ditando o ritmo de prova, quem vinha rápido era o filho do tricampeão. Na volta 5 ele deixou Fran Lara para trás e na volta seguinte, a vítima foi Werner Neugebauer. Alceu Feldmann tentou vir na carona, mas foi bloqueado por Fran Lara. Os dois se tocaram e Feldmann levou a pior: teve um pneu danificado e, a seguir, acabou atravessando uma freada após tentativa de defesa contra o ataque de Cesar Ramos, parceiro de Franco Giaffone. Depois de superar Enzo Elias, Gaetano Di Mauro foi em busca da liderança e se aproximou muito de Dennis Dirani, mas na 9ª volta, depois de um ataque mais direto, seu carro perdeu rendimento e o piloto da Stock Car precisou antecipar a parada nos boxes. Alceu Feldman, que também estava com problemas, entrou na volta seguinte.

 

As paradas de Box tinham algumas normas de regulamento: as duplas deveriam fazer três paradas obrigatórias, com troca de piloto ou não, com duração mínima de 6 minutos cada parada. Casa piloto da dupla precisava percorrer, no mínimo, 32 voltas, o que davam 7 voltas a mais para o piloto convidado – em condições normais, mais rápido – tentar alguma coisa a mais. Trabalhar com o volume de combustível no tanque também era um fator importante, uma vez que era possível (tempo não faltava em 6 minutos de parada, dava até pra ir ao banheiro) reabastecer “na quantidade certa” e não ficar carregando peso morto na pista. Com 79 voltas de corrida, um bom equilíbrio seria paradas nas voltas 20, 40, e 60, mas com a possibilidade de ter um piloto da dupla andando mais rápido ou mesmo uma condição de tráfego desfavorável – eram 34 carros na pista – mudanças nesta divisão foram as mais comuns.

 

Com a parada de Gaetano Di Mauro, Enzo Elias assumiu a P2, mas não por muito tempo. Nelson Piquet Jr. mostrou que não era chofer de Rolls Royce e na 13ª volta superou o jovem piloto da categoria, assumindo a P2, mas estava a 4,5 segundos do líder. Fato interessante: os três primeiros lideravam em 3 subcategorias (Geral; Sport e Trophy). Piquet Jr foi para os boxes na volta 18, justamente quando Dirani perdia tempo para superar adversários que brigavam por posição na categoria dos GT3, que tinha Nicolas Costa, parceiro de Ayman Darwich, na liderança. Entre as voltas 20 e 30 a maioria dos pilotos, cada um em sua estratégia fez sua parada e, no final de todas as paradas obrigatórias, Miguel Paludo retomou a ponta, com uma boa vantagem (mais de 8 segundos) para Jeff Giassi, parceiro de Enzo Elias.

 

 Faltando 15 voltas para o final da corrida, um dos momentos mais espetaculares da prova, com a disputa pela P2.

 

A dupla que iniciou na liderança fez uma estratégia equilibrada e com um ritmo de corrida muito consistente, exceção feita ao ataque inicial de Gaetano Di Mauro, controlou a corrida com total tranquilidade para cruzar a linha de chegada em primeiro após 2 horas e 12 minutos de corrida. Quem fez uma grande corrida também foi a dupla Fran Lara e Guilherme Salas, que após a última parada, faltando 1 voltas para o final, atacou Enzo Elias e tomou a segunda posição depois o contorno das curvas 1 e 2. Ricardo Zonta foi o responsável pelo stint final da dupla com Pedro Aguiar para segurar a P4 e a dupla formada por Pedro Boesel e Sérgio Sette Câmara garantiu a 5ª colocação. Fran Lara e Guilherme Salas foram os vencedores da Sport, com Enzo Elias e Jeff Giassi vencendo na Trophy.

 

Pagando a dívida de falar sobre a corrida do Brasileiro de Endurance disputada no AIC no início do mês, que aconteceu sob muita emoção e descontentamento com a definição do destino do terreno onde fica o autódromo, que vai parar de receber corridas em dezembro para ser transformado em um enorme empreendimento imobiliário (ver matéria no site).

 

Repetindo a performance do que foi feito na etapa anterior no Velocittà, o trio formado por Emilio Padron, Marcelo Vianna e Renan Guerra conquistou a pole position também em Curitiba, superando a dupla formada por Vicente Orige e Gustavo Kiryla com pista molhada, algo que costuma diminuir o a diferença entre os protótipos para os poderosos carrões da GT3, mas que não aconteceu desta vez. O primeiro GT3, a Mercedes de Alexandre Auler e Guilherme Salas ficou apenas em 6°, atrás do protótipo Sigma, de Jindra Kraucher e Aldo Piedade Jr.

 

 A sexta etapa do campeonato brasileiro de endurance pode ter marcado a despedida da categoria do autódromo de Pinhais.

 

A corrida foi um tensa por todo tempo. Graças as bandeiras amarelas (confesso que perdi a conta de quantas foram... foram muitas) impediram que os carros mais rápidos em cada categoria desgarrassem e abrissem grandes vantagens como aconteceu no Velocittà na etapa anterior e isso deixou as disputas indefinidas até o final da corrida, mantendo o fã de velocidade na expectativa para ver quem conseguiria encontrar o equilíbrio de velocidade e estratégia para se sair vencedor.

 

Na categoria protótipo a diferença entre o carro de Emilio Padron, Marcelo Vianna e Renan Guerra para os carros de Vicente Orige e Gustavo Kiryla e do trio formado por Ricardo Rodrigues, Edson Coelho e Leandro Romera, nunca foi grande até o final da prova, com momento de vermos os três juntos, brigando por posição na parte final da corrida, em que um lance capital decidiu o destino dos vencedores. Na última parada nos boxes, o P1 que liderava a corrida com Emílio Padron precisou trocar uma pinça de freios dianteiros e isso os fez perder uma volta em relação aos líderes, o que não foi mais possível de recuperar. Apesar de todo o esforço, eles só conseguiram retomar o 3° lugar. A vitória ficou com Vicente Orige e Gustavo Kiryla, que se recuperaram assim da dura derrota na segunda etapa do campeonato, quando tiveram que abandonar na última volta por uma quebra.

 

 A etapa do AIC foi a mais disputada do ano, com as principais categorias tendo lutas diretas por posição na parte final da prova. 

 

Entre os GT3 a disputa foi igualmente emocionante e apertada até o final, com as Mercedes de Alexandre Auler e Guilherme Salas, de Ricardo Baptista e Cacá Bueno e da família Negrão com Marcos Gomes brigando com a McLaren de Allam Khodair e Marcelo Hahn e o Porsche de Marcel Visconde e Ricardo Maurício. Em alguns momentos da corrida Mercedes e McLaren eram vistas no mesmo enquadramento de imagem, brigando pela ponta. Foi apenas na hora final de corrida que Allam Khodair conseguiu uma pequena vantagem para garantir a vitória na catagoria, sendo a dupla dona da P4 no geral.

 

Já na GT3 Light a vitória foi da Ferrari de Ricardo Mendes, Tom Filho e Marçal Muller. Na GT4, a Mercedes de Cássio Homem de Mello e André Moraes Jr levou a melhor. E na GT4 Light quem dominou as quatro horas de Curitiba foi o trio formado por Ayman Darwich, João Barbosa e João Gonçalves. Fecharam o sábado de pódios do Império Endurance Brasil a dupla Fernando Poeta e Claudio Ricci, vencedora na P2, e o trio Gustavo Simon, Rafael Simon e Marcelo Peixoto, primeiro colocado da P3, categoria que teve alguns carros “se desmanchando” na pista, largando pedaços da carenagem.

 

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- O promotor da Porsche precisa encontrar uma emissora de TV que trate a categoria como prioridade e não como alternativa. Na semana passada, o canal globêstico (a segunda vogal não era bem essa...) passou as corridas da Sprint tarde da noite no sábado e no domingo (VT) e neste final de semana a Band trocou a corrida de Endurance por um jogo do campeonato russo na TV aberta e o campeonato de peteca na areia no Bandsports.

- Felizmente a transmissão da equipe da Band, com Ivan, o terrível, e o Prosdócimo foi feita pelo youtube, nos poupando de ter que aturar o Nhonho e suas nhonhices no outro canal.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 Imagens: Reprodução do youtube

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.