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Kiko Porto conquista a América com a USF2000. Na Dinamarca, dilúvio atrapalha Emmo Jr. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 03 October 2021 22:06

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos a decisão de dois campeonatos das categorias de formação que acompanhamos: a USF2000 nos Estados Unidos e a Fórmula 4 na Dinamarca.

 

Separadas pelo Oceano Atlântico, as competições tem algumas coisas em comum: para os jovens pilotos que alinham em seus grids, o sonho de chegar em uma categoria top do automobilismo mundial é comum para todos. O outro ponto que eu vou destacar é o fato de que nos dois campeonatos, que tiveram a última etapa do ano neste final de semana, tínhamos brasileiros na decisão do título. Francisco Porto, o Kiko, nos Estados Unidos e Emerson Fittipaldi Jr. o Emmo, na Dinamarca.

 

Longe das decisões de campeonato, Rafael Câmara, um dos melhores kartistas do circuito mundial, participou de dois dias de testes com carros da Fórmula 4 italiana pela equipe Cram (longe de ser uma das mais fortes). O brasileiro completou 91 voltas na terça-feira e mais 95 na quarta, totalizando 1.077,5 km.

 

 

Ele foi quarto colocado no primeiro dia e terceiro no segundo, deixando para trás competidores regulares da categoria e pilotos de equipes vencedoras, como Prema e Van Amersfoort. A melhor volta do brasileiro foi 1:53.682, com média de 183.4 km/h. Considerando o acumulado dos tempos ao longo dos dois dias, foi a terceira melhor marca da Fórmula 4 em Monza. Managers das academias de pilotos, olho no brasileiro.

 

USF2000.

Diferente do que tem costumado acontecer, nesta etapa final, num retorno a Mid-Ohio, a USF2000 teve uma rodada dupla ao invés das regulares rodadas triplas. Isso era bom para Kiko Porto, líder do campeonato e que na rodada tripla disputada neste mesmo circuito no meio da temporada, apesar de uma vitória em uma das três corridas, o brasileiro teve dificuldades quando foi atacado nas corridas seguintes.

 

 

No treino livre, Kiko Porto ficou o 6º tempo, 172 milésimos atrás do melhor tempo, de Jace Denmark. O adversário mais perigoso à conquista do título pelo brasileiro, Michael D’Orlando ficou com a P4. No treino de classificação, Kiko Porto veio se mantendo entre os 5 primeiros durante todo o tempo, chegando a ficar um bom tempo na P2. Nos minutos finais, os adversários melhoraram bastante e Kiko Porto, na sua tentativa de melhorar a posição quando já havia caído para a P7, só conseguiu subir uma posição. A pole ficou justamente com a ameaça: Michael D’Orlando.

 

Quatro horas depois os pilotos foram para a pista enfrentar a primeira das duas corridas e Kiko Porto estava largando em 6º, com seu principal adversário na pole position. Era preciso ter a cabeça no lugar e sangue frio para manter D’Orlando sob pressão durante a corrida do sábado e todo o final de semana. A pista seca e a temperatura amena iria ajudar na conservação dos pneus.

 

 

Após uma volta de apresentação e alinhamento, o safety car deixou a pista e a largada lançada foi muito boa para o piloto brasileiro... em todos os sentidos! Yuven Sundaramoorthy, 3º no campeonato e com chances matemáticas de título pulou na ponta e deixou D’Orlando numa incômoda P2. Kiko Porto largou bem e logo se estabeleceu na P5, o que – com D’Orlando em 2º - decidiria o título a seu favor.

 

Os dois primeiros foram fugindo na ponta com um segundo pelotão formado por Prescot Campbell, Jace Denmark e Kiko Porto, que também colocavam distância volta a volta sobre Josh Green e Myles Rowe. O segundo pelotão vinha muito junto e com possibilidades de disputa de posição, o que poderia ser algo não muito interessante para o brasleiro. Afinal, um incidente de corrida que o tirasse da pista ou danificasse seu carro será um problema para o sábado e para a largada no domingo.

 

 

E o “incidente” aconteceu... mas entre Prescot Campbell e Jace Denmark. Denmark tocou Prescot que saiu da pista e bateu forte na barreira de pneus. Denmark também saiu da pista, ficando com o carro avariado e quem se deu bem com isso foi Kiko Porto. Faltando 8 voltas para o final da corrida o brasileiro assumia a 3ª posição e deixava  Sundaramoorthy e D’Orlando em situação ainda mais difícil.

 

A relargada foi dada faltando 5 voltas para o final e Kiko Porto conseguiu se manter na P3. Sundaramoorthy escapou na ponta enquanto D’Orlando segurava um pelotão que ia do 2° ao 5º colocado, esperando que Josh Green atacasse o piloto brasileiro. O ritmo mais lento de D’Orlando ia agrupando mais carros ao pelotão com o passar das curvas, mas ele não podia deixar Kiko Porto se aproximar demais e isso dava terreno para o brasileiro ficar a uma distância relativamente segura de Green.

 

 

Nas duas voltas finais, D’Orlando tentou buscar Sundaramoorthy, mudar a situação, mas isso não mudava nada e Kiko Porto corria para o título, mantendo-se fora do alcance do quarto colocado e sem interesse em enfrentar D’Orlando em uma disputa direta de posição. Ao entrar na reta dos boxes, logo após receber a bandeirada, Kiko Porto reduziu a velocidade e passou colado ao muro, comemorando com a equipe a conquista do título.

 

No retorno à área dos pits Kiko Porto comemorou, subindo no carro e depois sendo cercado pela equipe. Depois de receber o troféu no pódio pelo 3º lugar na corrida, Kiko Porto voltou ao pódio para receber o troféu de campeão da temporada. Depois toa a equipe subiu ao pódio para comemorarem juntos a conquista do campeonato para a DEForce.

 

 

No domingo, com o título já decidido, tudo estava bem diferente. Com chuva, frio e pista molhada. Kiko Porto, o campeão da temporada estava largando na P5, assim como na corrida de sábado, com o mesmo grid como foi definido na classificação e isso mostra como foi importante a tomada da liderança por Sundaramoorthy, a corrida madura de Kiko Porto na 5ª posição até o acidente entre Campbell e Denmark e como ele correu tranquilo para o título.

 

Nesta corrida, com essas condições, tudo poderia acontecer e na largada os dois primeiros se perderam na curva 5 e a bandeira amarela veio ainda na abertura da segunda volta. Os dois líderes se atrapalharam e isso beneficiou Josh Green que pulou para a ponta e Kiko Porto que não quis correr riscos caiu para a P6. A transmissão, muito ruim, tinha uns cortes de imagem horríveis. A corrida certamente terminaria pelo tempo.

 

 

A bandeira verde veio na 6ª volta e Kiko Porto manteve sua posição sem maiores problemas, mas novamente na curva 5 mais um carro saiu da pista e ficou na caixa de brita, trazendo de volta o safety car. Foram mais 4 voltas atrás do safety car até a bandeira verde. Kiko Porto acabou perdendo uma posição na relargada, caindo para 7º. Finalmente os pilotos completaram uma volta sem problemas e Kiko Porto recuperou a P6 com o problema na asa dianteira de Prescot Campbell.

 

Na volta seguinte, subiu para P4 com a escapada de Sundaramoorthy. Na volta 11, mais uma bandeira amarela e mais uma entrada do safety car. Três voltas depois, na relargada, mais uma batida e outra bandeira amarela com o safety car pela quarta vez na pista, mas Kiko Porto, na relargada, teve tempo para tomar a P3 de Michael D’Orlando. A direção de prova então viu que não haveria mais tempo para liberar a pista e encerrou a corrida em bandeira amarela. Assim, Kiko porto fechou com chave de outro uma temporada sensacional.

 

 

Fórmula 4 Dinamarca

A temporada da Fórmula 4 na Dinamarca teve seu encerramento no autódromo de Jillandsringen e Emmo Fittipaldi Jr. tinha três corridas pela frente para garantir a conquista do título da temporada, apesar das ameaças do dinamarquês Noah Stromsted e da japonesa Juju Noda. No melhor estilo do pai, que está sempre presente nas competições, Emmo Fittipaldi Jr.

 

As coisas começaram bastante complicadas para o piloto brasileiro. Além da chuva intensa, que deixou a condição e pista bastante crítica. Emmo Fittipaldi Jr. chegou a sair com o carro no asfalto molhado, mas não completou a volta, retornando para os boxes e ficando sem tempo. A pole ficou justamente com a maior ameaça ao título para o brasileiro, seu companheiro de equipe, Noah Stromsted. Esta decisão teve um preço muito alto.

 

 

Na primeira corrida, com Stromsted largando na pole e Emmo Fittipaldi Jr. na última fila, com condições de chuva intensa, o pole position dominou a prova, deixando para trás uma nuvem de spray. Emmo Fittipaldi Jr. buscou fazer uma corrida de recuperação, mas não conseguiu ir além do 12º lugar e isso teria implicações nas duas corridas seguintes.

 

A chuva continuou caindo em Jillandsringen e Stromsted largou na pole position nas duas corridas. Emmo Fittipaldi Jr. Conseguiu duas P5, conseguindo ganhar posições, mas as três vitórias de seu adversário fizeram o titulo da categoria escorrer pelos dedos. No pódio da F4, Emmo ficou em 3° nas duas corridas (a F4 corre junto com os carros da F5).

 

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.