Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

Nesse final de semana tivemos apenas a atividade da Fórmula 4 na Dinamarca, com o herdeiro da coroa do clã Fittipaldi defendendo a liderança no campeonato e preparando-se para vôos mais altos em 2022.

Mas se o final de semana teve pouca atividade de pista para as jovens promessas do automobilismo brasileiro, no decorrer da semana que passou tivemos excelente notícia de que, pelo segundo ano consecutivo, as pilotos brasileiras Antonella Bassani e Julia Ayoub foram selecionadas para o FIA Girls on Track. Lembrando que as duas foram finalistas na primeira edição deste projeto para levar mais mulheres para as competições de automobilismo. Estaremos acompanhando todas as etapas desta nova edição e na torcida para que uma das brasileiras seja a vencedora este ano.

Como determinado pela editoria, também irei comentar sobre a rodada tripla da GB3, a Fórmula 3 inglesa, disputada no final de semana anterior no tradicional circuito de Outton Park e é por este campeonato que começaremos a falar de velocidade.

GB 3 (Fórmula 3 inglesa).

O final de semana em Outton Park teve de tudo. Pista seca, pista molhada, variações de temperatura, um grande desafio para pilotos e equipes Nos treinos livres, Roberto Faria, o carioca swing sangue bom, estabeleceu o melhor tempo dos dois dias de treinos livres em Oulton Park na última sessão da semana na tarde da sexta-feira. O melhor tempo do brasileiro de 1m31,742s veio com cerca de oito minutos da sessão de 40 minutos para o fim, e o colocou quase dois décimos de segundo à frente do líder do campeonato Carlin, Zak O'Sullivan. O companheiro de equipe de Faria e estreante no GB3, Luke Browning, estava a apenas 0,011s de O'Sullivan em terceiro.

No sábado, quando tivemos o treino de classificação, o líder do campeonato mostrou que não é líder por acaso e cravou a pole dupla as três corridas que viriam acontecer. Roberto Faria não conseguiu repetir o desempenho dos dias de treinos livres e ficou com a 4ª posição, 526 milésimos de segundo mais lento que o pole, mas largando na frente dos seus concorrentes pelo vice campeonato (O’Sullivan tem que fazer tudo errado para perder esse campeonato).

A corrida 1 não teve transmissão pelo youtube e foi preciso acompanhar pelo livetiming e por um “correspondente” que consegui na Inglaterra, que não entende muito de automobilismo, mas tentou ser meus olhos por lá. Largando na P4, o nosso piloto fez uma opção arriscada: usar seus pneus mais usados e deixar os mais novos para as corridas 2 e 3.

Não foi uma corrida fácil para o brasileiro, que teve muito trabalho depois de uma largada segura, onde conseguiu manter a 4ª colocação. Visivelmente mais lento que seus perseguidores, Roberto Faria precisou “alargar o pára-choque traseiro” e segurar o pelotão que vinha atrás. O’Sullivan deixou para trás a briga pela P2, que o ajudou a abrir vantagem.

Roberto Faria vinha em 4º, mas nem a disputa acirrada entre Luke Browning e Ayrton Simmons conseguiu ajudar o brasileiro a se aproximar e entrar no bolo. Pelo contrário, ele teve que brigar muito para não ser superado por Bart Horsten e Christian Mansell. Roberto Faria cruzou a linha de chegada em 4º, mas Luke Browning, 2º colocado, foi desclassificado depois da inspeção dos carros por seu assoalho de madeira estar mais fino que o determinado pelo regulamento. Com isso, o brasileiro herdou a P3.

Na manhã do domingo tivemos a segunda corrida da rodada tripla em Outton Park, um circuito muito tradicional, onde Emerson Fittipaldi correu na FFord e na Fórmula 3 em 1969. O céu nublado não espanta o público local e muita gente foi assistir a corrida. Roberto Faria estava largando na 3ª posição, graças ao resultado no segundo treino. Após a volta de apresentação os carros alinharam para a largada, tendo 13 voltas ou 20 minutos de corrida pela frente.

Os pilotos se esforçaram muito para aquecer os pneus no frio que fazia e, apagadas as luzes vermelhas, Roberto Faria precisou brigar muito para segurar sua P3 enquanto seu companheiro de equipe tomava a ponta do pole, O’Sullivan. Depois de 3 voltas Roberto Faria estava confortável na P3 enquanto O’Sullivan tentava recuperar a liderança.

A partir da 4ª volta, Roberto Faria foi para o ataque pela 2ª posição de O’Sullivan, que não conseguia mais atacar o líder da prova e companheiro de equipe do brasileiro, Luke Browning. O ataque acabou na volta 6, quando O’Sullivan voltou a encostar em Browning e tentar tomar a ponta, A chance veio na 10ª volta, quando o líder errou numa saída de curva e o virtual campeão colocou de lado numa reta em descida com uma chicane no fim. Deu ruim!

Ele não conseguiu fazer a curva, furou a chicane, passou reto e bateu na barreira de pneus. Roberto Faria subiu pra P2 e foi pro ataque pela vitória. Estava mais rápido que Browning, mas o novato estava para o “tudo ou nada”... e deu nada para os dois! Browning fechou Faria e o brasileiro tocou na traseira do companheiro equipe.

Os dois carros foram para fora da pista e a corrida teve a bandeira vermelha acionada, encerrando a prova. Roberto Faria deixou de marcar preciosos pontos. Browning conseguiu voltar pra pista e, como a bandeira vermelha dá o resultado da volta anterior, foi declarado vencedor. Roberto Faria, como não voltou pra pista, foi considerado como abandono e não marcou nenhum ponto.

Algumas horas depois tivemos a corrida 3 e a chuva que ameaçava chegou com vontade, mudando totalmente as estratégias de pilotos e equipes na tarde do domingo. Roberto Faria largou na 13ª posição nesse sistema de definição das posições de largada após a primeira corrida que eu nunca vou entender. O vitorioso da corrida 2 largou em 15°!

Os carros fizeram duas voltas de aquecimento de pneus na pista molhada, também para tentar sentir como estava a aderência no asfalto. Após as voltas, pararam no grid para uma largada raiz, nada de procissão atrás do safety car. Roberto Faria conseguiu ganhar uma posição na largada, mas foi pra grama na disputa com Christian Mansell e caiu para 16° (Mansell pra 15°).

Os dois recuperaram posições com outras saídas de pista e Mansell – apesar de não ser parente – fez jus ao sobrenome e rodou novamente. Roberto Faria estava na P13 onde largou na 2ª volta. Roberto Faria conseguiu ganhar mais uma posição, subindo para 12°, mas estava difícil enxergar alguma coisa com o spray dos carros da frente. Roberto Faria conseguiu avançar até a P10 antes da bandeira quadriculada. Com o prejuízo da corrida 2, Roberto Faria caiu para 4° no campeonato, com 316 pontos. A próxima etapa, a última do ano, será em outubro, em Donington Park.

Fórmula 4 Dinamarquesa.

Infelizmente a categoria não disponibilizou as imagens das corridas deste final de semana no youtube, mas pudemos contar com a colaboração de Jacob Zeeman, um seguidor do nosso site e amigo de um dos fundadores. O importante é não deixarmos de divulgar o trabalho e os resultados de Emerson Fittipaldi Jr., que chegou à penúltima rodada tripla do campeonato, disputada em Djursland.

Emmo Fittipaldi Jr. conseguiu se manter entre os mais rápidos do grid que contou com 14 carros, classificando-se em 6°, e optou pela mesma tática da rodada tripla anterior, de usar na primeira corrida os pneus mais gastos do set do final de semana. Na corrida, ele viu seu maior adversário nesta segunda metade do campeonato, Noah Stromsted, largar bem e ia de 5° pra 2° enquanto ganhava a posição para ser o 3°.

O safety car precisou entrar duas vezes na pista, sinuosa, com variações de relevo e segurança questionável. Na primeira das relargadas, quando William Wulf abandonou, Emmo, que estava em 2°, foi superado por Juju Noda, caindo novamente para 3°. Na relargada seguinte, foi superado por Mads Hoe e ficou na 4ª posição, colocação na qual terminou a corrida.

A segunda prova, Emmo Fittipaldi Jr andou entre os três primeiros durante toda a disputa. Após uma boa largada, tomou a P3 e seguiu com o pelotão formado com os 4 primeiros Fittipaldi superou Juju Noda e foi pra cima de Sebastian Gravlund, mas já trazia em seu encalço um imparável Noah Stromsted, que vinha em 3° depois de largar da 5ª posição.

Emmo Fittipaldi Jr. não demorou para superar Sebastian Gravlund e tomar a ponta, mas não conseguiu muito sossego uma vez que na volta seguinte, Noah Stomsted tomava a P2 e ia pra cima do brasileiro. Os dois travaram uma gela disputa por algumas voltas e Stromsted conseguiu tomar a ponta. Fittipaldi buscou a reação, mas nas voltas finais, não acompanhou o ritmo do líder e terminou a corrida em 2° lugar.

No domingo tivemos a terceira corrida da rodada tripla de Djursland e a primeira fila trazia Noah Stromsted e Emmo Fittipaldi Jr. lado a lado. Apagadas as luzes vermelhas, o dinamarquês conseguiu largar melhor e tomou a ponta enquanto Emmo Fittipaldi Jr. precisava se defender dos ataques de Juju Noda, mas a piloto japonesa teve um problema de freios, passou reto na curva 3, bateu e abandonou a corrida, o que trouxe o safety car para a pista.

Depois de 2 voltas tivemos a relargada e os dois primeiros largaram muito bem e logo deixaram os demais competidores para trás. Assim como foi na segunda corrida, Stromsted conseguiu ir abrindo vantagem sobre o brasileiro e conquistou a terceira vitória do final de semana enquanto Emmo Fittipaldi Jr. conseguiu seu segundo pódio com mais uma P2 no final de semana. Ele continua líder do campeonato com 211 pontos, mas não pode errar diante da impressionante performance de Stromsted, que é o novo vice líder com 168.

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

Um abraço a todos,

Genilson Santos

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.