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A inevitável virada de página da Mercedes será tranqüila? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 08 September 2021 20:10

Caros Amigos, O inevitável é algo que, como o termo se autodefine, inevitável. Inicialmente, precisaríamos acrescentar de forma imediata que nada é tão simples como parece.

 

É fato inegável que vivemos em um mundo onde a quantidade e rapidez das informações fazem com que as mudanças em nossas vidas sejam cada vez mais rápidas e intensas. A rapidez e a intensidade das mudanças do mundo atual geram uma pressão enorme sobre todos nós, pois mudar é algo que sempre tentamos evitar, ainda que em vão. Entretanto, o fator tempo gera, naturalmente, este tipo de situação.

 

Toda mudança começa com um algo novo e nem sempre este “novo” é bem visto ou bem quisto. O inevitável é algo que eventualmente assusta e causa insegurança, no entanto, não é somente a mudança em si, que é um processo externo; mas sim, o processo de adaptação a essa mudança, denominado transição. Os indivíduos resistem à transição e não à mudança em si. Até quando as mudanças são para melhor, passamos pela transição.

 

A ida de George Russell – com um contrato para piloto titular e não como um eventual substituto – era algo tido como inevitável por todos que seguem a Fórmula 1. Piloto brilhante e membro do Programa Mercedes-Benz Junior desde 2017, quando venceu o campeonato da então GP3 (hoje Fórmula 3) como novato, antes de repetir o feito na Fórmula 2 em 2018. Sem espaço na equipe alemã, foi colocado como titular da Williams Racing desde então 2019, demonstrando um desempenho impressionante de qualificação e corrida durante as duas últimas temporadas, sem falar na vitória no Bahrein que a equipe impediu que acontecesse com uma sequência de erros inimagináveis.

 

A ida de George Russell para a Mercedes era uma questão de “quando e como”, jamais houve dúvidas de que iria acontecer. A grande dúvida no momento é saber como vai se dar o seu papel na equipe com Lewis Hamilton ainda sob contrato e como serão as relações na pista e nos boxes entre eles. Até onde o jovem, veloz e certamente ambicioso George Russell vai aceitar a condição de segundo piloto na equipe?

 

Certamente Lewis Hamilton deve se lembrar da temporada de 2007 na Fórmula 1, seu ano de estreia na categoria pela McLaren, logo depois de conquistar o título da então GP2 (hoje Fórmula 2) e encontrar como primeiro piloto o bicampeão mundial da categoria, Fernando Alonso. Foi uma das piores relações entre companheiros de equipe dos últimos 20 anos da categoria, sem a menor dúvida, provavelmente a pior. A disputa interna levou a McLaren a perder o título de pilotos da temporada, com um jogando contra o outro e o time contra Fernando Alonso, apostando no imenso potencial da jovem revelação, que era “fruto do trabalho da McLaren desde os tempos do kart”.

 

Quando substituiu Lewis Hamilton – acometido pela Covid – no GP do Bahrein no circuito externo, uma configuração que era novidade para todos os pilotos, George Russell dominou facilmente Valttery Bottas, deixando evidente o que todos já sabiam. O que as pessoas ainda não sabem é como vai ser a relação entre o multi campeão e o jovem que vai querer escrever mais um capítulo vitorioso na sua carreira.

 

De saída para a Alfa Romeo, Valtteri Bottas foi celebrado por Lewis Hamilton como “o melhor companheiro de equipe que já tive”. Provavelmente isso estaria bem enquadrado em um conceito para quem degladiou-se por alguns anos com Nico Rosberg, a ponto de a equipe quase entrar em crise, mesmo sendo a dominadora do campeonato. A pergunta é: até onde George Russell e Lewis Hamilton conseguirão estabelecer uma relação harmônica e não uma competição destrutiva entre eles?

 

Lewis Hamilton pode se sentir em uma situação semelhante a vivida por Fernando Alonso na McLaren? Existem potenciais semelhanças e reais diferenças entre as situações de 2007 e de 2022. Fernando Alonso era muito jovem (26 anos no início da temporada), diferente de Lewis, que hoje tem 36 anos e hoje é um piloto muito maduro. Isso pode evitar que um ambiente conturbado volte a se instalar na equipe, mas para isso, precisaremos esperar o desenrolar das primeiras corridas e o quanto George Russell poderá e irá incomodar.

 

Teremos um carro totalmente novo, pneus muito diferentes dos atuais e a disposição de forças na categoria poderá ter mudanças. Isso também pode interferir na forma como os dois pilotos da equipe irão trabalhar, Contudo, o potencial explosivo é real e qualquer um mais atento sabe disso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva