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Emmo Fittipaldi Jr. volta a vencer na F4 da Dinamarca e Caio Collet mostra arrojo na F3 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 05 September 2021 21:38

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos as ações dos nossos jovens pilotos concentradas na Europa, com mais um evento conjunto da FIA Fórmula 3 e da W Series na programação em Zandvoort, no retorno do autódromo holandês ao calendário da Fórmula 1. Na Dinamarca, em Padborg, Emmo Fittipaldi Jr. tinha pela frente mais uma rodada tripla do campeonato dinamarquês de Fórmula 4 onde chegou como líder do campeonato.

 

A semana entre as corridas na Bélgica e na Holanda tiveram emoções para os brasileiros (dentro e fora da pista). Quando anunciou que estava deixando a PRO2000 para voltar à Europa e correr pela Charouz, Enzo Fittipaldi falou que correria pela FIA Fórmula 3 e também pela FIA Fórmula 2. Como os campeonatos ocorrem em datas diferentes, isso seria possível, mas no início da temporada, ele estava apenas na Fórmula 3.

 

Depois de ficar de fora da rodada tripla na Bélgica, Enzo Fittipaldi foi anunciado como piloto da equipe tcheca para as quatro rodadas finais da FIA Fórmula 2 ao lado de Guilherme Samaia, substituindo o alemão David Beckmann (pra gente ver que não é só brasileiro que fica a pé se não tiver patrocínio) a partir da rodada tripla em Monza, nos dias 11 e 12 de setembro. É um grande passo para Enzo e também um grande desafio: Beckmann vinha fazendo um campeonato bem consistente por uma equipe que, sabidamente, não está entre as melhores.

 

Ainda sobre a Fórmula 3, a categoria sofreu uma alteração no calendário. A corrida de encerramento da temporada, que aconteceria em outubro, no COTA, Estados Unidos foi antecipada para Sochi, na Russia, no último final de semana de setembro e última etapa da F1 em continente europeu (salvo mais alguma mudança no calendário), com questões que envolvem logística, pandemia e custo operacional das equipes, além da própria F1. Mas agora, vamos falar de corridas!

 

FIA Fórmula 3

A maioria dos pilotos não teve a oportunidade de correr em Zandvoort, especialmente após a reforma feita no traçado, com algumas curvas inclinadas e uma reta pequena, com menos de 700 metros. Com o final de semana iniciando com sol e pista seca, nos treinos livres os carros da MP Motorsports não foram tão mal como na Áustria e Hungria, mas não com motivos para comemorações. Caio Collet foi o 12°, 8 décimos mais lento que Jak Crawford.

 

Três horas depois os pilotos voltaram à pista para o treino classificatório. 30 carros com 30 minutos em uma pista curta e estreita não ia ser fácil fazer uma volta limpa. O treino atrasou 15 minutos e na abertura dos boxes, foram os 30 pra pista, com disputa dura. Nos primeiros tempos marcados, Caio Collet conseguiu ficar entre os 10 primeiros no terço inicial de treino, mas conseguiu em seguida uma P4 provisória.

 

  

Caio Collet conseguiu fazer uma grande volta antes do final do segundo terço do treino e marcou o 3ª melhor tempo de forma provisória, à frente de seu companheiro de equipe, Victor Martins. Nos 8 minutos finais foram novamente todos para a pista para aquele “tudo ou nada” e Hunter Yeany rodou, ficando atravessado na pista e o diretor de prova acionou a bandeira vermelha faltando 4 minutos e 18 segundos para o final do treino e com Caio Collet na P3! Os pilotos tentaram tudo nos minutos finais e Caio Collet não conseguiu melhorar sua volta, ficando na P6 ao fim do treino.

 

Na manhã do sábado, sem o sol forte da sexta-feira, mas sem uma ameaça real de chuva, os 30 pilotos da categoria foram para o grid e alinharam para a primeira das três corridas realizadas em Zandvoort. Caio Collet, que ficou com a P6 no treino classificatório, estava largando na P7 com o grid invertido desta Corrida 1. A pista, com sua reta curta, poderia dificultar as ultrapassagens.

 

 

Após a volta de apresentação, carros alinhados para as 24 voltas programadas e, apagadas as luzes vermelhas, o pole largou mal e embolou a tomada da curva Tarzan. Melhor para Caio Collet, que largou bem e ganhou duas posições e fechou a primeira volta em 5° lugar. Não demorou muito e o brasileiro começou a atacar a 4ª colocação de Jak Crawford. O brasileiro já tinha na 4ª volta mais de 1s para Alexander Smolyar, que foi punido com um ‘stop and go’ por tocar Amaury Cordel na primeira volta e assim, a P6 passou para as mãos de Jack Doohan.

 

A pilotagem defensiva do líder, Arthur Leclerc, agrupou os 5 primeiros, mas “ninguém passava ninguém”. Com isso, o pelotão puxado por Doohan encostou no grupo da frente, com os 10 primeiros separados por apenas 5,4s. Com metade da prova disputada, a situação dos primeiros só mudou quando Dennis Hauger atacou Victor Martins e como não conseguiu, perdeu a 8ª posição para Clement Novalak.

 

 

O safety car foi acionado na volta 16 com a batida de Johnathan Hoggard no guard rail e Hunter Yeany na tomada da curva Tarzan. A relargada veio na volta 21 e todos foram para o tudo ou nada na freada da Tarzan... e deu nada! Menos mal, Caio Collet segurou sua P5. Nada mudou entre os 6 primeiros, apesar do brasileiro ter tentado bastante ganhar mais posições.

 

Terminada a corrida da W Series, os 30 pilotos da FIA Fórmula 3 voltaram para a pista e foram encarar a corrida 2. Caio Collet, com a inversão do grid da corrida 1, largava na P8 e ia precisar de mais uma grande largada para conquistar posições na primeira volta como fez pela manhã. O sol estava lá, mas a temperatura baixou um pouco em relação a W Séries.

 

Apagadas as luzes vermelhas para mais 24 voltas, Caio Collet largou bem e ganhou uma posição. Não ganhou mais por ter sido bloqueado por Victor Martins. Ele podia ter passado os dois carros da Prema na curva 3, mas ficou atrás de Dennis Hauger, que atacava duro Olli Caldwell. A briga dos três nas primeiras voltas era sensacional, mas com isso, o 5° colocado abria vantagem.

 

 

Com um pneu furado por um toque de pista, Lorenzo Colombo saiu e bateu numa das barreiras e isso levou o safety car para a pista na 3ª volta. Duas voltas depois tivemos a bandeira verde e na relargada Caio Collet teve que brigar muito para não perder a posição para Logan Sargeant, mas ainda nesta volta, por pouco não tomou a P6 de Dennis Hauger. Os pilotos estavam surtados. Ou iam para o ‘tudo ou nada’ ou não ganhavam posições.

 

Ido Cohen, em segundo, segurava o pelotão até a P7 de Caio Collet, que pressionava Dennis Hauger, mas sem conseguir ultrapassar. Na volta 14, Cohen perdeu a P2 para Martins e isso poderia dar chances a todos. Na volta seguinte, Vesti fez o mesmo, mas Caldwell não repetiu a manobra e o pelotão 4° ao 8°. Hauger passou Caldwell na volta 18 e Collet precisava atacar para ganhar as posições da Caldwell e Cohen.

 

 

O Problema foi que na volta 20 Amaury Cordeel ficou na caixa de brita da curva Tarzan e o safety car voltou pra pista. A bandeira verde foi acionada para os pilotos acelerarem por 2 voltas na base do “vale tudo” e Victor Martins, o líder, segurou bem o pelotão Caio Collet foi simplesmente espetacular e na sequência de curvas pulou para 4º, superando os carros da Prema e de Ido Cohen, que bateu no líder do campeonato, Dennis Hauger. Collet ainda tentou buscar o pódio, mas não conseguiu. Ainda assim, foi um grande corrida do brasileiro.

 

Na manhã do domingo os pilotos vieram para a última das três corridas do final de semana com o grid formado pela classificação da manhã do sábado. Caio Collet estava largando na P6. A manhã estava ensolarada, mas a temperatura amena iria ajudar os pilotos a preservarem seus pneus e o esperado era uma série de ataques ainda mais arriscados para conquista de posições no traçado de difíceis ultrapassagens.

 

Após a volta de apresentação os 30 pilotos foram para as suas posições de largada e, apagadas as luzes vermelhas, Caio Collet não largou tão bem e precisou frear forte na curva 3 para evitar uma batida na traseira de Jak Crawford. Com isso o brasileiro caiu para 9°, mas n início da segunda volta, fez um mergulho por dentro na inclinada curva 3 para superar Logan Sargeant e tomar a P8.

 

 

Collet estava agressivo e na volta seguinte, tentou a mesma manobra pra cima de Jak Crawford, que estava perdendo terreno para Jack Doohan Aleksandr Smolyar, o P5, estava segurando o pelotão que ia até o 12° Crawford começou a perder terreno para Jack Doohan e segurava o brasileiro que conseguiu passar e tomar a P7 na entrada da curva Tarzan na volta 12, mas estava 2,5s atrás de Jack Doohan.

 

A direção defensiva de David Schumacher na P2 deixou Dennis Hauger fugir e agrupou o pelotão  até a P6. Caio Collet aproveitou e andando muito rápido, encostou no pelotão e sem ser ameaçado por Jak Crawford, que segurava o pelotão seguinte, 4 segundos atrás, até ser duperado por Logan Sargeant. Na volta 18, Caio Collet colou de vez em Doohan, mas errou na volta seguinte e perdeu 1,5s na volta 19.

 

 

Na volta 22 Victor Martins foi pro “tudo ou nada” pra cima de David Schumacher e deu nada para os dois. Martins tocou Schumacher na curva 3 e tirou o alemão da disputa. Clement Novalak passou os dois e a direção de prova colocou o safety car virtual. Martins tomou 10s de punição e com isso Caio Collet subiria para a P5. A corrida tecnicamente acabava. Com duas P4 e uma P5, o brasileiro continuou em 8°, mas encostou no bloco de cima com seus 87 pontos. O campeonato está na mão de Dennis Hauger, líder com 193, mas com disputa aberta no final antecipado para Sochi, ao invés de fazerem a final no Texas, como estava programado.

 

W Series

Assim como os pilotos da FIA Fórmula 3, as 18 pilotos da categoria feminina chegaram à Zandvoort em condições muito próximas de conhecimento (ou desconhecimento) do traçado, grip de asfalto ou qualquer outro parâmetro de pista para esta etapa, algo que poderia ser uma vantagem para a brasileira Bruna Tomaselli.

 

 

Mas as coisas não se mostraram tão favoráveis no treino livre. A brasileira não conseguiu um bom acerto para o carro e terminou o treino no penúltimo lugar. Poucas horas depois as 18 pilotos voltaram à pista para o treino classificatório e as coisas pareciam estar favoráveis para Bruna, que iniciou a sessão brigando pelas primeiras posições, chegando a ficar com o melhor tempo em um dado momento. O treino foi interrompido por duas bandeiras vermelhas justamente quando a brasileira estava em voltas lançadas para melhorar seu tempo. O prejuízo foi grande e Bruna Tomaselli ficou em 14°.

 

Pouco depois do final do treino da Fórmula 1 a categoria das mulheres velozes foi para a pista, com sol e uma temperatura agradável para os 30 minutos +1 volta de prova. O abriu, a temperatura subiu e ao meio dia – hora do Brasil – os carros saíram para a volta de apresentação nos 4.259 metros... e a brasileira rodou na saída da curva Tarzan no movimento de aquecimento de pneus... que fase!

 

A pole position também errou e meteu as rodas na caixa de brita. Bruna Tomaselli não pode retomar a sua posição original no grid e largou em último. Apagadas as luzes vermelhas, a piloto brasileira passou a ter um desafio ainda maior, tendo que ultrapassar muitas adversárias numa pista de difícil ultrapassagem, ainda mais com os carros sem o artifício da asa traseira móvel.

 

 

As 4 primeiras foram abrindo vantagem enquanto Jéssica Hawking ia segurando o pelotão da P5 para trás. Bruna Tomaselli vinha na balada, mas não conseguia atacar Fabienne Wohlwend. Marta Garcia teve problemas e acabou caindo para último. Com isso, a brasileira subiu uma posição, mas não conseguia acompanhar o ritmo da piloto de Liechtenstein, mas vinha mantendo 3s de vantagem para Marta Garcia e consegui fazê-lo até o final da prova, mas certamente a P17 foi frustrante.

 

Fórmula 4 Dinamarquesa

A etapa em Padborg neste final de semana teve uma diferença: a programação foi toda antecipada e tivemos uma “corrida noturna”... que apesar de ser assim anunciada, acabou acontecendo no final da tarde e com dia claro no sábado. A primeira corrida aconteceu na sexta-feira e as duas seguintes da rodada tripla no sábado.

 

 

Os treinos aconteceram na sexta-feira e o representante brasileiro, o herdeiro da dinastia Fittipaldi, Emmo Fittipaldi Jr. chegou para defender a liderança no campeonato da categoria dinamarquesa e ele já foi mostrando que ia manter seu ritmo, andando entre os primeiros nos treinos livres, ficando sempre entre os 4 primeiros nas sessões.

 

No treino classificatório para a primeira das 3 corridas Emmo Fittipaldi Jr. não repetiu a boa performance dos treinos livres e acabou ficando com a 6ª posição para a largada, mas como o traçado permite ultrapassagens em mais de um ponto, o brasileiro teria oportunidade de se recuperar, especialmente se repetisse as largadas da etapa anterior.

 

 

A tarde da sexta-feira estava ensolarada quando os pilotos foram para o grid, alinhar para a primeira das três corridas do final de semana e a temperatura amena iria ajudar a conservar os pneus, mas desafiaria os pilotos a colocar a borracha na temperatura ideal. Apagadas as luzes vermelhas, Emmo Fittipaldi largou bem, mas não conseguiu ganhar posições na primeira volta.

 

Logo na 2ª volta William Wulf ficou parado no meio da pista e mesmo assim a direção de prova não acionou o safety car para sua retirada, ficando apenas uma bandeira amarela no local. Fittipaldi havia caído para 7º, mas recuperava a P6 com o abandono do dinamarquês, contudo, não tinha ritmo para seguir na briga com os Carrasquedo e Bjerring pela P4, perdendo terreno volta a volta. Noah Stremsted venceu a corrida e Emmo Fittipaldi Jr. terminou em 6° a primeira corrida.

 

 

No início da tarde do sábado os pilotos voltaram para a pista e enfrentaram a segunda das três etapas programadas para o final de semana mais curto, com as duas corridas acontecendo no sábado, com menos sol que na sexta-feira e temperatura mais baixa. Nessa corrida 2, o grid foi formado com a inversão dos 8 primeiros e, com isso, Emmo Fittipaldi Jr. estava largando na 3ª posição.

 

Apagadas as luzes vermelhas, Emmo Fittipaldi Jr. fez uma das suas largadas espetaculares, engoliu a primeira fila e tomou a ponta, impondo um ritmo forte já na primeira volta e abrindo uma vantagem de quase 2s ao completarem a 1ª volta, aproveitando a briga pelo 2° lugar que estava bem acirrada com Jacob Bjerring segurando o pelotão, o que era excelente para o brasileiro.

 

  

No início da 3ª volta Juju Noda assumiu a P2, mas perdeu-a duas curvas depois. Entretanto, Emmo Fittipaldi Jr. já tinha 3,7s de vantagem para o pelotão e o 2º colocado teria que andar muito para recuperar o terreno perdido. Na abertura da quarta volta a diferença para o líder era de 3,9 segundos... e subiu para 4,5 na volta seguinte com Emmo Fittipaldi Jr. andando em um ritmo de corrida impressionante.

 

Na metade final da corrida Emmo Fittipaldi Jr. começou a poupar equipamento e encontrar retardatários na pista, o que fez a diferença cair para 3,6s, mas em momento algum o piloto brasileiro se viu ameaçado. Somando-se a isso, os resultados dos seus adversários diretos na luta pelo campeonato deram uma ótima vantagem para o herdeiro Fittipaldi que conquistou sua segunda vitória na categoria.

 

 

A terceira corrida era a chamada “corrida noturna”, pelo horário em que a mesma é disputada, mas como o por do sol na Dinamarca no início de setembro ainda acontece depois das 22 horas, a prova teve uma noite bastante ensolarada. O grid tinha os dois grandes protagonistas do campeonato na primeira fila, com Juju Noda na pole position e Emmo Fittipaldi Jr. na 2ª posição.

 

Após a volta de alinhamento e apresentação, apagadas as luzes vermelhas, a japonesa largou melhor e tomou a ponta, com Emmo Fittipaldi Jr. em 2º, mas ainda na primeira volta a líder teve um problema na carenagem lateral direita do seu carro e foi forçada a ir para os boxes, com o brasileiro herdando a liderança e, sem tomar conhecimento dos adversários, foi abrindo vantagem para seus perseguidores. Juju Noda voltou pra pista com uma volta de atraso.

 

 

Na briga pela segunda posição, Jacob Bjerring, Mads Hoe e William Wulf brigavam entre si e isso era bom para o brasileiro, até que Hoe deixou a disputa para trás, mas nesta altura, a vantagem de Emmo Fittipaldi Jr. era de 1,9s, mas o dinamarquês vinha tirando a diferença lentamente, décimo a décimo. Juju Noda tentou, voltou à pista, mas acabou abandonando a corrida 3.

 

Mads Hoe conseguiu superar Emmo Fittipaldi Jr. na 8ª volta, mas como é um carro da F5, não há uma disputa direta entre eles pelo campeonato. Hoe tomou a frente, mas o brasileiro veio na balada e ambos tinha quase 6s de vantagem sobre Bjerring e Wulf, fazendo uma disputa em particular pelo topo do pódio geral. Com os resultados da rodada tripla, Emmo Jr. abriu 37 pontos para William Wulf no campeonato da F4, que volta em 2 semanas, na pista de Djursland.

 

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.