Olá, amigos! Nesta quarta-feira já estou em viagem rumo a Indianapolis para disputar no próximo sábado, 14, o Indy GP, prova da IndyCar no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway. Será um evento especial, pois será em conjunto com a NASCAR. Essa junção é obra de Roger Penske, que tem uma capacidade enorme de realizar as coisas. Mesmo aos 84 anos, o homem não para e é um exemplo como pessoa, empresário e empreendedor. Será uma alegria imensa voltar a Indianapolis depois do dia 30 de maio e, em função da minha quarta vitória na Indy 500, nesse final de semana um tijolo com meu nome será aplicado na linha de chegada do circuito oval. Essa é uma homenagem eterna, pois meu nome estará por todo o sempre naquele lugar sagrado. É uma honraria que eu jamais imaginaria que pudesse acontecer. Ainda como parte dos eventos pós 500 Milhas de Indianápolis, Helio Castroneves ganhou um tijolo personalizado. E por falar em coisas legais, considerei um verdadeiro pódio ter chegado em 10º na difícil corrida de Nashville. Vocês observaram que, apesar das grandes retas proporcionadas pela ponte em homenagem aos veteranos da guerra na Coréia, a parte no estádio e do outro lado da ponte eram muito apertadas. Essas características, somadas ao fato de haver ondulações bem pronunciadas em alguns pontos, exigiram uma pilotagem muito cuidadosa. As ocorrências de bandeiras amarelas e vermelhas foram resultado da dificuldade em encontrar o ponto certo de atacar. Por ser um circuito novo para todo mundo, não foi fácil encontrar os limites. Diante dessas circunstâncias, o meu firme propósito foi o de terminar a prova. Vou ser honesto com vocês. Eu até poderia ter arriscado um pouco mais nas relargadas, jogado mais duro em alguns momentos na defesa de posições. Mas, diante do risco de ficar pelo caminho, resolvi que não era hora e lugar de ser agressivo. De volta aos circuitos de rua depois de tanto tempo e com um traçado difícil como o de Nashville, milhagem era o mais importante. E tem outra coisa importante nessa história toda. Por ser minha primeira corrida de rua pela Mike Shank Racing, quanto mais a gente andasse, melhor seria para mim e a equipe toda. Há um processo de adaptação para todos os membros do time, a começar por mim, e fiquei muito satisfeito em poder contribuir para esse objetivo ser cumprido. Aqui, em Indianapolis, o cenário já é diferente. Por ser um misto permanente e mais do que conhecido por todos os pilotos e equipes, nossa abordagem será outra. Acredito que a gente vai poder andar entre os primeiros, utilizando um setup mais ou menos conhecido. Isso me deixa muito otimista. Mas aí você pode dizer: - Ah, Castroneves, você está sempre otimista! É verdade, eu sou assim. O copo, para mim, nunca está meio vazio. Sempre enxergo meio cheio. Essa tem sido uma referência fundamental na minha carreira e também na minha vida. Não quero das conselho para ninguém, por favor, não me entendam mal. Só que, para mim, tem dado certo pensar assim, dentro e fora da pista. Voltando para Indianapolis, agora pra correr no misto, isso pode inspirar nosso tetracampeão a vencer, desta vez "na contramão". Nossas atividades de pista começarão na sexta-feira, com treinos livres e Qualifying. No sábado, teremos Warmup e corrida a partir das 13:30, no horário do Brasil. Para acompanhar tudo, ao vivo, fique ligado na programação da TV Cultura e a Com Brasil TV. Abração e até semana que vem! Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Olá Amigos, A chamada “Corrida da Cidade da Música” nesta nova proposta em Nashville rendeu – e está rendendo – boas discussões, além das horas extras de transmissão no último domingo. Muito trabalho será necessário para fazer da segunda corrida da corrida de rua (na verdade, foi uma “corrida de ponte”, com alguns trechos para se ir e voltar para ela). As queixas não ficaram limitadas ao espetáculo na pista, com duas bandeiras vermelhas e um excesso de bandeiras amarelas – nove e todas necessárias – durante a corrida. Para o público, acesso, estacionamento, valor dos ingressos contrastando com a empolgação natural dos que acompanham a categoria e Nashville é uma cidade que sempre recebeu muito bem o automobilismo. Com duas bandeiras vermelhas e 7 amarelas, a corrida em Nashville exigiu muito até do sol, que não podia de por. Dentro do inusitado, algo que tivemos bastante em Nashville, o fato mais inusitado de todos foi o vencedor ter sido Marcus Ericsson, que depois de largar em 18° e acertar com força o carro de Sebastien Bourdais na 5ª volta, retornando para os pits com o bico e asa dianteira quebrados e a roda dianteira direita no ar, ter ficado para trás e ao final das 80 voltas após a punição de ‘stop and go’ e saindo dos boxes pa P25, cruzar a linha de chegada à frente de todos os concorrentes foi uma daquelas coisas que só acontece no automobilismo norte americano. Aqui nos EUA temos um jornalista chamado Marshall Pruett que é uma verdadeira lenda do jornalismo e um especialista em IndyCar Series. Sempre leio sua coluna e raramente contesto suas palavras. Esta vai ser uma delas! Fizeram um percurso da rua de ir de espaços abertos rápidos para curvas estreitas, lentas e fechadas – mais estreitas, mais lendas e mais fechadas do que o de costume – é foi onde a maioria dos incidentes ocorreram. Tony Cottman, o projetista das pistas errou a mão desta vez. Colton Herta foi o piloto mais rápido durante todo o final de semana, mas na IndyCar Series isso não é garantia de vitória. Da corrida, o grande piloto e que merecia ter vencido foi Colton Herta. Ele foi muito mais rápido que os outros inscritos em todos os treinos e, em corrida, nas suas paradas de boxe e nas mudanças circunstanciais de estratégias, quando tínhamos bandeira verde, Herta não olhava para os adversários e ia superando a todos, um a um... até o final da prova quando – depois de superar os carros à sua frente – assumiu o 2º lugar e tinha pela frente o inusitado líder, Marcus Ericsson. Ele tentou retomar a liderança, mas o sueco se defendia muito bem e, com a corrida chegando ao fim, Colton Herta “deu uma volta a mais no pino de afinação da corda da guitarra”... e acabou batendo em uma curva de transição das passagens na ponte e os trechos estreitos. Um triste fim para o melhor piloto do final de semana. A percepção dos pilotos com relação aos problemas da pista se fez valer pela experiência. Os “bumps” no asfalto estavam acima da média usual dos circuitos a Indy, que já são bem altos para carros com suspensões mais duras. De acordo com um especialista em dados no paddock, os carros voaram 15 vezes por volta com uma a quatro rodas acima do solo. Além disso, combinadas, essas quatro rodas estavam saltando para fora da pista por aproximadamente um segundo por curva! Com a cabeça no lugar e pensando no campeonato, Scott Dixon fez uma grande corrida e somou bons pontos. Nessas horas experiência ajuda e Pilotos como Scott Dixon souberam bem aproveitar-se disso. O neozelandês conseguiu reduzir a diferença que o separa do líder do campeonato e companheiro na Chip Ganassi Racing, Alex Palou – que conseguiu salvar bons pontos – e superou Pato O’Ward na classificação. Outro não fez uma corrida brilhante, mas soube manter o carro intacto foi Helio Castroneves, que certamente percebeu as dificuldades que vai enfrentar contra esta turma de pilotos 20 anos mais nova que ele em corridas mais curtas e truncadas. Com cinco corridas restantes para serem disputadas, Alex palou tem 42 pontos de vantagem para Scott Dixon e 48 para Pato O’Ward, seus perseguidores mais próximos, no campeonato. Estando na reta final da temporada, é hora de Palou correr mais com a cabeça e focar em marcar pontos, se possível à frente e seus adversários diretos, caso contrário, não muito atrás. De último colocado, acidentado e punido, a vencedor da corrida em Nashville, Marcus Ericsson mostrou que tudo é possivel na IndyCar. Encerro a coluna desta semana com um relato de mais um evento inusitado em Nashville: o carro de dois lugares, que faz eventos de voltas rápidas com convidados VIP, teve um “encontro infeliz” com o muro na sexta-feira e voltou ao paddock com a ajuda de um caminhão de reboque. Nenhuma palavra sobre quem estava no banco do passageiro ou se eles deixaram “algum depósito” no banco depois de experimentar as verdadeiras sensações de dar voltas em um IndyCar e bater em uma barreira de proteção! Definitivamente, a guitarra estava desafinada neste final de semana. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |