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Um dia dos pais de muita velocidade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 09 August 2021 12:43

Olá leitores!

 

Neste domingo em que na República Sebastianista da Banânia foi comemorado o Dia dos Pais, uma coisa eu tenho certeza: o pai fã de esporte a motor não teve do que reclamar, mas terminou o dia cansado. Logo após as 6h da manhã começaram as corridas de Motovelocidade, e o festival de motores acelerando só terminou por volta das 21h30, quando a luminosidade natural acabou e a direção de prova da corrida de Nashville desistiu de fazer os pilotos aprenderem a andar naquele traçado do Fórmula Furadeira que fizeram para a corrida de Indy e encerrou a prova. Pouco após a primeira bandeira vermelha da prova de Nashville minha filha já perguntava se não iria parar de ter corrida no domingo... pergunta justificada, como veremos quando eu abordar essa prova. De qualquer forma, tivemos muita coisa legal nesse final de semana.

 

Começando com o alumínio da casa (prata da casa, em se tratando de Brasil, anda meio difícil), pelo segundo final de semana seguido a Stock Car correu em Pinhais, dessa vez pelo anel externo que um dia, em um passado distante, foi praticamente um tri-oval ou u oval em forma de D, mas com a inversão no sentido da pista original e a construção da “chicane da padaria” (tem curvas de 90 graus como uma esquina) deixou de propiciar essa oportunidade de traçado. Opção interessante, de qualquer forma, já que desde a última corrida da Stock nesse traçado externo foi no já distante ano de 2009. As duas corridas foram bastante disputadas, como seria de se esperar em um traçado no qual existe apenas uma freada realmente forte, e a vitória na pista ficou com Rafael Suzuki... eu escrevi “na pista” pois, na inspeção após a corrida, a direção de prova e os comissários encontraram – segundo eles – irregularidade técnica no combustível retirado do tanque do Corolla #8 e carro e piloto foram desclassificados da prova. Dessa maneira, a vitória na corrida 1 ficou nas mãos de Daniel Serra (Cruze), com o segundo lugar sendo ocupado por Gabriel Casagrande (Cruze) e o terceiro com Guilherme Salas (Cruze). Curiosamente os 3 últimos lugares ficaram com pilotos os quais o público em geral tem em grande consideração: devido a um belo de um enrosco logo na freada da chicane na primeira volta, por ali mesmo já ficaram Ricardo Zonta, Beto Monteiro e Felipe Massa, acompanhados um pouco adiante por Cezar Ramos. Os “substitutos de luxo” Dudu Barrichello e Pietro Fittipaldi (ambos de Corolla) não foram mal perante tanta “cobra criada” que tem na categoria, com muito mais experiência que eles, terminando respectivamente em 18º e 17º lugares. Em compensação, ambos brilharam na segunda corrida, concluindo a prova no Top-10, Dudu em 9º e Pietro em 8º. Por falar em segunda corrida, o final dela deu dó: Felipe Lapenna (Cruze) estava conseguindo conter os ataques de Atila Abreu (Cruze) para levar novamente a equipe Hot Car, criada pelo finado Amadeu Rodrigues e desde então administrada pelas filhas, ao topo do pódio, mas... o combustível acabou a 3 voltas do final. Não tenho a informação se foi o pescador que não conseguiu puxar o combustível do fundo do tanque, se foi erro de cálculo de consumo, se foi alguma outra coisa, mas definitivamente Lapenna merecia essa conquista. Não deu dessa vez, fica para a próxima. Dessa forma, a vitória caiu no colo de Atila Abreu, com o 2º lugar ocupado novamente por Gabriel Casagrande e o degrau mais baixo do pódio com Denis Navarro (Cruze).

 

O Mundial de Motovelocidade foi para a primeira prova da rodada dupla no Red Bull Ring, que antes de ser mutilado por Hermann Tilke, O Maldito, era o belíssimo Österreichring. Não é exatamente uma pista muito apropriada para motocicletas no quesito segurança, como os acidentes do ano passado e desse ano mostraram, mas acaba propiciando belas disputas. A primeira largada foi cancelada após Dani Pedrosa, retornando à categoria após 3 anos como piloto substituto na KTM, cair na saída da curva AMS (conhecida pelo pessoal preguiçoso de procurar o verdadeiro nome das curvas como “curva 3”; em tempo, pesquisar o nome atual não me tomou 60 segundos) na segunda volta. A moto e o piloto ficaram na saída da curva, que não possui visibilidade, e Lorenzo Salvadori (Aprilia) conseguiu desviar do piloto, mas não da moto... ao serem arremessados para frente por cima da moto caída, Salvadori quebrou o tornozelo (conforme se soube posteriormente) e a moto dele se incendiou, derramando gasolina pela pista e requerendo um razoável trabalho para a limpeza do asfalto, sob a abundante gesticulação de Loris Capirossi... já não era o mais calmo dos pilotos, agora que envelheceu parece ter menos paciência ainda. Foi dada a relargada, com os pilotos partindo da mesma posição do grid e com o Pedrosa largando com a moto reserva, e o que vimos foi uma aula de pilotagem da dupla Jorge Martín (Pramac Ducati) e Joán Mir (Suzuki), que protagonizaram uma disputa de gato e rato das mais interessantes de se acompanhar, com a Ducati abrindo um pouco nas retas e com a Suzuki (que perdia pouco em termos de velocidade para a moto italiana, diga-se de passagem) encostando nas curvas mais travadas. Ao final prevaleceu o estilo de pilotagem de Martín, que assim como Casey Stoner consegue fazer a Ducati contornar as curvas de maneira eficiente – mais eficiente que os pilotos da equipe oficial da fábrica, diga-se de passagem. Merecida vitória para o jovem espanhol, a primeira da sua carreira e, não tenho medo de afirmar, a primeira de muitas. É só os cartolas da Ducati pararem de buscar o “sonho italiano” de ter um piloto local sendo campeão com a moto deles que a coisa vai para frente. O segundo lugar ficou de bom tamanho para Mir, que tentou tudo que podia mas não teve condições de fazer o movimento decisivo para a ultrapassagem sobre Martín, e o degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Fabio Quartararo, que foi o único piloto que conseguiu retirar um desempenho satisfatório da sua Yamaha e, graças também ao fato de Johan Zarco (Ducati) e Francesco Bagnaia não terem conseguido grandes resultados (respectivamente terminaram em 6º e 11º), agora Quartararo lidera a pontuação com 40 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, que é Zarco. Pode abandonar em uma corrida que ainda não perde a liderança, uma confortável vantagem que pode ser administrada nas próximas 8 corridas.

 

Não foi apenas a corrida que fez o GP da Estíria de Motovelocidade ser marcante: na 5ª feira, véspera dos treinos livres, Valentino Rossi anunciou que ao final da temporada se aposentará. Um dos maiores nomes da história do motociclismo de velocidade, aquele que até hoje chegou mais perto de alcançar as marcas de Giacomo Agostini, constatou que o tempo passou e chegou a hora de se dedicar à sua própria equipe de competição, à sua academia de formação de pilotos, e creio que agora, mais do que nunca, ele poderá utilizar seu enorme carisma para conquistar mais e mais jovens para o esporte. Apenas posso expressar a minha gratidão por ter tido a oportunidade de ver a carreira de um astro desse calibre se desenrolar. Outros podem alcançar e ultrapassar as marcas dele? Certamente que sim, principalmente em uma época em que cada vez menos os motores quebram e a quantidade de corridas durante o ano cresce cada vez mais. Mas obter a mobilização de fãs que ele conquistou na carreira, mesmo hoje em dia com os resultados pífios que vêm conquistando a quantidade de torcedores que ele leva para as pistas é considerável, isso eu não creio que tão cedo veremos. Grazie per tutto, Dottore!

 

A WheatherTech IMSA foi até Road America e tivemos vitória brasileira: o Cadillac DPi #31 pilotado pela dupla Felipe Nasr/Pipo Derani terminou em primeiro lugar na categoria e na geral após 2h40 de corrida, se impondo sobre o Mazda DPi #55 de Oliver Jarvis/Harry Tincknell (2º colocado) e sobre o Cadillac DPi #01 de Rick van der Zande/Kevin Magnussen. Na LMP3, o Ligier #74 em que estava Felipe Fraga terminou em 3º na categoria e 15º na geral

 

A NASCAR foi até Watkins Glen para mais uma etapa em circuito misto, e assim como em Sonoma o favorito era Chase Elliott (reconhecidamente um dos melhores, senão o melhor, da categoria em circuitos mistos) mas a vitória – com direito a “varrida”, levando também os dois primeiros segmentos – ficou nas mãos de Kyle Larson, que após o “gancho” que recebeu pelas burradas que falou durante a fase de corridas virtuais no auge da pandemia retornou às pistas sendo bancado pelo próprio dono da Hendrick, com patrocínio da rede de lojas dele, e apresenta um retorno ao investimento feito dos maiores, conquistando sua quinta vitória no ano. Vitória essa valorizada pela pressão sofrida do 2º colocado, seu companheiro de equipe e atual campeão Chase Elliott, que pode ter cruzado a bandeirada 2,4 segundos atrás do Larson mas não deu sossego para o vencedor diminuir o ritmo ou administrar a vantagem. Mais uma dobradinha da Hendrick Motorsports... em 3º chegou Martin Truex Jr., liderando a trinca de Toyotas da Joe Gibbs Racing à frente de Kyle Busch (4º) e Denny Hamlin (5º). O melhor carro Ford foi o de Kevin Harvick, em 8º lugar. Próxima semana a disputa será em Indianapolis, mas não no oval e sim no circuito misto. Promete ser outra grande corrida!

 

Encerrando o longo domingo de corridas, a Indy foi para sua primeira etapa nas ruas de Nashville, e apesar das intenções terem sido as melhores, definitivamente, se a prova for mantida para a próxima temporada, muita coisa merece ser modificada. A pista parece uma adaptação daqueles traçados feitos para a Fórmula E, com trechos inaceitavelmente estreitos para carros do tamanho dos Fórmula Indy, e aquele pit lane que faz você ganhar tempo em relação a quem está na pista também merece uma revisão urgente. O pit lane talvez seja o mais fácil, inverter a localização dele com a pista não deve ser difícil... mas o outro lado da pista, na margem oposta do rio, realmente foi uma piada de mal gosto. A afobação dos pilotos também não contribuiu para o espetáculo, com um bocado de gente tentando fazer a curva antes da chegada/relargada (a largada propriamente dita era sobre a ponte, onde tinha espaço) e, quando dava sorte, apenas se tocando. A quantidade de bandeiras amarelas e vermelhas durante a corrida mostrou que muita coisa merece ser revista naquele circuito de rua. A corrida, por merecimento pelo desempenho apresentado, deveria ter ficado nas mãos de Colton Herta, entretanto a afobação da juventude nas voltas finais fez ele jogar fora um segundo lugar garantido na vã esperança de alcançar o primeiro lugar, ocupado por Marcus Ericsson, causador no começo da corrida de um dos acidentes mais bizarros dos últimos tempos ao – literalmente – decolar ao tocar na traseira de Sébastien Bourdais. Apenas mencionar as 9 bandeiras amarelas e 2 vermelhas não traduzem de maneira fidedigna o caos que foi a corrida. Ao final, vitória de Marcus Ericsson, com Scott Dixon (experiência sempre ajuda nessas corridas confusas...) em segundo lugar e James Hinchcliffe na terceira posição. Hélio Castroneves voltou ao carro da Meyer Shank para terminar em um decente 9º lugar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. 
Last Updated ( Monday, 09 August 2021 13:07 )