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Tivemos corridas e tivemos vergonhas neste final de semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 01 August 2021 23:21

Olá leitores!

 

Gostaria de ter assuntos agradáveis para comentar convosco em vez de me ver obrigado a comentar o Domingo da Grande Vergonha, aquele domingo que fez Bonnie e Clyde, Al Capone e Ronald Biggs e seu grupo parecerem trombadinhas amadores. Felizmente aconteceu mais coisas nesse final de semana que a outrora categoria mais importante do automobilismo mundial, e começaremos o texto por elas ao invés de dar desmerecido destaque à máFIA do esporte.

 

Semana passada eu cometi um deslize imperdoável e esqueci de comentar a mais promissora categoria do Cone Sul, a TCR South America, que fez uma corrida “Endurance” (1 hora de duração) no Autódromo dos Pinhais que contou com a participação de pilotos convidados para fazer dupla com os participantes, dentre eles a grande estrela Tom Coronel, com longuíssima experiência em corridas de Turismo na Europa e participante do WTCR, que é o mundial da categoria. Pena que a categoria ainda possui poucos participantes (largaram 11 carros em Curitiba), mas com o passar do tempo a esperança de que grids mais “recheados” possam aparecer é grande. No Brasil ainda tem a vantagem que é possível participar com carro da TCR no Brasileiro de Endurance, já tem uma equipe que corre com um Audi e, com mais equipes se animando a utilizar esse modelo, o “custo” de importação do veículo seria amortizado mais rapidamente. Não vejo como impossível no futuro um grid de cerca de 20 carros, mesmo em uma região economicamente fragilizada como a América do Sul. Enfim, vamos ao que interessa: a vitória ficou com a dupla Digo Baptista/Tom Coronel, com o Audi #13 largando na 11ª e última posição e, com ótima performance de ambos os pilotos, galgando as necessárias posições para, já nas mãos de Coronel, assumir a liderança da corrida. Em 2º lugar ficou o Hyundai #12 da dupla Sergio Jimenez/Beto Monteiro, que se recuperou de um drive-through logo no começo da corrida por ultrapassar “cortando o caminho” na primeira curva do circuito, carro bem acertado e que contou com dois “botas” da melhor qualidade ao volante. O terceiro lugar ficou com o Honda #77 da dupla Raphael Brito/Valdeno Brito, beneficiados com uma punição ao Alfa Romeo #16 de Fábio Casagrande/James Vance por conta de “infração no procedimento de boxe” e acabou ficando em 4º lugar, sendo os vencedores da categoria Trophy. Próxima corrida está marcada para dia 29/08 no curtíssimo Velopark, que certamente deve garantir uma disputa mais acirrada antes da categoria seguir em direção aos belos autódromos argentinos.

 

No sábado tivemos no kartó... digo, autódromo de Hungaroring a 4ª etapa da temporada da W Series, categoria em que as pilotos mostram que fazem bonito ao volante e reclamam muito menos que uns marmanjos peludos da Fórmula Barbie... pena que a corrida foi em uma pista quase impossível de se ultrapassar com carros iguais, pelo que as primeiras posições foram as mesmas da largada; a vitória incontestável ficou com a inglesa Jamie Chadwick (Veloce Racing), que aproveitou muito bem a pole position conquistada na classificação, largou bem e teve basicamente o trabalho de se manter à frente do pelotão, o que ela fez com maestria cruzando a bandeirada final no primeiro lugar, com 10 segundos de vantagem para a segunda colocada, sua compatriota Alice Powell (Racing X), que não largou exatamente bem mas conseguiu se manter à frente da 3ª colocada, a jovem (19 anos) espanhola Nerea Martí (W Series Academy Team). Das poucas ultrapassagens da corrida, talvez a mais importante tenha sido a da colega de equipe da Nerea, a estreante Irina Sidorkova (apenas 18 anos), que conseguiu terminar a corrida na 4ª posição. A representante brasileira, Bruna Tomaselli, fez uma classificação boa, largando em 6º lugar; infelizmente a corrida não foi tão positiva e ela terminou em 9º, ainda na zona de pontuação, mas atrás da posição de largada. Próxima corrida será em Spa, no mesmo final de semana da Fórmula Barbie, em uma pista onde o talento das garotas será mais decisivo que a posição de largada.

 

Na Bélgica tivemos mais uma edição da clássica prova 24 Horas de Spa-Francorchamps pelo GT World Challenge, que acabou sendo alvo das manchetes mundo afora por conta do forte acidente ocorrido logo na 9ª volta da corrida, quando uma carambola na saída da Raidillion envolveu dois Lamborghini Huracán GT3 da equipe Emil Frey Racing, o Ferrari 488 GT3 da Iron Lynx e o Porsche 911 GT3-R da Rutronik Racing. Jack Aitken, que estava em um dos Lamborghini, e Davide Rigon, que pilotava o Ferrari, tiveram que ser levados ao hospital devido à violência da batida, ambos sem correr risco de morte. Tristeza de um lado, alegria do outro: ao fim das 24 horas de corrida a vitória ficou com outro carro da Iron Lynx, o Ferrari #51 pilotado por Alessandro Pier Guidi/Côme Ledogar/Nicklas Nielsen, que liderou desde o final do primeiro quarto da corrida e foi consistentemente veloz seja com pista molhada, seja com pista seca. O 2º lugar ficou com o Audi R8 GT3 de Dries Vanthoor/Charles Weerts/Kelvin van der Line e a 3ª colocação ficou nas mãos do Aston Martin Vantage GT3 de Nicki Thiim/Marco Sorensen/Ross Gunn. O brasileiro Felipe Fraga participou como parte da tripulação do Mercedes AMG GT3 #89 e o carro da equipe AKKA ASP terminou em um bom 10º lugar, à frente de muitos pilotos com muito mais experiência nesse tipo de corrida.

 

E semana passada o Autódromo dos Pinhais recebeu a TCR, esse final de semana recebeu a Stock Car. A primeira corrida foi vencida com relativa facilidade por Ricardo Maurício (Cruze), que largou na pole, foi auxiliado por um ótimo trabalho da equipe nos boxes, e venceu com pouco mais de 2 segundos de vantagem para seu companheiro Daniel Serra (Cruze), com o pódio totalmente Chevrolet sendo completado por Gabriel Casagrande. A segunda corrida teve um pódio mais variado, com a vitória ficando nas mãos de Thiago Camilo (Corolla), que utilizou a primeira corrida para se preparar bem para a segunda, estratégia que deu certo e rendeu o degrau mais alto do pódio. O segundo lugar ficou com o competente Gaetano di Mauro (Cruze), outro piloto que investiu na estratégia de privilegiar a segunda corrida em detrimento da primeira, e o terceiro lugar ficou com Bruno Baptista (Corolla), que largou na pole com o grid invertido mas não conseguiu manter a primeira posição. Ótimo resultado pro Bruno, claro, longe de o cornetar por causa disso.

 

Cornetar é para aquela categoria de cartas marcadas e resultados duvidosos, a Fórmula Barbie, que protagonizou na Hungria um episódio de fazer aquele da Ferrari envolvendo Michael Schumacher e Rubens Barrichello parecer brincadeira de pilotos de kart... vamos aos fatos: - Kimi Räikkönen tira Sebastian Vettel da corrida no Red Bull Ring, última volta, ambos fora da zona de pontuação: Kimi recebe 20 segundos de punição; - Lewis Hamilton tira Max Verstappen da corrida, primeira volta, disputa pela liderança: Lewis recebe 10 segundos de punição; - Valtteri Bottas joga boliche na primeira curva e recebe a “monumental” punição de 5 lugares no grid da próxima corrida; - Giovinazzi excedeu o limite de velocidade nos boxes, receber uma penalização de stop and go de 10 segundos (aquela em que a equipe não pode fazer nada no carro após o tempo parado, se quiser trocar pneus tem que fazer mais uma parada); Sebastian Vettel, que chegou à frente de Hamilton no final da prova, foi DESCLASSIFICADO por conta de uma falha na bomba ter feito a equipe retirar apenas 300ml de gasolina do tanque, quando o regulamento no artigo 6.6 diz que tem que retirar um litro do tanque, regulamento da época do reabastecimento durante a corrida que se tornou no mínimo anacrônico em tempos de proibição de reabastecimento (bastaria a FIAcedes recolher a amostra do combustível ANTES da largada e lacrar o bocal do tanque, NÃO TERIA COMO adulterar o combustível nessa condição). Enfim, são FATOS que mostram a máFIA existente na “principal categoria de monopostos do planeta” (entre aspas mesmo) para não prejudicar a fábrica que há tanto tempo fornece o safety car e o medical car para a categoria. Seria mais digno a FIAcedes entregar logo o troféu de campeão de 2021, 2022 e quantos anos mais o piloto do carro #44 renovou o contrato, pois evidentemente eles NÃO VÃO DEIXAR o mencionado piloto ser ameaçado por qualquer outro competidor. Qualquer outro que ameaçar “o protegido” será alvo dessas decisões, digamos, parciais da categoria em favorecimento ao piloto, cujo nome não escreverei pois todos sabemos quem é o cidadão. Isso posto, parabéns ao Esteban Ocon, que conquistou sua primeira vitória de uma maneira tal que nem os urubus da FIAcedes conseguiram arrumar nenhuma nota de rodapé do regulamento para o desclassificar e entregar numa bandeja de prata a vitória para “o protegido”, e parabéns à Williams que – finalmente – conseguiu levar seus dois carros à zona de pontuação. Nem nas antigas apresentações de “tele-catch” o resultado era tão vergonhosamente e claramente direcionado. A foto mais emblemática do ano para o automobilismo foi a realização do grande desejo da FIA: “o protegido” relargando sozinho, sem nenhum outro piloto para o atrapalhar. A próxima etapa dessa palhaçada será em Spa-Francorchamps, no último domingo do mês, e claramente eu vou fazer QUALQUER outra coisa no horário do circo ao invés de assistir esse espetáculo de última categoria. Em tempo: saiu em alguns canais da imprensa tabajara que a FIAcedes teria “cancelado a punição ao Vettel até o julgamento do recurso da Aston Martin”. Como até o horário de término da redação dessa coluna não apareceu nada nem no site oficial da categoria, nem no twitter oficial da categoria, muito menos no twitter da Aston Martin, vou considerar que a punição ainda é oficial.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.