Olá leitores! Em um final de semana sem a Fórmula Barbie, e com a NASCAR em stand-by por conta das Olimpíadas de Tóquio (retransmitidas nos EEUU pelo mesmo canal que retransmite a categoria), deu para acompanhar coisas que geralmente não sobra muito tempo pra olhar. Tem tanta coisa boa por aí, tanta competição que fica difícil de acompanhar aqui na República Sebastianista da Banânia, que esses momentos são mais do que bem vindos. Tivemos rodada dupla da Fórmula E em Londres, em uma pista que teve algumas ideias muito boas na sua concepção (a passagem pela área coberta ficou genial, em que pese amplificar aquele irritante barulho de furadeira), mas outras realmente de qualidade duvidosa (as duas curvas de 180° em seguida, tinha necessidade daquilo? De verdade?), mas que no geral acabou produzindo corridas interessantes, principalmente para a torcida inglesa, que viu seus conterrâneos no topo do pódio. A corrida do sábado foi vencida por Jake Dennis (Andretti), que soube utilizar com inteligência tanto o “Modo Ataque” (ampliado para 8 minutos em cada uma das duas utilizações obrigatórias) como o consumo de energia do carro, e assim conseguiu terminar a corrida com a confortável vantagem de pouco mais de 5 segundos sobre o holandês Nyck de Vries (Mercedes), que depois que conseguiu ultrapassar Buemi (que o segurou o quanto pôde) partiu pra cima do pole position Alex Lynn (Mahindra) e conseguiu a segunda posição sem grandes dificuldades já no finalzinho da corrida. O degrau mais baixo do pódio chegou com sabor amargo para Lynn, que largou bem, fazendo valer a pole position conquistada, mas utilizou cedo demais os dois Modos Ataque e ficou desprotegido quando Dennis veio para cima dele. Foi um dia de sentimentos opostos para os brasileiros: ao passo que Sérgio Sette Câmara se classificou muito bem e começou a corrida em 4º lugar, mas foi perdendo rendimento durante a corrida e terminou apenas na 19ª posição, Lucas Di Grassi fez uma corrida consistente, pensando nas chances que ele tinha no campeonato, e terminou a prova em 7º lugar. Na corrida do domingo aconteceu a redenção do infortúnio do sábado: como a equipe Audi quis utilizar as brechas do regulamento mas não soube como fazer o negócio direito, Di Grassi venceu mas foi desclassificado por não cumprir a penalização obtida pela inabilidade da equipe de interpretar como se deve o regulamento para aproveitar direito a brecha. Explicando: a equipe Audi viu que Di Grassi não conseguiria ultrapassar na pista os adversários que precisava. Percebeu que, se ele passasse pelos boxes enquanto o safety car estava lento, poderia ganhar posições. Só que para a manobra ser aceita pelo regulamento, o carro deveria parar completamente nos boxes... só que como a superfície estava escorregadia, as rodas pararam mas o carro ainda deslizou um pouco. E por conta de não ter parado completamente, o brasileiro recebeu um drive-through pelo pit-lane, punição essa que a equipe fez o favor de não avisar para ele; por não ter cumprido a punição, não houve outra atitude a tomar que não fosse a desclassificação dele. Afinal, Di Grassi pode ser um dos mais experientes pilotos da categoria, mas não tem o status de “protegido” que, por exemplo, um certo piloto inglês que corre por equipe alemã na Fórmula Barbie possui. Assim sendo, Alex Lynn, que cruzou a bandeirada atrás do brasileiro, herdou o degrau mais alto do pódio e conquistou a sua primeira vitória. Momento especial, claro, vencer pela primeira vez em frente aos seus compatriotas. O segundo lugar novamente ficou com Nyck de Vries, que com esses resultados abriu 6 pontos do seu compatriota e vice líder do campeonato Robin Frijns e 14 pontos para o 3º colocado Sam Bird, e o degrau mais baixo do pódio ficou com o australiano Mitch Evans (Jaguar). O brasileiro Sérgio Sette Câmara conseguiu mais alguns pontinhos com o seu horroroso Dragon/Penske, terminando a corrida em 8º lugar. A decisão do campeonato acontecerá em rodada dupla naquele que eu considero o mais belo circuito da categoria, o do antigo aeroporto de Tempelhof em Berlin. Duas corridas que prometem ser eletrizantes... sem trocadilho (ao menos DESTA vez). O DTM teve sua segunda etapa disputada em Lausitzring, e com o novo regulamento utilizando os carros no padrão FIA GT3 finalmente resolveram parar de fazer aquele trecho “Mickey Mouse”, como diria nosso tricampeão de Fórmula Um vivo, logo após a largada e a pista incorporou a primeira curva do oval em sua totalidade. Claro que existiam riscos envolvendo uma curva a ser feita a cerca de 250 km/h, mas no geral os pilotos aprovaram a alteração. Contudo, o padrão de segurança dos carros GT3 é bom o suficiente para que um acidente na mencionada curva não produzisse maiores problemas que os danos materiais: quem estreou o safety car na pista alemã foi a jovem (23 anos) Esmee Hawkey, que estampou com seu Lamborghini o muro da Curva 1 e saiu do carro sem maiores problemas. Curiosamente, durante o safety car a outra representante feminina na pista, Sophia Flörsch (Audi), acabou abandonando por queda na pressão de óleo do seu Audi. E a vitória acabou nas mãos do suíço Phillip Ellis (Mercedes), que foi excelente nas duas largadas: na primeira ele pulou de 9º para 5º lugar e depois, na relargada após a saída do safety car, ganhou mais 2 posições e partiu pra cima dos ponteiros. Vitória com méritos. Em 2º chegou Liam Lawson (Ferrari), que não começou bem mas conseguiu se recuperar no decorrer da prova, e o degrau mais baixo do pódio ficou com Mike Rockenfeller (BMW). O domingo também viu vitória da Mercedes, só que mudaram piloto e equipe: dessa vez a honra de ocupar o degrau mais alto do pódio ficou com Maximilian Götz, resultado que mostrou o gigantesco acerto que foi adotar o regulamento GT3 para a categoria: o 4º vencedor diferente em 4 corridas. Mais uma vez o segundo lugar ficou com Liam Lawson (que tem contrato com a Red Bull, ou seja, olho nele... não necessariamente para a Fórmula Barbie, mas alguma outra categoria), e o degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Kelvin van der Linde (Audi), que liderava a corrida até o carro desligar sem motivo aparente. Kelvin conseguiu ligar novamente, mas aí os 2 adversários que vinham atrás já tinham passado por ele. A próxima etapa será – novamente – fora da Alemanha, na pista de Zolder. E na Holanda, no grande templo das duas rodas chamado Assen, o Mundial de Superbike voltou “ao normal”, para tristeza de quem achava que a categoria voltaria a ter disputas diversas e interessantes: Jonathan Rea (Kawasaki) venceu as duas corridas do final de semana, além da corrida que definiu a superpole (uma corrida menor, com apenas 10 voltas ao invés das 19 voltas da corrida principal do sábado e das 21 da corrida principal do domingo)... somando tudo, Rea já venceu 15 (sim, é isso mesmo que vocês leram, QUINZE) vezes em Assen... sabem aquela pessoa que não deixa ninguém mais brincar? Então, esse é o Rea. As corridas do sábado e do domingo tiveram pódios quase iguais, só mudou o 3º colocado: em ambas a vitória (conforme mencionado) foi de Jonathan Rea e em ambas o 2º lugar ficou com Scott Redding (Ducati). No sábado, o 3º lugar ficou com o Toprak (Yamaha) e no domingo com Andrea Locatelli (Yamaha). Ao menos no domingo a divisão entre os pilotos que lideraram a corrida ficou mais ou menos equilibrada, com Locatelli liderando as primeiras 10 voltas e Rea as voltas restantes... no sábado o Rea só não liderou a 4ª volta, as outras 18 foram dele. Semana que vem tem o GP da Hungria, e ainda não decidi se vou desperdiçar meu tempo assistindo a corrida. Vou pensar ainda durante a semana. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |