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A relatividade do julgamento humano PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 21 July 2021 21:40

Caros Amigos, De forma errônea, já ouvi várias pessoas “valerem-se” da “Teoria da Relatividade” para tentar justificar posicionamentos, atos, palavras ou pontos de vista sobre as mais aleatórias nas mais variadas situações.

 

A teoria da relatividade foi uma revolução para o século XX, pois ela provocou inúmeras transformações em conceitos básicos e também proporcionou que fatos importantes, ainda não explicáveis A teoria da relatividade é composta de duas outras teorias: Teoria da Relatividade Restrita, que estuda os fenômenos em relação a referenciais inerciais, e a Teoria da Relatividade Geral, que aborda fenômenos do ponto de vista não inercial. Apesar de formar uma só teoria, elas foram propostas em tempos diferentes, mas ambas trouxeram o conhecimento de que os movimentos do Universo não são absolutos, mas, sim, relativos.

 

No ultimo domingo tivemos a primeira volta mais eletrizante dos últimos 10 ou 15 anos na Fórmula 1. A disputa titânica entre Lewis Hamilton e Max Verstappen foi espetacular até no toque de rodas e na saída de pista do piloto holandês, que atravessou uma extensa caixa de brita e bateu violentamente contra a barreira de pneus na saída da curva Copse, provocando a interrupção da corrida para que a proteção fosse reconstituída. O piloto da Red Bull, submetido a uma desaceleração de 51 vezes a força da gravidade, saiu tonto, mas recuperou-se, apesar de ter sido obrigado a ficar sob observação médica no domingo.

 

A relativização do acidente, suas consequências, a permanência de Lewis Hamilton na corrida, sua punição e a recuperação durante a corrida, até retomar a ponta e conquistar uma vitória consagradora gerou discussões em todos os lugares. Mas será que Lewis Hamilton foi desonesto, desleal, imprudente ou apenas arrojado em suas manobras sobre Max Verstappen? Houve até a associação do episódio de Silverstone com os episódios de Suzuka em 1989 e 1990.

 

Li em diversos meios todo tipo de opinião e gostaria de convidar meus estimados leitores a uma reflexão. Ao contrário do que aconteceu em 1989 e 1990, tivemos um sem número de imagens, por vários ângulos, de dentro dos dois carros e o que eu pude ver foi:

 

1. Lewis Hamilton não fez nenhum movimento de volante – perceptível pela posição de seus pneus dianteiros que não fosse o do contorno da curva que estava começando, visto isso pela imagem do seu carro.

2. A imagem do carro de Max Verstappen mostra uma tomada de curva antecipada em relação ao que seria o traçado de tomada da curva, uma reação que pode ser considerada totalmente normal ante o ataque à sua liderança da corrida.

3. A imagem dos dois carros, chegando de frente na curva Copse mostra, pouco antes da tomada, os dos carros praticamente emparelhados, mas estando por dentro, Lewis Hamilton foi obrigado a frear primeiro, isso fica evidente no avanço do carro de Max Verstappen até que a roda dianteira esquerda de Lewis Hamilton tocasse a roda traseira direita de Max Verstappen.

 

Nas corridas nos dois últimos anos, todas as ocorrências em corridas em que um piloto foi considerado culpado por causar uma colisão, ele recebeu como punição um acréscimo de cinco ou dez segundos. Lewis Hamilton tomou 10 segundos, mas houve “correntes”, inclusive na nossa redação, com brados por uma punição mais dura e criticando comissários e diretor de prova e outros por considerar o ocorrido como um “incidente de corrida”.

 

As associações com os fatos ocorridos em 1989 e 1990 vieram quando, celebrando a vitória, Lewis Hamilton repetiu um gesto do seu ídolo, Ayrton Senna, ao desfilar na volta de consagração com uma bandeira da Grã Bretanha em punho. Depois de três derrotas para seu grande adversário nesta temporada e de tudo que aconteceu na corrida, não me surpreenderia se ele saltasse do carro e, de bandeira em punho, escalasse a tela como Helio Castroneves, e com a bandeira na mão.

 

Mas voltando aos comparativos, em 1989 e 1990, tanto Alain Prost como Ayrton Senna, ambos agiram de forma deliberada – e praticamente anunciada – para impedir que o adversário não apenas assumisse a liderança da corrida, mas conseguisse se manter em condições de conquistar o título, o que ainda é cedo para se falar, sendo esta a 9ª de 23 corridas na temporada. Suzuka, pelo contrário, era a penúltima corrida do campeonato.

 

Antes de sairmos relativizando tudo, criando teorias, buscando conexões com o passado ou fazendo julgamentos emotivos, deveríamos viver o momento e torcer para que disputas como as da primeira volta de Silverstone e, de preferência, com mais do que uma volta!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva