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Do empolgante ao bizarro, tivemos de tudo um pouco PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 12 July 2021 12:38

Olá leitores!

 

Este final de semana não tivemos muitas corridas, mas o que tivemos definitivamente agradou aos fãs do esporte a motor. O interessante é que variamos do empolgante ao bizarro em praticamente todas as transmissões que tivemos... um ótimo exemplo foi a prova da Truck Series na sexta-feira à noite, no oval de terra de Knoxville (aliás, aqui entre nós, pouca coisa é mais “redneck” que uma corrida de picapes em um oval de terra no Tennessee...), onde após uma corrida bastante interessante tivemos simplesmente 29 voltas de prorrogação por conta de um pessoal que não conseguia fazer uma relargada sem causar um novo acidente – aliás, conseguiram fazer um “big one” em um oval curto de terra... estão de parabéns, só que não. Aqui no Brasil tem narrador que mudou de emissora, mas não perdeu a mania de se cercar de más companhias... e neste domingo devia estar prestando atenção em qualquer coisa, menos na corrida que estava narrando. Sabe, estudar um pouquinho o que você vai narrar é legal, evita confundir pilotos, e convenhamos que ficar lendo os tweets dos espectadores e mandando abraços pra todo mundo que pede não deve ser função do narrador, mas de um dos auxiliares. Sabe, não quero passar imagem de ser mais chato do que efetivamente sou, mas... tem um povo que não coopera.

 

Bom, mas vamos ao que interessa, pilotos acelerando na pista. O tradicional e veloz autódromo de Cascavel recebeu mais uma etapa da Stock Car, tendo como grande atração a estréia de Dudu Barrichello correndo na mesma equipe (Full Power) que seu pai, Rubens Barrichello, em substituição ao argentino Matias Rossi, que já perdeu as duas primeiras etapas do ano por conta das regras sanitárias envolvendo pessoas que chegam à Argentina vindas do Brasil, regras essas que atrapalhariam a presença dele em corridas na sua terra natal das quais ele participa quando não coincide o calendário com a Stock Car. Em minha opinião o garoto correu bem, definitivamente o resultado final das duas corridas não reflete o desempenho do garoto, que atualmente compete com monoposto em categoria de acesso na Europa. Fez uma boa classificação, e os erros que cometeu na pista definitivamente podem ser explicados pela falta de experiência com esse tipo de carro. Lembrando que, com suas curvas velozes (especialmente o Bacião), Cascavel não é a melhor pista para um piloto se iniciar em uma categoria na qual ele não possui experiência, mas Dudu enfrentou a tarefa com galhardia. O mais interessante das corridas desse domingo na Stock é que ambas tiveram dobradinha de 1º e 2º lugares no pódio. A primeira, da equipe, a segunda, do patrocinador. Pode ser coincidência, mas não deixa de ser interessante. A primeira corrida teve a vitória relativamente tranquila de Thiago Camillo (Corolla), escoltado pelo companheiro de equipe César Ramos (Corolla) no 2º lugar e com o pódio completado pela presença de Gabriel Casagrande (Cruze). A segunda corrida foi mais conturbada, o pessoal resolveu trocar a tinta entre os carros, e Guga Lima deu um susto no pessoal quando – de maneira absolutamente estranha – a roda traseira direita se soltou e ele foi em direção à barreira de pneus. Após a relargada o pessoal se assentou um pouco mais na pista, e Átila Abreu (que largou em 4º na segunda corrida) assumiu a liderança com uma bela ultrapassagem na mais difícil curva do circuito, o Bacião (que é difícil, mas não o suficiente para ser considerado “a Eau Rouge brasileira”, como disse o narrador em um momento que devia estar prestando atenção em qualquer outra coisa que não a corrida... provavelmente olhava as redes sociais em busca de abraços para mandar para alguém) e, com um ótimo trabalho dos boxes, manteve a liderança após o pit stop. Fazendo um grande trabalho defensivo, Átila venceu a corrida com seu Cruze, impedindo com sucesso as investidas de Ricardo Zonta (Corolla), que teve que se contentar com o 2º lugar. Mais uma vez o degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Gabriel Casagrande, que com esses resultados agora está na vice liderança do campeonato apenas 4 pontos atrás do líder Daniel Serra, que terminou em 4º na primeira corrida e 11º na segunda... as duas etapas de Curitiba prometem bastante.

 

A Fórmula Enceradeira, digo, Fórmula E foi até o porto do Brooklyn em New York para uma rodada dupla que, por incrível que pareça, teve boas corridas. Não é muito o padrão da categoria com som de furadeira propiciar corridas interessantes de assistir, mas essa etapa especificamente felizmente não seguiu essa tradição. A corrida do sábado teve como vencedor Max Günther (BMW/Andretti), que assistiu de camarote a disputa nas últimas voltas entre Nick Cassidy (Virgin) e Jean-Éric Vergne (DS Techeetah), e quando ambos acabaram se tocando ele aproveitou para assumir a liderança e alcançar seu primeiro sucesso na temporada. Vergne acabou tendo de se contentar com o 2º lugar, e outro piloto que se aproveitou do enrosco foi Lucas di Grassi (Audi/Abt), que passou Cassidy e ocupou o degrau mais baixo do pódio. Cassidy terminou em 4º, não muito feliz com Vergne. O outro brasileiro da categoria, Sérgio Sette Câmara (Penske/Dragon) , já tem o pior carro do grid e ainda tomou uma punição por “irregularidade no mapa de aceleração”, seja lá o que a categoria interprete como isso... com isso tudo, não teve como fazer nada melhor que o 18º lugar. A corrida do domingo foi mais movimentada, inclusive chegou a ser melhor que boa parte das corridas de Fórmula 1 em Paul Ricard... o domingo era para ter marcado uma dobradinha da equipe Jaguar, mas no fim da corrida Mitch Evans, que chegou a liderar por alguns momentos, bateu a roda traseira na parede e começou a perder rendimento, cruzando a bandeirada em 13º lugar. Mas se Evans se atrapalhou sozinho, Sam Bird (Jaguar) não cometeu erros e mostrou que a pole position não foi conquistada por acaso, vencendo a corrida. Foi acompanhado no pódio por Nick Cassidy em 2º e por António Félix da Costa (DS Techeetah) em 3º. Uma pena o que aconteceu com Sette Câmara: foi monumental na classificação, largou em 5º, chegou a estar em 4º lugar, mas a quantidade de milagres com o equipamento que possui é limitada... ainda assim poderia ter conquistado um lugar entre os 10 primeiros, já que a poucas voltas do final parecia tranquilo em 8º lugar... mas aí teve que economizar energia pra terminar a corrida, e cruzou a bandeirada em 11º. Uma pena mesmo... já Lucas di Grassi foi muito mal na classificação, mas soube como evoluir na corrida e chegou mesmo a estar em 9º lugar, entretanto na disputa de posição entre ele e Sébastien Buemi (Nissan) o brasileiro acabou tocando no suíço. Os comissários analisaram o incidente e deram a ele uma penalização de 10 segundos no tempo da corrida; assim sendo, oficialmente terminou em 14º lugar.

 

E a NASCAR Cup Series foi até o Atlanta Motor Speedway para a última corrida antes da grande reforma pela qual a pista irá passar para a temporada de 2022. A administração da pista, sabendo da necessidade de no mínimo recapear a pista (que possui o mesmo asfalto desde 1997, e inclusive provocou uma bandeira vermelha por... soltar pedaços em um trecho, no melhor estilo de asfalto brasileiro), irá reformar completamente, aumentando a inclinação das curvas de 24 para 28 graus de inclinação e deixando a pista mais estreita. Gostei do aumento da inclinação, mas tenho minhas dúvidas quanto a esse negócio de diminuir a largura da pista... enfim, esperemos. A corrida teve domínio de Busch. Buschinho e Buschão dominaram a corrida, com Kyle vencendo o primeiro segmento com Kurt terminando em 2º, no segundo segmento a vitória ficou com Kurt e Kyle chegou em 2º, e no último segmento ambos se alternaram na liderança, porém nas últimas voltas (com o providencial auxílio de seu companheiro de equipe Ganassi Ross Chastain, que ofereceu um pouco mais de resistência a Kyle) Kurt Busch conseguiu se firmar na liderança (que, por sinal, ele ocupou durante 144 das 260 voltas da corrida) e venceu a corrida, garantindo sua passagem para os playoffs. A alegria do irmão mais velho contrastava com o aborrecimento do irmão mais novo: Kyle desceu do carro proferindo cobras e lagartos contra Chastain, que pode não ter facilitado mas, para ser justo, não cometeu nenhuma “ilegalidade” ou “antidesportividade” contra Kyle. Enfim, o choro e a reclamação são livres, e ele fez o suficiente para ser o 2º colocado, não o primeiro. Em 3º chegou Martin Truex Jr., após uma grande corrida de recuperação após ter largado no 37º e último lugar. Tem pouca gente melhor que Truex em ovais de uma milha e meia, ele realmente se encontra nesse tipo de pista. O 4º lugar ficou com Alex Bowman, e o Top-5 se encerrou com Ryan Blaney, mais uma vez o melhor piloto da Penske. A situação atual dos playoffs é: das 16 vagas, a 12ª conquistada por vitória foi a de Kurt Busch. Ainda tem 4 vagas que – por enquanto – estão para os pilotos que não venceram corridas essa temporada, entre eles os dois grandes protagonistas da temporada regular do ano passado, Denny Hamlin e Kevin Harvick... próxima corrida é no meu oval de 1 milha favorito, Loudon, em New Hampshire. Vamos ver que boas surpresas ele nos reservará... aliás, ia me esquecendo: se o Buschão não vencer mais até o final da temporada, essa pode ter sido a última vitória da equipe de Chip Ganassi na NASCAR, já que ele decidiu vender a equipe (eu nunca foi sua prioridade, que claramente é a Indy) para a novata rival Trackhouse, que já avisou que seu atual piloto permanece para o ano que vem, e os dois pilotos atuais da Ganassi (Buschão e Chastain) estão disputando a vaga no outro carro... embora nada impeça o novo dono de procurar outro piloto para a vaga.

 

E não poderia terminar essa coluna sem lamentar o falecimento do Carlos Reutemann, “El Lole”, que descansou após lutar por meses com hemorragias e outros problemas no trato digestivo. Vencedor 4 vezes do GP Brasil de Fórmula Um, nunca conseguiu vencer a prova correspondente em sua Argentina natal, e abandonou a categoria após as duas primeiras corridas de 1982 após perder o título de 1981 para um garoto que limpava o carro dele na corrida de inauguração do Autódromo de Brasília, um tal de Nelson Piquet... Resquiat in pace, Lole.

 

Não esqueçam de rezar bastante para as divindades de vossa preferência, afinal semana que vem a Fórmula 1 vai ter lá em Silverstone a estreia do modelo de “corrida de classificação” com o incompetente do Michael Masi no comando dos comissários... estou prevendo muitos palavrões de minha parte em frente à TV.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.