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Indy, IMSA, WEC e NASCAR – só corrida boa PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 14 June 2021 09:55

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Eu confesso que estou animado após um final de semana com tanta corrida boa acontecendo. Até mesmo fora das pistas tive notícias boas, com a possibilidade de, mesmo sem comorbidades detectadas, receber a primeira dose da vacina contra o Covid-19 ainda esse mês. Em um país conhecido por estar pouco se lixando para o combate à pandemia, essa é uma ótima notícia. Não me aguento de vontade de retornar a um autódromo...

 

Mas vamos ao que interessa, carro na pista. Em Detroit tivemos uma rodada dupla da Indy no circuito encravado em Ilhabela, ops, Belle Isle, uma pista de rua que no geral não me agrada, mas que esse ano propiciou duas boas corridas. O sábado ficou marcado pelo susto gerado pela forte batida de Felix Rosenqvist na Curva 6 durante a 25ª volta, aparentemente por conta de falha no acionamento do acelerador, que não voltou ao retirar o pé do mesmo. A batida foi forte o suficiente para desmontar não apenas a barreira de pneus (que seria o lógico), mas também para deslocar a barreira de concreto. Felizmente a segurança dos carros da categoria é levada muito a sério no projeto, e Felix foi retirado do carro consciente e alerta. Claro que a bandeira vermelha foi acionada para o resgate e recuperação da barreira de segurança no local da batida, causando uma interrupção de pouco mais de uma hora na corrida. Essa longa interrupção deu tempo das equipes pensarem nas estratégias mais diferentes para tentar se manter na ponta ou ganhar posições, e as voltas após a relargada foram bem movimentadas por conta disso. Ainda teríamos mais uma bandeira vermelha na corrida, causada por Romain Grosjean (tô falando que ele está bem adaptado à categoria, já está até batendo o carro...) na volta 64; essa, felizmente, foi de apenas 7 minutos e meio, basicamente deram bandeira vermelha pra corrida não terminar em bandeira amarela. Com os carros sendo recolhidos ao pit lane para a limpeza da pista e resgate do carro batido, veio o drama do então líder Will Power: quando a prova foi reiniciada, um problema na central de gerenciamento eletrônico do motor (ECU) impediu que o carro de Power desse a partida. Depois que os outros carros que estavam atrás passaram por ele, os mecânicos trocaram a ECU do carro, deram partida e ele conseguiu retornar à corrida... com 3 voltas de atraso. É, tem dia que a noite é uma dureza... mas o que foi azar de um, transformou-se em sorte de outro: com o problema de Power apareceu a oportunidade de Marcus Ericsson fazer uma excelente relargada e conquistar sua primeira vitória na categoria. Em 2º lugar chegou Rinus VeeKay, seguido de perto por Pato O’Ward em 3º lugar. A corrida do domingo teve menos emoções fortes, mas não deixou de ter um final empolgante: Josef Newgarden tinha tudo encaminhado para uma vitória de ponta a ponta na corrida, mas... não contava com a astúcia de Chapolin... não, ops, Pato O’Ward, que a duas voltas da bandeirada se aproveitou de ter pneus em estado melhor que Newgarden para fazer uma arrojada manobra de ultrapassagem e se tornar o primeiro piloto na temporada a vencer duas vezes, interrompendo a sequência de 7 corridas com 7 vencedores inéditos estabelecida até a véspera. Em 3º lugar chegou a sensação da temporada, Alex Palou. Com esses resultados, os dois primeiros colocados no campeonato após a rodada dupla de Detroit têm o espanhol como língua materna: o mexicano O’Ward e o espanhol Palou, separados por apenas um ponto (299 a 298). Em 3º na pontuação, como sempre apostando na regularidade, aparece Scott Dixon.

 

No próprio sábado, após a corrida da Indy, tivemos uma prova “curta” da IMSA (apenas 1h40m, praticamente a duração média de uma corrida de Fórmula Um) mas que de pequena teve apenas a duração; as disputas entre os dois Cadillac DPi que ocupavam as 2 primeiras posições foram de encher os olhos, com ambos procurando se livrar o mais rápido possível do tráfego de carros da GTD que volta e meia não eram exatamente cooperativos na hora de ceder passagem, o que ajudou a dar um colorido especial à corrida. Ao final, Renger van der Zande (Cadillac DPi #01) foi capaz de conter o ímpeto do brasileiro Felipe Nasr (Cadillac DPi #31), que tentou de todas as maneiras encontrar um espaço por onde fazer a manobra decisiva de ultrapassagem, mas não foi bem sucedido. Ao Acura DPi #10 pilotado por Filipe Albuquerque restou assistir de camarote a disputa à sua frente, já que tentou mas não conseguiu manter o mesmo ritmo forte dos dois carros na sua frente.

 

O WEC foi até o sul de Portugal para a prova de 8 Horas de Portimão, com variada participação de brasileiros e a aparição do esperado Hypercar da Glickenhaus Racing. Claro que teve seus problemas de noviciado, além de um azar monumental de se envolver em acidentes de outras categorias, e ficou lá para trás, mas completou a corrida, o que não deixa de ser um bom sinal. O pódio da Hypercar foi o esperado, com dobradinha da Toyota em 1º e 2º (pela ordem, carro #8 de Sebastien Buemi/Brendon Hartley/Kazuki Nakajima à frente do carro #7 de Mike Conway/Kamui Kobayashi/José-Maria “Pechito” Lopez) e o Alpine #36 de Nicolas Lapierre/André Negrão/Matthieu Vaxiviere em 3º lugar. Na LMP2 uma linda disputa entre os dois carros da equipe JOTA encheu os olhos do público, com o #38 de António Felix da Costa/Anthony Davidson/Roberto Gonzalez terminando à frente do #28 de Tom Blomqvist/Sean Gelael/Stoffel Vandoorne cruzando a linha de chegada apenas 3 segundos atrás do primeiro colocado após 8 horas de corrida. Completando o pódio apareceu o carro #22 de Wayne Boyd/Paul Di Resta/Phil Hanson, uma volta atrás. A se destacar o desempenho do carro #1 da Richard Mille Racing Team e seu trio feminino (Tatiana Calderón/Sophia Floersch/Beitske Visser), conquistando um excelente 6º lugar na categoria e 9º na classificação geral. Na categoria LM GTE Pro teve dobradinha 1º e 2º das Ferrari 488 GTE Evo da AF Corse, com o carro #51 de James Calado/Alessandro Pier Guidi à frente do carro #52 de Miguel Molina/Daniel Serra. O pódio ficou completo com o Porsche #91 de Michael Christensen/Kevin Estre/Neel Jani em 3º lugar. Para completar a festa italiana, na LM GTE Am também teve Ferrari vencendo, com o Ferrari azul #47 pilotado por Antonio Fuoco/Roberto Lacorte/Giorgio Sernagiotto em 1º lugar na classe, seguido pelo Porsche #56 de Matteo Cairoli/Egidio Perfetti/Riccardo Pera em 2º lugar e pelo Ferrari #54 de Francesco Castellacci/Giancarlo Fisichella/Thomas Flohr no degrau mais baixo do pódio. Quanto aos brasileiros, o Aston Martin #98 de Paul Dalla Lana/Augusto Farfus/Marcos Gomes terminou em 4º na categoria e o Aston Martin #33 de Felipe Fraga/Bem Keating/Dylan Pereira ficou em 8º entre os GTE Am.

 

E esse domingo também tivemos a tradicional prova extra campeonato da NASCAR, o All-Star Race, com um regulamento cada vez mais complicado, mas que ao final serviu para mostrar que não apenas a Hendrick Motorsport continua em uma fase iluminada, mas que chegou o momento daquele que foi humilhado ser exaltado: vitória (e o prêmio de 1 milhão de dólares) nas mãos de Kyle Larson. Brad Keselowski tentou, tentou bravamente, mas não conseguiu superar Larson nas voltas finais, e teve que se contentar com o segundo lugar. Larson definitivamente fez por merecer, e em 3 das próximas corridas competirá com o tradicional patrocínio da Valvoline. Nada mal para um piloto que compete com o patrocínio da empresa do dono da equipe... a propósito da edição desse ano do All-Star, a corrida saiu de Charlotte e foi para o oval de Fort Worth. Claro que festa no Texas não é festa se não tiver as cheerleaders do Dallas Cowboys, e confesso que senti falta do ótimo Ivan Zimmermann nos comentários...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.