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Fim de maio de fortes emoções e Helio 4Neves PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 31 May 2021 10:22

Olá leitores!

 

O mês de maio é conhecido por seu um mês especial pra o esporte a motor, e esse último final de semana serviu para encerrar esse mês com chave de ouro. Nem tudo foi perfeito, claro, mas no cômputo geral o saldo foi bastante positivo. Normalmente eu deixo os comentários a respeito da Porsche Cup para o Shrek, já que ele acompanha mais atentamente do que eu a categoria, mas assistindo à bela transmissão que a Bandeirantes fez no final de semana das provas no Velocittá eu não pude deixar de comentar algo que me chamou a atenção novamente: da mesma maneira que eu não suporto político que me faz concordar com um adversário dele pelo qual, digamos assim, eu não tenho grande apreço, não consigo gostar de um autódromo que me faz concordar com a estrita observância dos limites de pista pra manter a segurança. Aquela saída de boxe do Velocittá é um perigo. Ali eu sou obrigado a defender que o piloto que venha pela pista e cruze a linha de saída do boxe receba, pelo menos, um drive-trough. Para aquilo que a pista foi criada (track day), até que serve. Para corridas mesmo, principalmente categorias que por ventura necessitem de paradas nos boxes, é um convite a um acidente. Comentário “impopular”? Sim. Estou ligando para isso? NÃO. Se o pessoal que vem pela reta acelerando o máximo continuar cruzando a linha de saída do boxe para fazer a tomada da primeira curva, ainda vai acontecer um acidente feio ali com alguém que esteja de saída.

 

Mas vamos ao que interessa, corridas. Começando com a Extreme-E, que foi até as belas areias de Lac Rose, em Dakar, para a segunda etapa da temporada. Cenário deslumbrante para uma etapa das mais competitivas e na qual, mais uma vez, a vitória ficou com a equipe RXR, de Nico Rosberg. A pista de cerca de 6 quilômetros apresentou diversos desafios às duplas de pilotos, fazendo com que o grau de dificuldade fosse semelhante ao da pista de estreia, na Arábia Saudita, em que pese o terreno não permitir nuvens de poeira tão grandes como as encontradas na primeira etapa. A tentativa de colocar 4 carros largando juntos foi válida, mas os pilotos aprenderam, talvez da maneira mais crua possível, que não é possível dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Tudo faz parte do aprendizado, seja da categoria, seja dos pilotos com o equipamento. Até as semifinais parecia que a vitória se encaminhava pra as mãos da equipe X44, que conta com Cristina Gutiérrez e o ET Sébastien Loeb, mas... um acidente envolvendo Gutiérrez logo após a largada nas semifinais acabou com as chances da equipe capitaneada por Lewis Hamilton. Desta maneira, na grande final a vitória ficou com a dupla Molly Taylor/Johan Kristoffersson (RXR), com a dupla Jamie Chadwick/Stéphane Sarrazin (Veloce) em 2º e fechando o pódio apareceu a dupla Mikaela Åhlin-Kottulinsky/Kevin Hansen (JBXE, equipe criada pelo ex campeão de Fórmula 1 Jenson Button) em 3º. Dona Mikaela me deu um trabalho considerável... como achar esse A com bolinha em cima num teclado em português? Penei pra conseguir escrever corretamente o sobrenome dela... só não me perguntem como é a pronúncia, aí já estão querendo demais.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até Mugello para mais uma etapa, que infelizmente ficou marcada pelo trágico acidente envolvendo Jason Dupasquier, Jeremy Alcoba e Ayumu Sasaki. Na tentativa de melhorar seu próprio tempo, correndo no meio de um pelotão de motos, a traseira da moto de Dupasquier perdeu o controle e o piloto foi ao chão, não dando a menor chance de quem vinha logo atrás sequer tentar desviar. Alcoba e Sasaki saíram andando sem problemas maiores, mas o jovem (19 anos) piloto suíço teve traumas no abdome, tórax e no crânio, e acabou não resistindo à gravidade dos ferimentos, apesar da rapidez do atendimento ainda na pista. Não comentarei minha opinião pessoal a respeito do atendimento já no hospital. Infelizmente o esporte perdeu mais uma jovem promessa, que descanse em paz. A corrida da categoria principal (MotoGP) teve uma cena... inusitada, para ser o mais suave possível, antes mesmo da largada: ao término da volta de aquecimento, em uma pista com mais de 12 metros de largura, Enea Bastianini conseguiu a proeza de acertar a traseira do seu colega de Pramac Johan Zarco. Se o acidente foi sem pé nem cabeça, a explicação do Enea foi tão ruim quanto... enfim, ele abandonou antes mesmo da largada, ao passo que Zarco prosseguiu, mas não com a moto 100%. E as esperanças italianas de ver a bandeira local no topo do pódio começaram a fugir logo na segunda volta, quando Bagnaia, após assumir a liderança, errou e foi ao chão, destruindo a moto na área de escape. Mesma volta em que Marc Márquez também foi conferir a consistência das caixas de brita de Mugello, quase levando Morbidelli junto com ele. Quem também foi conferir se o equipamento de segurança realmente protege o piloto foi Rins, que – mais uma vez nessa temporada – abandonou a corrida quando se aproximava do pelotão da frente. Ao fim da corrida, quem agradeceu foi Fabio Quartararo, que com a vitória abriu bela vantagem na classificação do campeonato. O francês da Yamaha foi acompanhado no pódio por Miguel Oliveira (KTM) em 2º lugar e por Joan Mir (Suzuki) em 3º. Com todos esses abandonos, Rossi conseguiu seu melhor resultado esse ano, terminando a corrida em 10º lugar. Que fim de carreira... triste quando o ídolo do esporte não percebe a hora de parar.

 

Mês de maio é sinônimo de 500 Milhas de Indianapolis, e que corrida, caros leitores!!! Confesso que mal respirei nas últimas 10 voltas, e fiquei muito feliz em mais uma vez poder presenciar a história sendo escrita. Afinal, com um carro extremamente bem acertado e com uma pilotagem absolutamente sem críticas, Hélio Castroneves foi o primeiro não estadunidense a conseguir igualar o recorde de 4 vitórias nas 500 Milhas, 20 anos após sua primeira vitória na prova, estando agora ao lado de Al Unser, A. J. Foyt e Rick Mears. Foi uma corrida rápida, média de 306,89 km/h, a maior da história, e que teve apenas 2 bandeiras amarelas diminuindo o ritmo da prova. Helinho estudou cuidadosamente a pilotagem de Alex Palou, que vinha liderando nas últimas voltas com um ritmo muito forte, e no começo da penúltima volta fez um movimento decisivo e ultrapassou o jovem (24 anos) espanhol na tomada da Curva 1, não perdendo mais a liderança até a bandeirada apesar do tráfego que aparecia à frente de ambos. Alex Palou teve que se contentar com o segundo lugar, extremamente honroso, por sinal, haja vista que pilotou como se fosse um piloto muito mais experiente. Em 3º chegou Simon Pagenaud, após largar em 26º lugar, mostrando que o trabalho de boxe da Penske sempre é algo que se deve levar em conta. Tony Kanaan terminou em 10º, logo atrás do Juan Pablo Montoya, que voltou à categoria para essa prova e chegou em 9º lugar. Pietro Fittipaldi chegou em 25º lugar, à frente de pilotos experientes como Bourdais e Rosenqvist, Poderia terminar mais a frente, porém a estratégia escolhida pela equipe dependia de bandeiras amarelas que não vieram para funcionar... acontece.

 

E o que também tem no mesmo dia das 500 Milhas de Indianapolis? As 600 Milhas de Charlotte, a corrida na qual a categoria homenageia os estadunidenses mortos em combate. Uma prova muito longa, praticamente uma maratona... que me venceu. Confesso: assisti até o começo do 4º e último segmento, quando o sono me venceu e acordei quase ao nascer do sol, com uma baita dor no pescoço. Ainda bem que o site da NASCAR tem fartura de vídeos para acompanhar... muito obrigado ao social media da categoria. E a vitória ficou com o piloto que foi o doutrinador dos demais no oval de uma milha e meia naquela que é considerada a “capital da NASCAR”: Kyle Larson, que não deu nenhuma chance para ninguém. Venceu todos os segmentos e ainda chegou em primeiro ao final das 400 voltas da corrida. Para terem uma ideia do domínio: liderou 327 das 400 voltas. Está bom para vocês? Os carros da Chevrolet dominaram o Top-10 (6 Chevrolet contra 2 Toyota e 2 Ford), e Larson ainda foi o responsável por uma marca histórica: com a vitória dele, a equipe Hendrick passa à frente da Petty Enterprises na quantidade de vitórias na categoria (269 a 268). Monumental. Em 2º lugar outro carro da Hendrick, Chase Elliott, seguido por Kyle Busch em 3º lugar (Buschinho teve um carro rápido a corrida inteira, o carr apenas não foi rápido o suficiente para suplantar os Hendrick à sua frente), William Byron em 4º e Alex Bowman em 5º. Ou seja, Top-5 com 1 carro de Joe Gibbs e os outros 4 de Rick Hendrick. Se isso não é um serviço de altíssima qualidade, não sei o que seria.

 

Para encerrar, meus pêsames aos amigos e familiares de André Ribeiro, primeiro vencedor do finado oval de Jacarepaguá, que semana passada, aos 55 anos, perdeu a luta contra o câncer. Resquiat in pace, and Godspeed.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.