Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Overdose de velocidade no final de semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 May 2021 08:44

Olá leitores!

 

Este final de semana tivemos tanta coisa para assistir que confesso que foi até meio difícil de acompanhar tudo... Fórmula 1, classificação em Indianapolis, Rally de Portugal, Copa Truck e a primeira corrida da NASCAR em Austin, no COTA (Circuit Of The Americas)... meio cansativo? Com certeza! Mas valeu a pena.

 

Começando com a Fórmula Um, que foi até o Principado de Mônaco para uma corrida que, sinceramente, foi um soporífero melhor que qualquer remédio que exista no mercado. Minha filha geralmente acompanha as corridas comigo; começou a corrida, ela – como de costume – se encostou em mim no sofá para ver a prova... e lá pela volta 15 estava dormindo. A única coisa pior que a corrida foi, com certeza, a decisão da Ferrari de não trocar o câmbio do Leclerc após a classificação. “Ah, Alexandre, mas ele perderia a pole! E além disso, o problema não foi no câmbio, foi no semieixo!”. Sim, ao retirar o câmbio daria para olhar com mais atenção o semieixo e, talvez, prevenir esse abandono que merece, certamente, figurar entre os momentos surreais da categoria. O ponto positivo é que tivemos um pódio revigorante, rejuvenescido, com pilotos que não precisam fingir sorrisos quando estão juntos. A amizade entre Sainz Jr. e Norris é daqueles momentos que, para o pessoal que acompanha a categoria há mais tempo, lembra Emerson e Stewart. A corrida foi tão emocionante quanto acompanhar campeonato de xadrez, mas o pódio foi um pódio que merece se repetir mais vezes, se possível com os pilotos se revezando nas posições. E por falar em pódio... que ESPETÁCULO (em caixa alta mesmo) a “embalagem” dos troféus. A maleta especialmente feita pela prestigiada grife Louis Vuitton para a entrega dos troféus no pódio é simplesmente uma obra de arte. O ponto bizarro da corrida ficou, evidentemente, com aqueles Deuses do Olimpo que se acham os Guardiões do Regulamento, que conseguiram inventar advertência por conta de... limites de pista em uma pista praticamente toda cercada por guard-rails. Impressionante como o estufado ego desses senhores não consegue permitir passar uma corrida sem que sejam mencionados... quanto mais vejo a atuação dos comissários da FIA, menos suporto a existência dessas criaturas dedicadas a incomodar a existência dos pilotos.

 

Vitória tranquila de Max Verstappen, que já se posicionou na largada de maneira a largar “fechando” a porta para o Bottas, conseguiu fazer a Sant Devote na frente... e daí pra frente foi só administrar a vantagem de maneira a não ser alcançado. Pela primeira vez terminou uma corrida como líder do campeonato, e a Red Bull voltou a ser a líder entre as equipes após muitos e muitos anos. Existem dias em que tudo dá certo, e esse domingo foi um desses dias. Seu companheiro Sérgio Pérez (4º) não foi bem na classificação, entretanto fez um excelente trabalho na corrida, auxiliado por um ótimo pit stop. No final da corrida, se tivesse pneus em melhor estado, poderia ter pressionado mais Norris e, quem sabe, conquistar um lugar no pódio. No geral, ótimo final de semana para a Red Bull.

 

Em 2º chegou Carlos Sainz Jr., que se aproveitou do fato da pista não exigir motor potente para conseguir seu primeiro pódio na Ferrari e a alegria dele no pódio dizia tudo. Não errou em uma pista que não permite erros, e salvou o final de semana da equipe após enfiarem os pés pelas mãos com o carro do Leclerc... por falar em Charles Leclerc, mesmo profundamente decepcionado com o problema no semieixo que o impediu de largar na sua corrida de casa, demonstrou grande espírito esportivo ao ir cumprimentar seu companheiro de equipe pouco antes da cerimônia do pódio. Tenho ouvido diversos comentários de pessoas que dizem não gostar dele por uma pretensa “postura arrogante”, mas creio que – mais uma vez – o tapuia mediano esteja confundindo introspecção com arrogância.

 

Em 3º terminou Lando Norris, que estava quase efervescente ao final da corrida com o grande resultado obtido em um final de semana em que a equipe adotou uma pintura comemorativa com as cores da Gulf Oil, antiga patrocinadora de tantas glórias no automobilismo mundial. No final conseguiu se defender dos ataques de Pérez mesmo com os pneus já deteriorados. A alegria de Lando contrastava com o desapontamento por parte de seu companheiro Daniel Ricciardo, que não conseguiu passar de um tímido 12º lugar após uma classificação no mínimo difícil e de lutar contra o desempenho abaixo do esperado dos pneus médios no começo da corrida.

 

Em 5º lugar chegou Sebastian Vettel, naquele que de longe foi o melhor desempenho conseguido por ele com o carro da Aston Martin. A experiência em uma pista de rua sempre conta a favor, e ele mostrou que o leão pode estar com menos juba, mas ainda é um leão. A saída dos boxes após a troca de pneus, disputando lado a lado com o Gasly na subida em direção ao Cassino foi dos melhores momentos da prova. Seu companheiro Lance Stroll (8º) também se beneficiou da competente estratégia traçada pela equipe, cuja eficácia foi recompensada com ambos os carros na zona de pontos.

 

Em 6º terminou Pierre Gasly, cujo grande feito foi conseguir manter o heptacampeão da categoria atrás de si e sem condições de fazer um ataque efetivo ao carro da frente. Só por isso a corrida dele já merece, no mínimo, uma nota 8,75... seu companheiro Yuki Tsunoda (16º) pagou o preço da classificação não exatamente boa e da falta de experiência com o carro nessa pista. É o famoso caso em que o resultado não teria muitas chances de ser melhor.

 

Em 7º chegou Lewis Hamilton, que teve que lutar não apenas contra os adversários na pista mas contra a estratégia da Mercedes, que teve momentos de Ferrari nas decisões tomadas na mureta do boxe; incompreensível a escolha dos pneus duros, assim como não deu para entender o motivo de terem chamado ele antes dos outros pilotos. Ao menos as rodas dele conseguiram sair na hora da parada, o que não foi bem o que aconteceu com Valtteri Bottas, que teve que abandonar por conta da porca de uma das rodas que simplesmente não saía por nada no mundo. Sem conseguir trocar o pneu, o jeito foi abandonar. A frustração de ter um problema desses quando estava em segundo lugar deve ter sido monumental...

 

Em 9º terminou Esteban Ocon, mais uma vez sendo o melhor piloto da Alpine e, tendo em vista ser um piloto com contrato vinculado à Mercedes, mais um concorrente para a vaga que deve ficar vaga com a provável não renovação do contrato do Bottas no final desse ano. Seu companheiro Fernando Alonso (13º) não fez uma má corrida, mas largando em 17º nessa pista fica bem difícil progredir na classificação.

 

Em 10º e 11º chegaram os pilotos da Alfa Romeo, pela ordem Antonio Giovinazzi e Kimi Räikkönen. Giovinazzi teve em Mônaco uma das suas melhores corridas dos últimos tempos, auxiliado pelo fato de ter conseguido na classificação passar para o Q3. Kimi correu bem, mas largando mais para trás em Mônaco não existe milagre a ser feito.

 

Próxima corrida será no Baku do mundo, e estou curioso para saber como a Mercedes irá reagir.

 

Em Indianapolis, sábado e domingo foram dedicados ao longo procedimento de classificação par a corrida de 500 milhas que acontecerá próximo final de semana. A pole position ficou com Scott Dixon, a quarta pole dele para essa corrida, o que o fez empatar na quantidade de poles com pilotos como A. J. Foyt e Hélio Castroneves. Dividirá a primeira fila com os jovens Colton Herta (2º) e Rinus VeeKay em 3º. Tony Kanaan marcou o 5º melhor tempo, Hélio Castroneves largará em 8º lugar e Pietro Fittipaldi partirá da 13ª posição. Na torcida por eles...

 

Em Portugal aconteceu mais uma etapa do WRC, marcada pela dificuldade dos pilotos em encontrarem aderência no piso seco com os pneus fornecidos pela Pirelli. Os pilotos da Hyundai foram os que mais apresentaram dificuldades e se envolveram em acidentes; logo no primeiro dia Thierry Neuville deixou o carro deslizar mais que o que devia e acabou quebrando a suspensão traseira direita, sendo forçado a abandonar por conta da extensão dos danos. Já no sábado foi a vez do Ott Tänak deslizar para fora da pista e quebrar a suspensão, igualmente sendo obrigado a abandonar. Kalle Rovanperä e seu Toyota também tiveram que abandonar com problemas mecânicos. Com tantos apresentando problemas, a vitória ficou com o galês Elfyn Evans (Toyota), com o Hyundai de Dani Sordo em 2º e o líder do campeonato Sébastien Ogier (Toyota) fechando o pódio em 3º. Gostei muito de ver no WRC2 o Oliver Solberg, filho de um dos meus grandes ídolos que pelo jeito é tão pé pesado quanto o pai. Maiores detalhes podem ser encontrados na coluna de nossos especialistas em rally.

 

A cidade de Goiânia recebeu a etapa de abertura da Copa Truck, insistentemente chamada por um apresentador de programa esportivo da Bandeirantes de “Fórmula Truck”... tenho esperança que até o fim do ano esse apresentador consiga decorar que essa não é a Fórmula, mas a Copa...tanto a primeira como a segunda corrida do dia tiveram algo em comum: o vencedor acabou sendo desclassificado por conta do excesso de fumaça. A categoria desenvolveu um sensor que mede em tempo real a emissão de particulados (a famigerada “fumaça preta” do diesel) e avisa os comissários, que alertam o piloto da irregularidade. Assim o piloto pode, dosando o acelerador, controlar a emissão de fumaça. Aparentemente os dois pilotos preferiram vencer a obedecer os avisos... de qualquer maneira, estamos na Banânia e a chance do resultado ser revertido em um tribunal desportivo é considerável. Assim sendo, por enquanto tivemos na primeira corrida oficialmente a vitória de Felipe Giaffone (Iveco), seguido por Giuliano Losacco (Mercedes-Benz) em 2º lugar, André Marques (Mercedes-Benz) em 3º, Wellington Cirino (Mercedes-Benz) em 4º e Felipe Tozzo (Iveco) fechando o pódio. A segunda corrida, também oficialmente, teve a vitória de André Marques (Mercedes-Benz), com Wellington Cirino (Mercedes-Benz) em 2º, Giuliano Losacco (Mercedes-Benz) em 3º, José Augusto Dias (Volkswagen) em 4º e com Felipe Tozzo (Iveco) novamente no degrau mais baixo do pódio.

 

A NASCAR foi fazer sua primeira corrida no Circuito das Américas, e duas coisas saltaram fortemente aos olhos: a) como a corrida fica interessante quando você só tem fiscalização de limites de pista onde realmente precisa (ao contrário das fiscalizações draconianas adotadas pela – como diz um amigo – “Fórmula Barbie”, digo, Fórmula Um) e b) existem pilotos na categoria principal que podem pilotar qualquer tipo de pista e tem aqueles que só sabem mesmo andar em circuito oval no seco. Definitivamente tirar o pé do acelerador a meio quilômetro da curva adiante... parece coisa de categoria de iniciantes. E acabou causando um acidente feio, que não teve maiores consequências que não os danos materiais, mas poderia ter tido. A prova acabou sendo encurtada pela direção de prova por conta oficialmente do volume de chuva... mas pode ser também por conta da falta de habilidade dos pilotos com aquela chuva. Enfim, o primeiro estágio foi vencido por Joey Logano e o segundo por Kyle Busch, mas no final a vitória ficou nas mãos do piloto que melhor se entende com as curvas para ambos os lados, o atual campeão Chase Elliott. Em 2º chegou outro que também se dá bem nessas situações, Kyle Larson, seguido por Joey Logano em 3º, Ross Chastain em 4º e com o Top 5 sendo encerrado por A. J. Allmendinger.

 

Para encerrar, infelizmente na noite do sábado faleceu, após uma forte batalha contra o câncer, o ex piloto André Ribeiro. Meus sinceros pêsames aos familiares e amigos que ele deixou por aqui.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.