Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A relação comercial e política com a covid e o esporte PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 19 May 2021 21:04

Caros Amigos, Algumas semanas atrás tivemos o anúncio da chegada de um segundo GP nos Estados Unidos, em Miami, para a temporada de 2022, além da confirmação da não realização do GP do Canadá.

 

Essas medidas tiveram razões bastante distintas. No caso dos Estados Unidos, desde os tempos sob controle de Bernie Ecclestone, a categoria tinha como plano se estabelecer no maior mercado comercial do planeta, tendo conseguido, durante alguns anos, realizar duas corridas por ano naquele país, mas sem conseguir atingir os objetivos traçados pelo mandatário da categoria.

 

Apesar de ser um grande homem de negócios, Bernie Ecclestone dava alguns sinais de não conseguir entender exatamente como funcionava a cabeça dos americanos com relação à chegada do circo em suas terras, além de, para o público e mesmo para as equipes, as condições de trabalho não eram fáceis, com circuitos de rua, em estacionamentos de hotel como Las Vegas e sob temperaturas escaldantes.

 

As coisas mudaram depois da inauguração do Curcuit of the Americas, no Texas e a entrada no campeonato sem conflitar com outros grande eventos de esporte para dividir as atenções do público. Agora, com o Grupo Liberty Media, que é norte americano, a estratégia mudou e uma forma de estabelecer a categoria nos Estados Unidos está passando não apenas em levar a Fórmula 1 para a Florida, onde há uma grande concentração de latinos, mas também em buscar uma aproximação com Roger Penske, proprietário do Indianápolis Motor Speedway, de equipe na NASCAR, de ser o CEO da Fórmula Indy e o nome de maior importância no automobilismo norte americano. Isso pode levar – e existem conversas sobre isso – a uma terceira corrida no país, no misto de Indianápolis, onde a categoria já correu e onde caiu em descrédito perante o público, com uma corrida de 6 carros e aquela “chegada combinada” da Ferrari, com Rubens Barrichello e Michael Schumacher.

 

Entretanto, como a pandemia do covid 19 ainda é um problema real, as mudanças no calendário que ocorreram em 2020 estão persistindo para 2021 e no esforço para manter o calendário de 23 corridas, algumas mudanças já precisaram ser feitas este ano e outras estão acontecendo. O cancelamento do GP do Canadá foi uma delas e o GP da Turquia, que estava marcado para dia 13 de junho, foi adiado pelo fato do país ter entrado na lista vermelha do Reino Unido por conta do aumento de casos de covid-19, isso não só inviabilizou a corrida como e gerou uma série de mudanças: o GP da França foi antecipado em uma semana, para o final de semana de 18 a 20 de junho, e terem designados – como foi em 2020 - dois GPs na Áustria, nos dois finais de semana seguintes.

 

O adiamento e não um cancelamento puro e simples do GP da Turquia deixa a corrida como “reserva” em caso de algum outro cancelamento, algo que pode ser definido rapidamente pela proximidade geográfica e a disponibilidade da pista. É preciso considerar que corridas em locais distantes da Europa e onde os promotores locais precisam que hajam meios de ter o devido retorno financeiro para a realização da corrida – e isso passa pela presença de público – especialmente no Japão, Austrália, Singapura, México e Brasil, pode vir a acontecer. A situação dos Estados Unidos, onde a população está amplamente vacinada, é diferente.

 

Assim como a Turquia, no mês de maio, está sob bandeira vermelha para o Reino Unido, onde fica a grande maioria das sedes das equipes, com a imposição de se cumprir quarentena em um hotel designado pelo governo por 10 dias para quem vier da Turquia para o Reino Unido. Esta é a situação do Brasil e do México no momento e caso não haja uma mudança no cenário sanitário destes países, o risco de não realização das corridas é algo concreto.

 

O pragmatismo japonês também pode entrar nessa situação: o país está recebendo os jogos olímpicos daqui há algumas semanas, sob protestos da opinião pública, mas após grandes investimentos feitos para a realização dos jogos. Este raciocínio certamente não se aplica ao caso da F1, onde o circuito é privado, é um evento em particular e que mesmo envolvendo um pequeno grupo de profissionais se formos comparar com os jogos olímpicos, mas a promoção do evento não tem nenhuma ligação com o poder público.

 

A torcida, evidentemente, é para que tenhamos GP no Brasil em 2021, mas é preciso analisar racionalmente o que deve ser feito.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva